Fanfic: Hunter: Carniceiro de Aluguel | Tema: The Witcher
[HEYTHAN ON]
O Hunter saiu logo após pedir para Eric examinar o corpo e descobrir o máximo possível sobre a coisa, subiu as escadas do porão calmamente, passou pelo grande salão aonde percebeu que Margarete ainda caçava a barata que parece ter fugido, abriu a pesada porta de madeira e saiu, o Sol estava a pino o que indicava meio dia, seguiu a orientação do Mestre da Vila assim que saiu e foi para perto da rua se virou para Oeste e foi quando percebeu uma pequena colina do qual havia ao que parecia ser uma pequena igreja de pedra por dentro de pequenos muros cobertos com musgo, plantas trepadeiras e folhas, seguiu a pequena estrada que guiava até lá, após alguns minutos quando chegou ao local teve uma melhor noção dele.
Pontar era um vilarejo pequeno, mas haviam muita lápides no cemitério, era um lugar que era banhado pelo Sol dês do nascer até seus últimos raios o que acarretava em muitas plantas pelo local, os túmulos eram bem enfeitados com flores e outras plantas, não eram túmulos ricos o máximo que alguns tinham era um círculo ou um retângulo feito de pedras em torno do túmulo para demarcar o local junto da lápide, mas mesmo com tão pouco dava para se ver que o pacato povo de Pontar cuidava bem dos seus, até mesmo depois da morte, logo o Hunter percebeu que haviam habitantes do vilarejo lá, alguns conversavam tristemente enquanto observavam um túmulo, uma mulher em especial chamou a atenção de Heythan pela maneira que ela se referia ao fantasma, ela chorava e praguejava de joelhos ao túmulo do que parecia ser de seu filho, em certo momento quando a tristeza enfraqueceu um pouco e a raiva dominou, ela mais uma vez praguejou contra a coisa
Mulher: MALDITA SEJA ELA, MALDITA SEJA AMÉLIA, NEM OS DEMONIOS DO INFERNO QUISERAM A SUA ALMA...
Assim que ouviu o que a mulher disse Heythan parou de procurar o primeiro nome da lista nos túmulos e a observou mas logo ela foi consumida pela tristeza de novo e voltou a chorar o que forçou ele a observar a lista novamente, e assim foi achando cada um dos nomes e observando suas idades
Heythan: Tulipa 22 anos..., Jorge 17 anos..., Eibran 20 anos..., Lara 19 anos, todas as vítimas tem entre 16 e 25 anos, até os desaparecidos se encaixam nesse padrão, pode ser coincidência já que são eles que vão se encontrar na floresta a noite, vamos ver aonde encontraram os corpos, talvez isso diga mais -Ele disse sussurrando e saindo do cemitério mas ouviu uma outra mulher falar com ele-
Mulher: Senhor, espere por favor
Assim que Heythan ouviu permaneceu de costas e inclinou um pouco a cabeça por cima do ombro
Mulher: O senhor...é um Hunter não é? Um caçador de monstros
O homem finalmente revelando um fragmento de seu rosto levantou um pouco a aba do grande chapéu vermelho sangue, mostrou um dos olhos, tinha uma cor vermelha rubi com uma fina íris negra no meio
Mulher: Graças aos deuses, está aqui por aquela praga não é?
