Fanfic: Grávida Por Acidente AyD Finalizada | Tema: Portinon

Quinta-feira 7:30 AM

Pov. Dulce

O celular despertou pela terceira vez, e mesmo estando morrendo de sono pus meu cérebro para entender que eu tinha que levantar. E foi o que fiz.

Hoje não vou trabalhar, minhas folgas são sempre dias de quinta e domingo.

Me sentindo mega cansada saí da cama, dobrei as cobertas porque vou te falar viu está fazendo muito frio ultimamente. Cancún não costuma ser um lugar de temperaturas tão baixas assim. Enfim, depois de arrumar minha cama, tirar e dobrar a roupa de dormir e deixar minhas pantufas de fada pelo caminho, rumei para o banheiro.

Tomei um banho rapidinho sem molhar o cabelo, depois de me secar tratei logo de passar hidratante. Escolhi um vestidão que cai muito bem em meu corpo, de estampa floral em tons suaves de azul, calcei uma rasteirinha Dakota preta fechada, fiz o básico da make, apenas sobrancelhas, um pouco de blush, batom e máscara de cílios, amarrei o cabelo no alto por ele está sujo, sem aquele brilho de sempre. Ah! Passei um pouco de perfume também né, é essencial.

Quando estava pronta para passar na cozinha e comer algo, meu celular apita indicando que chegou mensagem do WhatsApp. Pego pensando ser da clínica, mas me engano logo que começo a ler, é o idiota do Pablo me enchendo a paciência! Um hora dessa da manhã ninguém merece!! Apenas visualizei e segui para a cozinha.

Gente eu sou o tipo de pessoa que não consegue sair de casa sem comer, então comi duas maçãs rapidinho, peguei minha bolsa menor que já estava com meus documentos, um pouco de dinheiro e alguns acessórios, achei melhor deixar arrumada de ontem para hoje porque ficaria mais fácil.

May ainda está dormindo, então apaguei as luzes que precisei acender e saí trancando a porta em seguida. Daqui até o clínica dará quase uma hora, e agora são exatamente 7:52 AM, provavelmente chegarei lá quase oito horas, o bom é que a doutora sempre agenda para as 9:15 AM. Ou seja, não chegarei atrasada.

...Minutos mais tarde.

Logo que cheguei fui entregar meu cartão a recepcionista, ela me sorriu simpática como sempre faz disse que hoje está sendo um dia complicado emocionalmente para a doutora, ela brigou com a esposa (sim minha médica é lésbica) e parece que vai ter até divórcio. De acordo com Marcely ela atenderá somente duas pacientes hoje, eu e mais uma mulher que pelo visto ainda não chegou, e vai correndo para casa, tentar ajeitar as coisas. Eu espero de verdade que ela consiga.

Meu celular novamente apitou, revirei os olhos já imaginando quem seria e não errei. O nome babaca estava na tela de meu celular junto com a frase: Vamos sair? Nós precisamos conversar Carino mío. Pablo parece não entender que não vai mais me fazer de trouxa, não vai mais me trair e fingir que nunca nem viu. Não mesmo!!

Ainda não entendo porque tenho o contato desse indivíduo salvo em meu celular.

Suspirei e mesmo querendo me bater por tal atitude respondi bem singelamente um: ME DEIXE EM PAZ! Pareceu funcionar porque Pablo visualizou, porém não respondeu mais nada. Suspirei pesadamente, demorou mais do que o habitual para a doutora me chamar, geralmente não demora tanto para a realização do exame papanicolau. Enfim, vinte minutos depois fui chamada, cumprimentei-a depois de retirar a calcinha, deitei na maca me posicionando corretamente. Percebi o quanto ela estava abalada e um pouco distraída, pois mal me respondeu.

Isso me faz lembrar que ela praticamente deu o procedimento de inseminação artificial de graça para mim, que eu apenas precisaria pagar alguns exames (o que já fiz), pois segundo a doutora, descongelou um sêmen que foi retirado quando a pessoa tinha 18 anos. Ou seja, ela me quer como cobaia, e eu não pude negar meu maior sonho é ser mãe, tudo bem que será uma loucura ficar grávida nas circunstâncias atuais, mas tem uma enorme chance de não dar certo, visto que esse sêmen pode estar muito bem vencido. O fato é que já fiz todos os passos necessários o último é a introdução do espermatozóide, mas a doutora nada disse sobre isso ainda.

... De tanto tagarelar mentalmente o exame terminou sem mesmo que eu me desse conta, me vesti e já estava para ir embora quando a ouço me chamar.

– Sim?

– Em mais ou menos duas semanas você saberá o resultado. — Eu franzi a testa confusa. Que eu saiba leva quinze dias para o papanicolau ficar pronto.

– Ok. — Falei totalmente sem entender. Com certeza ela não está bem. Portanto, não deve lembrar do que está falando.

Saí da sala procurando meu celular dentro de minha bolsa que mais parece um saco sem fundo, invés de achá-lo saiu de lá um colar com pingente de fada(não riam de mim, ele é lindo). Giovanna foi a primeira pessoa que namorei, era tão perfeita disse que estava começando sua vida como empresária, éramos adolescentes, eu com 17 anos e ela com 19, nos conhecemos em uma viagem que fiz com May para Monterrey, foram os melhores quarenta dias da minha vida.

Uma vez passeando pelo shopping ela achou esse colar com pingente de fada, sabendo que umas coisas  que mais gosto é de colecionar fadas, Giovanna comprou e me deu. Nunca consegui desfazer dele apesar de tudo. Quando bate a nostalgia pego a única foto que tiramos juntas e fico admirando até pegar no sono. Voltei para Cancún na esperança que ela fosse mesmo me procurar, passei até meu endereço, mas ela simplesmente nunca o fez. Talvez estivesse ocupada demais.