Fanfic: Devoção Total-MiniFic- Vondy-Terminada | Tema: DyC

Dulce estava no quintal de seu pai, tomando chocolate quente e olhando para o oceano a distância. Sempre adorara aquela vista. A casa era erguida sobre um penhasco, apesar de estar situada a uma boa distância da extremidade.
Quando criança, após ler sobre deslizamento de terras, Dulce estivera convencida de que eles cairiam no oceano. Seus irmãos tinham lhe dito que era mais provável que eles
caíssem num terremoto. Ela balançou a cabeça com a lembrança de como eles gostavam de atormentá-la.
Era pacífico ali, e não pela primeira vez, ela se perguntou por que se sentira tão ansiosa para se mudar. Verdade, sua família podia ser dominadora às vezes, mas eles a
amavam. Eram leais e fariam qualquer coisa no mundo por ela. Isso não era algo do que alguém devia fugir. Era algo para se apegar e não libertar nunca.
Não, ela não iria mais embora. Estava descobrindo que seu mundo era ali, onde sua família vivia.
As portas de vidro se abriram e Noah saiu. Ela se virou em sua cadeira para cumprimentá-lo, mas parou quando viu a expressão no rosto dele.
— Eu ia dizer bom dia — murmurou Dulce quando ele abaixou-se ao seu lado.
Noah suspirou e estendeu outro jornal.
— Pensei em não lhe mostrar isso, mas se alguma coisa estivesse sendo dita a meu respeito, eu gostaria de saber, de modo que não fosse pego de surpresa.
Pânico a assolou. Ela olhou com medo para o jornal. Mas lutou para superar a emoção, e pegou-o.
Lá, em branco e preto, para todos de São Francisco saberem, estava a história detalhada de tudo que acontecera em Nova York. Oh, aquela era uma campanha de difamação ousada. Um artigo que acompanhava o anúncio do contrato entre a Uckermann Enterprises e a Maddox Comunicações detalhava a história de seus empregos, até o momento presente, insinuando a existência de um relacionamento entre ela e Christopher.
Tudo pelo que Dulce lutara tanto para esconder tinha sido exposto em detalhes sórdidos.
Ela deveria estar furiosa. Mas o que sentia era... Resignação.
Fitou os olhos preocupados de seu irmão quando um insight lhe ocorreu.
Christopher estava certo. Ela dera mais importância para o que as outras pessoas pensavam do que para o que ele pensava ao seu respeito.
Contanto que as pessoas que amava soubessem da verdade, não deveria se importar o que alguns estranhos pensavam. Brock acreditava nela e em suas habilidades.
Dulce tinha o apoio de sua agência. Sua família a amava incondicionalmente. Christopher, com certeza, não se importava com o que os outros pensavam sobre o envolvimento deles, então, por que ela deveria se importar?
Pela primeira vez em muito tempo, Dulce olhou para sua vida com profunda gratidão.
Por tanto tempo vinha sendo moldada por forças externas. Seu desejo de livrar-se da superproteção de sua família. Sua necessidade de escapar do escândalo em Nova York e
provar-se para todos ao seu redor.
A única pessoa para quem estivera provando alguma coisa era para si mesma.
Todos os outros sempre souberam que tipo de pessoa ela era.
— Oh, Noah, eu fui tão tola — sussurrou Dulce.
Noah inclinou a cabeça em confusão. Ela respondeu jogando os braços ao redor do pescoço dele e o abraçando com força. Então se afastou e beijou-lhe o rosto.
— Obrigada.
Ele ainda parecia intrigado.
— Pelo quê?
— Por abrir meus olhos. Eu fiquei cega para o que estava na minha frente o tempo todo.
Noah sorriu.
— Da próxima vez que Adam e Dalton ralharem comigo, lembre-os de que eu abri seus olhos. Seja lá o que isso significa.