Fanfics Brasil - ''Lar doce Lar..'' Chamas das Trevas

Fanfic: Chamas das Trevas | Tema: Romance, drama, época


Capítulo: ''Lar doce Lar..''

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Fanfic / Fanfiction Chamas das Trevas - Capítulo 1 - ''Lar doce lar..''

 



 


‘’Mais um dia na vida da Corte..’- Pensava enquanto observava os jardins que cercam o castelo, a varanda sempre foi meu lugar preferido daqui, onde não tinha que me preocupar se iria ou não surgir alguns poderes em mim no dia seguinte, como é sempre exigido de mim. Olho através das montanhas, onde o sol começa a surgir, é tudo tão calmo que torno a fechar os olhos, aspirando a brisa e…


 


-Arianne!- Ouço um grito estridente que quase me faz cair para trás.


 


-Por Deus, o que houve?- Pergunto á minha tutora que aparece apressada, ainda recuperando-me do susto.


 


-Quantas vezes já não lhe disse para não ficar aqui fora?!- Ela fala, não, melhor, grita, incrivelmente alto por sinal.


 


-Não vejo problema algum em observar os jardins..- Começo, já prevendo a gritaria.


 


-O que??- Ela grita, começando a apresentar rugas de desaprovação- Uma verdadeira dama já estaria pronta de suas atividades! E não estaria inutilmente parada como ficas todas as manhãs!


 


-Uma verdadeira dama também não gritaria por todo um dia, mas nem todos somos perfeitos, não?- Viro-me para ela, vejo que consegui atiçar a sua raiva, e dou um sorriso de canto de boca- Vamos?- Lhe dirijo a palavra, aprontando-me a sair.


 


-Se Sua Majestade visse sua atitude de agora, com certeza..- Ela começa a dizer, mas a interrompo, fazendo um gesto de mão que me foi ensinado se quiser falar.


 


-Bom, não a vejo aqui, certo?- Digo-lhe.


 


-Certamente- Ela se cala, percebo de imediato que deve estar extremamente irritada, já que respira fundo algumas vezes- Para a aula de Controle.


 


O tédio começa a invadir-me no momento em que essas palavras são proferidas:


 


A aula de controle, onde eu fico horas tentando manter um controle sobre poderes que ainda nem foram proferidos a mim, os quais nem sei se algum dia serão realmente, mas como sou obrigada, apenas treino minha respiração e..equilíbrio, o que, segundo meu professor, é tremendamente importante para alguém como eu, seja lá o que isso signifique.


 


Ando com minha tutora pelos corredores até a sala de minha aula, todos os quais passamos sussurram entre si e ouço algumas risadinhas também, todos parecem gostar de me vigiar e fofocar de minha vida, mas ajo naturalmente, as ignorando, já que o único dia que enfrentei alguém que fez piadinhas ao meu respeito, acabei em maus bocados, não que a outra garota tivesse tido um destino melhor que o meu.


 


-Bom dia, Srta.- O meu professor, o Sr. Radesh me cumprimenta e eu faço o mesmo com um sorriso:


 


-Bom dia, Senhor- Mesmo que suas aulas não me provêm nenhum conhecimento em relação a minha magia, ou a falta dela, ele é meu professor favorito, ele é indiano e, as vezes, atrapalha-se com as palavras, com um sotaque bastante permanente, suas aulas são leves e ele me dá muitas lições, dizendo que elas ajudam minha alma a crescer. Todos o consideram um pouco louco, mas acho que em todo gênio há um pouco de loucura.


 


-Como foi sua noite?- Ele me pergunta e eu me apronto a sentar-me ao seu lado no chão.


 


-Como todas as outras..- Digo-lhe, frustrada. Normalmente, os poderes dos jovens tornam-se a aparecer durante as noites, pois bem, eu já espero há 6.190 noites. Até a fase adulta, normalmente, todos já apresentam seus poderes, e, como sou de uma grande linhagem, era de se esperar que em meus 17 anos, eles viessem, no mínimo, para minha Coroação.


 


-Vejo que seus poderes ainda não vieram..- Ele fala, pacientemente.


 


-Pois eu não vejo qualquer sinal de que um dia eles poderão vir!- Digo, já alterando meu tom, ele é um dos poucos que posso ter essa liberdade de expressão.


 


-Paciência, Rasel, paciência..-Ele me diz..’’Rasel’’, é como um apelido que ele me deu, não sei o motivo e já tentei lhe perguntar seu significado, mas ele sempre me manda ter paciência.


 


-Pois bem, estou cansada de ter paciência! Tudo isso parece uma grande piada! A futura Rainha, que deveria ser a mais poderosa, não possui poder algum!- Digo, estupefata.


