Fanfic: Devoção Total-MiniFic- Vondy-Terminada | Tema: DyC

— Christopher.
— Sim?
Ele sorria quase como se achasse a situação divertida. O que a irritou.
— Não podemos fazer isso. Simplesmente não podemos. Esse fim de semana foi um grande erro. Eu não quero ser uma dessas mulheres que dizem não, depois dizem sim, e então passam a semana seguinte castigando-se por sua fraqueza. Eu não devia ter dormido com você. Deixei meu cérebro para trás quando fomos à Catalina. Sabia no que
estava me envolvendo. Não me entenda errado. Não o culpo ou acho que você me manipulou a fazer sexo. Sou uma garota crescida, e sabia muito bem o que estava fazendo. Todavia, isso não torna minha atitude menos estúpida.
Christopher a puxou para seus braços e calou-a com um beijo. Não um simples beijo. Um beijo ardente e feroz, fazendo-a se derreter contra ele.
Sim, ela era uma daquelas mulheres tolas à mercê dos hormônios.
Pondo ambas as mãos no peito dele, empurrou-o até colocar alguma distância entre os dois.
— Pare de me beijar!
Ele deu um sorriso sensual.
— Mas gosto de beijar você, e tento nunca negar a mim mesmo os pequenos prazeres da vida.
Ela conteve uma risada a tempo.
— Christopher, seja sério por um minuto, por favor. Pare de me beijar e de me tocar.
Ele ergueu as mãos em rendição.
— Tudo bem, não vou tocar você.
Dulce cruzou os braços de maneira protetora sobre o peito e afastou-se no assento o máximo que foi capaz. Por que havia concordado em almoçar com ele? Por quê?
Porque você é masoquista e não pode resistir a ele.
O resto da jornada foi passada em total silêncio. Quando eles finalmente pararam diante do restaurante que se gabava de ter os melhores frutos do mar da costa oeste, ela arqueou uma sobrancelha cética.
— Experimente primeiro, então diga se discorda — murmurou Christopher, alegremente.
Ele estava se tornando muito hábil em ler sua mente, e aquilo a irritava,
especialmente uma vez que Dulce não tinha ideia do que se passava pela cabeça dele.
Temia descobrir.
Quando desceu do carro e olhou ao redor, teve de lhe dar crédito. Para um homem que não se importava se eles fossem vistos juntos ou não, escolhera um restaurante onde
provavelmente não seriam vistos por ninguém que conheciam.
Christopher a conduziu para dentro do lugar rústico e charmoso, cuja decoração era aconchegante e de bom-gosto.
Os dois se sentaram num canto, onde a única iluminação vinha de um lampião a gás colocado no centro da mesa.
— Eu me sinto como se estivesse no meu primeiro encontro romântico — comentou ela depois que Christopher pediu o vinho.
Ele sorriu e alçou as sobrancelhas de modo sugestivo.
— O fato de eu ser sincero, dizendo que planejo tê-la na minha cama esta noite, faz de mim um imbecil menor?
Dulce respirou fundo até que se sentiu curiosamente tonta. Suspeitava daquilo, é claro, mas ouvi-lo falar sem rodeios era mais sexy do que deveria ter sido.
— Eu preciso voltar ao trabalho — murmurou ela.
Christopher assentiu.
— É claro. Eu não pretendia roubá-la para um encontro clandestino à tarde, embora a ideia tenha seu mérito. Imagino se seus colegas de trabalho chamariam a polícia.
Ela o olhou... Determinada a não rir. Mas não conseguiu esconder um pequeno sorriso.
O garçom apareceu com os pratos, e Dulce piscou, porque não se lembrava de ter pedido. Olhou para sua taça de vinho pela metade e não se recordou de ter bebido um único gole. Christopher causava mal ao seu cérebro. Era como uma doença da qual ela não sobreviveria.
— Christopher — começou Dulce, e se calou quando o tom de voz parecia mais um lamento triste que um protesto.
— Enviarei um carro para você, Dulce. Ninguém precisa vê-la entrando num veículo comigo. Posso pedir que meu motorista a apanhe na agência, ou, se preferir, no seu apartamento. Amanhã, ele a levará para casa a tempo para que você se prepare para o trabalho.
Por que ela não recusava imediatamente? Em vez disso, estava contemplando a ideia de ter um encontro ilícito com seu amante.
Tremeu com a palavra amante. Christopher era fantástico na cama e insaciável. Sabia como dar prazer a uma mulher, e era o amante mais altruísta que ela já tivera. A mera
ideia de passar a noite com ele a excitava demais.
Dulce comeu distraidamente, não registrando o gosto dos alimentos.
— Você age como se o fato de fazermos amor fosse um crime — murmurou ele numa voz estranhamente terna.
Ela umedeceu os lábios e ergueu a cabeça para fitá-lo. Nos olhos verdes viu os corpos de ambos se ondulando. O seu e o de Christopher. Em perfeita sintonia. Uma visão tão
linda e prazerosa que ela fechou os olhos para mergulhar na fantasia.
— Diga sim.
A voz de Christopher acariciou-a como os dedos másculos tinham feito. Um arrepio delicioso percorreu todo seu corpo.
— Dulce — incentivou ele.
Finalmente, ela abriu os olhos e o encarou.
— Sim — sussurrou.