Fanfic: Devoção Total-MiniFic- Vondy-Terminada | Tema: DyC

— Bettina queria marcar uma data imediatamente. Tinha um grande casamento planejado. Já havia até escolhido o destino da lua de mel. Encheu meu escritório com brochuras. Ora, até escolheu nomes para futuros filhos.
— Isso tudo combinava com a sua fantasia — apontou Dulce.
— Sim, é verdade. Mas eu me peguei recuando. Dava sempre desculpas para estender o noivado. Estava ocupado, os negócios eram prioridade. Antes que eu percebesse, estávamos noivos há um ano, com um casamento agendado para outro ano
depois daquele. E eu parecia contente com isso.
— Você nunca a amou? — questionou Dulce.
— Não, nunca. Motivo pelo qual não posso culpá-la por querer romper comigo. Nosso casamento teria sido um desastre assim que eu descobrisse que a realidade não
correspondia à fantasia que eu criara na mente. Apenas não pensei que ela fosse me dispensar por Mitchell, ou que Mitchell estaria invadindo meu território.
— Sim, entendo isso — murmurou Dulce.
— Eu os encontrei na cama. Mas quando os vi juntos, na minha cama, simplesmente ri, porque para mim aquele era o passo seguinte num relacionamento já condenado.
Expulsei-os de meu apartamento e não quis mais saber deles.
— Hmm, então, você não se importou com o fato de que Bettina encontrou outra pessoa. Ou que o traiu. Apenas com quem ela o traiu.
Christopher assentiu.
— Sim, é estupidez, eu sei. Quero dizer, ela poderia ter me traído com meu sócio, meu vice-presidente, ou até com meu motorista. Eu não teria me importado. Mas não com meu irmão supermimado. Isso eu não pude perdoar.
— Bem, se o relacionamento dos dois é baseado no que você diz, então eles sofrerão o bastante, sem que você precise lhes desejar mal.
Christopher a olhou por um longo momento.
— Você não vai me passar um sermão sobre rancores infantis, vai?
Dulce sorriu, encarando aqueles lindos olhos verdes.
— Não. Considerando que tenho meus próprios rancores, e não planejo esquecê-los nessa vida, eu não poderia criticá-lo.
— Você parece tão... Cruel. Gosto disso — provocou ele.
A expressão de Dulce se tornou séria. Sofrimento surgiu nos olhos dela, fazendo-a se virar. Ele lamentou que o humor tivesse sido dissolvido. Por mais que quisesse saber os segredos de Dulce, preferia vê-la rindo e sorrindo.
Para suavizar a súbita tensão na atmosfera, ele se levantou e serviu vinho. Sem palavras, ofereceu uma taça a ela, e Dulce aceitou.
Christopher queria desesperadamente tocá-la. Queria beijá-la até lhe roubar todo o fôlego.
Eles permaneceram sentados, sorvendo vinho enquanto a noite caía e os envolvia.
Finalmente, Christopher não suportou mais o silêncio. Inclinou-se para a frente, a fim de pôr o cálice sobre a mesa. Por um momento, olhou para as próprias mãos e imaginou a
pele de Dulce sob seus dedos. Então olhou para cima e descobriu-a estudando-o com intensidade. Ela não era imune. Ele não era o único que sentia a atração magnética entre
os dois.
— O que vamos fazer, Dulce?
Christopher a viu engolir em seco nervosamente. Ela entendera, mas não respondeu.
— Eu a desejo tanto que chega a doer. Isso dura semanas. Toda vez que olho para você, fico tão excitado que mal posso raciocinar. Pensei em diversas maneiras para lhe explicar que nossa relação profissional não tem nada a ver com o desejo que sinto por você. Mas a verdade é que não ligo a mínima. Eu a quero na minha cama, e não me importo com o que precisa ser feito para que isso aconteça.
A expressão dela se tornou assustada. Ele detestou aquilo. Não queria assustá-la.
— Você também sente isso. Não negue, Dulce.