 


-Aí que se engana, pequena Rasel, você pode não enxergá-lo, mas ele está aqui- Ele diz, apontando para o meu peito.


 


-Besteira!- Lhe digo, irritada com seu otimismo.


 


-Respire, garota, respire..- Ele fala, acalmando-se.


 


-Cansei-me de apenas esperar e respirar!- Lhe digo, irritada e ele apenas fica calado, esperando juntar-me a ele na meditação- Que seja, então..


 


Após duas horas saio de sua sala onde minha tutora, a Sra.Helen, já está a minha espera.


 


-Então? Como foi?- Ela pegunta educadamente, pergunto-me se ainda está irritada comigo por mais cedo.


 


-Bom..-Começo.


 


-Certo, agora você tem treinamento em armas e depois de fogo, após isso você irá treinar o controle da água, da luz..- Ela começa a recitar os meus compromissos incessantemente como todos os dias, interrompendo o que eu estava dizendo, mas também como todos os dias, eu só ouço metade.


 


-Poderia conversar com A Rainha antes?- Pergunto, um pouco entediada, preciso de uma conversa com minha mãe.


 


-O que?- Ela pergunta, começando a ficar vermelha- Por Deus! Você sabe como a Rainha é ocupada, ela deve estar organizando algo muito importante agora e..- Eu a deixo em seus devaneios e me apresso a ir ao Corredor Real, fechando a porta devagar atrás de mim, talvez eu consiga despistá-la por alguns segundos, por sorte. 


 


As paredes possuem fotos de pessoas super- importantes que morreram há tanto tempo que nem lembro-me de quem são, apenas..metade deles, como meus bisavós, avós e..meu pai..paro perante seu retrato, ele se foi há tempos, eu tinha apenas 4 anos quando aconteceu a invasão ao Reino do Centro, meu Reino.


 


-Lembra-se dele?- Ouço a voz de minha mãe, A Rainha, e, dou um sobressalto.


 


-Ah..oi mãe..- Digo, um pouco envergonhada, curvando-me.


 


-Por favor, eu sou sua mãe e não estamos na presença de mais ninguém..- Ela fala e eu só olho para trás dela onde guardas devem estar escondidos- Bom, não totalmente sozinhas, mas sabe que eles são necessários, certo?- Ela me pegunta.


-Sim..- Digo.


 


-Então, soube que precisava conversar comigo..- Ela fala e eu, surpresa, pergunto:


 


-Como soube?


 


-Bom, uma mãe sempre sabe quando a filha precisa dela- Ela me responde e eu arqueio as sobrancelhas em resposta- E..a Sra. Helen não é lá tão discreta- Ela complementa, e eu rio.


 


-Isso é verdade..- Começo a rir, mas paro quando vejo minha tutora vindo atrás de mim- Falando nela..


 


-Por Deus! Eu lhe procurei por toda parte! Sabe o que aconteceria se tivesse acontecido qualquer coisa com você, a sua mãe..- Ela começa a tagarelar, mas para quando vê A Rainha ao meu lado, e, começa a ficar pálida- Por..Deus., digo, perdão minha Rainha não a tinha visto..- Ela fala, tentando ser educada com um sorriso forçado.


 


-Sim, é percebível..- Minha mãe diz- Pode emprestar minha filha por alguns minutos?- Ela pergunta, educada e graciosa como sempre, o contrário de mim que sou toda atrapalhada.


-Claro, Majestade, mil perdões..- A Sra. Helen começa a falar como sempre mas minha mãe a interrompe, a dispensando educadamente- Muito bem..- A mulher responde e sai em uma reverência envergonhada, eu e minha mãe vamos até seus aposentos e os guardas fecham as postas atrás de nós.


 


-Está preocupada?- Minha mãe pergunta após alguns segundos.


 


-Sim- Eu digo- A Coroação está próxima e todos esperam que meus poderes venham! Eu estou sentindo-me desamparada.


 


-Eu sei, mas não há nada que possamos fazer- Ela fala, colocando as mãos em meus ombros- Você é minha única herdeira, a única futura Rainha do Trono, aqui é o seu lugar- Ela diz isso, quem olha acha que ela está mesmo me reconfortando mas eu sei que não é apenas isso, ela está me avisando para cumprir com minhas obrigações.


 


-Eu não acho que seja..- Começo a falar.


