Fanfic: Devoção Total-MiniFic- Vondy-Terminada | Tema: DyC

Dulce sentiu a aproximação de Christopher. Encontrou-lhe os olhos e não tentou disfarçar sua fúria. Ele tinha sorte que ela gostara muito de Ale, caso contrário, o teria denunciado diante de todos no saguão do hotel.
A pobre mulher não merecia ser humilhada somente porque tinha um filho patife.
Christopher voltou-se para a mãe.
— Nós nos vemos amanhã, certo? Dulce e eu tivemos um dia longo e gostaríamos de jantar no quarto.
Ale se colocou na ponta dos pés para beijá-lo.
— É claro, querido. Vejo vocês amanhã para o ensaio da cerimônia.
Ela apertou a mão de Dulce.
— Foi um imenso prazer conhecê-la, Dulce.
Ale andou na direção do pai de Christopher e os dois seguiram para o restaurante, deixando Dulce e Christopher sozinhos.
— Nós estamos na cobertura — disse Christopher, gesticulando para o elevador, e Dulce andou naquela direção.
Eles subiram em silêncio, a tensão praticamente palpável. Assim que as portas se abriram e estavam no corredor, Dulce o fitou.
— Minha chave — disse de modo significativo. — Em que quarto eu estou?
Christopher suspirou e apontou para o fim do corredor.
— Estamos numa suite de dois quartos no final.
Ela abriu a boca. Então estendeu o braço e roubou o cartão magnético da mão dele.
Depois, virou-se e seguiu o corredor. Não compartilharia um quarto com Christopher. Ele que arranjasse outro quarto ou dormisse com o irmão. Talvez eles pudessem comparar
anotações sobre Bettina.
Ela enfiou o cartão na fechadura e abriu a porta, entrando e fechando-a na cara de Christopher.
Seus pés a estavam matando, ela estava furiosa e com fome. Precisava descobrir um jeito de sair daquela ilha.
Tirou os sapatos e sentou-se na beira do sofá, ao lado da mesa com telefone e lista telefônica. Certamente a recepção poderia fazer arranjos para sua partida.
O som da porta se abrindo a fez se levantar e olhá-lo com indignação, enquanto Christopher entrava e fechava a porta. Ele ergueu outro cartão magnético como explicação.
Parecia cansado e resignado.
— Ouça, sei que você está zangada.
Ela ergueu uma mão.
— Não ouse me tratar com condescendência. Você não imagina como estou furiosa.
Christopher jogou o paletó sobre o braço do sofá.
Ela apontou um dedo trêmulo para a porta.
— Fora. Eu não vou compartilhar uma suite com você. Não me importa quantos quartos ela tenha.
— Eu preciso de um drinque — murmurou Christopher.
Ele nem mesmo queria brigar, e, por Deus, Dulce queria uma briga.
— Você nunca teve intenção de ouvir as minhas ideias, teve?
Ele parou no caminho para o bar e virou-se para encará-la, com a audácia de parecer perplexo.
— Eu fui tão tola. Não acredito que caí nessa armadilha. Como posso ter sido tão ingênua, acreditando que esse era o único tempo que você dispunha para me ouvir?
Christopher se aproximou.
— Dulce...
— Não tente me acalmar — sussurrou ela irritadamente, sentindo lágrimas
queimarem em seus olhos. Ele não a faria chorar. Nenhum homem a fazia chorar. Precisava se recompor e ser profissional.