 


-Pois isso não é sua escolha- Ela me corta, de forma ríspida- Olha..- Ela suspira, colocando suas mãos em meu rosto- Eu só quero que seja feliz, ok?- Ela me olha nos olhos, a minha mãe é realmente muito enigmática, na verdade, ela nunca realmente participou da minha vida, é mais como uma espectadora que só espera que eu fique na linha, eu conheço e me sinto mais próxima da Sr. Helen do que de minha mãe- Eu preciso de você, o Reino precisa de você. 


 


-É, eu sei..- Simplesmente respondo.


 


-Bom..eu não queria lhe contar desta forma, mas tenho um anúncio a lhe fazer


 


- Quando ela termina sua frase sinto um arrepio.


 


-O que?- Pergunto, sem realmente querer saber do que falas.


 


-Você irá se casar- Ela fala, me encarando.


 


-Que? Você só pode estar brincando, certo?- Digo, quase rindo.


 


-Não.


 


-Mas..eu não estou preparada! Tenho apenas 16 anos!- Digo, chocada.


 


-Isso não é uma opção, Arianne- Ela diz, decidida- É uma forma de acabar com o conflito entre nosso Reino e o do Norte.- Fico surpresa após ela dizer isso.


 


-O Reino do Norte praticamente foi o que matou o meu pai há anos!- Digo, irritada e surpresa.


 


-Eu sei- Ela responde, também irritada- Mas essa guerra já dura há muitos anos, todos os dias mais pessoas, muitos inocentes, morrem por conta dela e, o rei me fez esta proposta de você casar-se com o seu filho, eu aceitei.


 


-Você nem sequer me perguntou!- Exclamo, sentindo a raiva pulsar sobre mim..


 


-Não, pois não há nada a ser discutido, é minha decisão final- Não posso acreditar no que ouço- Por favor, pense no Reino..- Ela começa seu discurso como sempre, mas desta vez a interrompo.


 


-No Reino? Eu só penso no Reino!- Digo, muito irritada, sentindo uma pontada de dor em meu peito.


 


-Pois seja bem- vinda a vida na Corte- Ela simplesmente fala- Você não tem um treinamento a fazer?- Ela começa a mudar de assunto, mas eu a interrompo.


 


-Eu odeio você!- Grito e saio correndo para o meu quarto, sem me preocupar com a postura ou tudo que me foi ensinado, é provável que se ela não fosse minha mãe eu fosse sentenciada a morte por falar assim com a Rainha, o que me deixa ainda mais irritada.


 


-Arianne!- Ouço uma voz me chamar mas a ignoro, indo em direção aos jardins. Chegando lá, sento-me em um banco e ponho minhas mãos sobre meu rosto..’’tudo isso é ridículo..’’ penso comigo mesma, muitos sentimentos passam por mim, me deixando mais confusa do que jamais estive.


 


- Oi..- Ouço uma voz perto de mim e levanto meu rosto.


 


-Andry?- Percebo quem é na hora, meu melhor amigo, que deveria estar na Patrulha, na minha frente, seus cabelos negros caem de seu coque sobre seu rosto, ele está em uma forma muito melhor desde a última vez que nos vimos.


 


-Oi- Ele fala sorrindo, revelando seus lindos dentes- Má hora?- Ele pergunta.


 


-Não, não..- Eu digo, me levantando rápido- Não entendo..- Começo a dizer, com um sorriso, correndo para um abraço- Senti sua falta..- Digo, enrolando meus braços sobre seu pescoço enquanto ele faz o mesmo em minha cintura.


 


-Eu também, Ary- Ele diz, depois de alguns segundos o abraço acaba e nós dois nos sentamos.


 


-O que faz aqui?- Pergunto animada.


 


-O Comandante disse que meus serviços seriam muito úteis nos arredores do palácio, ainda não sei se isso é bom- Ele fala, rindo.


 


-Eu acho isso muito bom!- Digo e nós dois sorrimos.


 


-Eu vi que choravas..- Ele fala, calmamente.


 


-Bom..isso não importa agora- Digo simplesmente e meu amigo me encara- É sério, não é nada! Agora..que tal um passeio?- Falo, puxando Andry, que não parece satisfeito com minha resposta.


 


-Tudo bem!- Ele diz, concordando enfim, e nós dois caminhamos pelos jardins, observando a natureza a nossa volta- Lembro- me de quando éramos crianças e corríamos por estes jardins..- Ele fala, em devaneio.


 


-Eu também- Respondo rindo, memórias passam por minha mente e os raios do sol da tarde refletem sobre as águas do rio a nossa frente.


 


-Olha Ary, eu..-Ele começa a falar, virando-se para mim, porém, somos interrompidos por um estrondo.


 


-O que foi isso?- Pergunto, alarmada.




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Autor(a): erika_0ms

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).




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