Heythan: Sim, estou
Mulher: O povo de Pontar não tem muito a oferecer, mas aquela coisa já levou muitos de nossos filhos, muitos de nossos entes queridos -Nesse momento lágrimas cobriram os olhos da senhora que olhava para um túmulo ao lado com o nome Tulipa escrito na lápide- Ela levou minha menininha, ela era muito boa, tinha toda a vida pela frente, eu lhe peço do fundo do coração destruído de uma mãe, por favor -Ela começou a chorar mas não parou de falar- por favor eu lhe imploro, traga a cabeça daquilo em um gancho
Após ouvir isso Heythan foi perto ao muro e colheu algumas flores que cresciam junto a relva e as depositou no túmulo
Heythan: Trarei paz a Pontar, eu prometo - Assim que falou se virou e saiu do cemitério-
Os locais geralmente eram próximos uns dos outros e ficavam nas encostas da floresta, ele visitou cada um deles mas os mais antigos não tinham nada mais que mostrar pois se havia alguma pista ou algo que fosse útil em meio a tudo aquilo o tempo junto do clima e do ambiente haviam apagado sua existência, mas o último e mais recente tinha algo a contar, assim que chegou no local do corpo viu pedaços de carne estraçalhados e jogados pela região, o solo manchado de sangue e uma série de folhas amassadas e quebradas
Heythan: O corpo foi achado aqui mas ele não foi atacado aqui, vejamos a onde essas pegadas me levam -Começou a seguir os rastros- são longas e profundas, ele estava correndo, então esse corajoso viu a coisa mas conseguiu correr, ele deve ter visto mas a coisa não soltou o grito então o garoto não teve “sua alma congelada" -Falou em tom cômico mas logo sua expressão mudou ao olhar para o chão e ver um botão de camisa jogado em meio as folhas- se isso realmente for do garoto ele viu o monstro e correu, mas o monstro também o viu e perseguiu sua presa, o garoto achou que tinha escapado e foi pego, acho que já está na hora de conversar com o homem que supostamente viu a criatura
O caçador se levantou e começou a caminhar novamente para o vilarejo, logo após chegar e percorrer toda a rua principal até finalmente avistar a taberna, ele adentrou no estabelecimento, o local tinha algumas pessoas, um pequeno grupo de três homens que encarou o Hunter assim que estrou na taberna, outros dois que não paravam de gargalhar e um homem isolado no canto do local bebendo com uma expressão triste e assustada e que se encaixava nos características do Biu, Heythan foi caminhando lentamente em direção a ele
Heythan: Seu nome é Biu não é? Aquele que teria visto a criatura
Biu: Se veio me dizer que eu deveria parar de beber, que eu estava mentindo ou que eu não deveria brincar com isso, vá embora é me deixe em paz -Ele disse sem olhar o homem parado em sua frente e dando um grande e longo gole na caneca de cerveja-
Heythan: Pelo contrário, eu acredito em você e quero saber dessa história -Ele disse se sentando na cadeira na frente de Biu-
Biu: Eu já disse que não estou com humor para... -Nesse momento Biu levantou o rosto e viu a estranha figura na sua frente com apenas um olho vermelho amostra o encarando- você...você é um carniceiro...um matador de monstros
Heythan: Sim, estou aqui pelo bixo, por isso quero saber sua história
Biu: Mesmo que eu te contasse não acreditaria em mim -Ele falou bebendo mais uma vez-
Heythan: Eu já vi muita coisa estranha, posso fazer um esforço -O caçador disse em tom cômico-
Biu: Acreditaria se a coisa tivesse me visto e não me atacou?
Heythan: Acreditaria e diria que estou ainda mais interessado
Biu: Depois não diga que não avisei -Deu mais gole e começou a contar- faz mais ou menos quinze luas, eu tinha ficado até mais tarde nos campos para terminar de arar a terra pois tinha perdido a noção do dia aqui na taberna, quando finalmente terminei já era tarde da noite e a Lua iluminava todo o caminho, moro um pouco afastado da vila, poucos metros da antiga casa daquela bruxa da Amélia, mas quando eu estava passando perto de lá, senti como se estivesse sendo observado, mas não por alguém e sim por algo, senti um calafrio percorrer todo o meu corpo e do nada o ar ficou frio e pesado e um cheiro de carne podre misturado com morte infectou o ar da noite, foi então que eu vi saindo de trás da casa a coisa
Heythan: Como era a coisa? Consegue se lembrar dos detalhes?
Biu: Eu nunca esqueceria aquilo, não tinha pernas mas flutuava, vestia uma roupa branca mas estava toda rasgada aonde devia ter penas, toda suja de algo que não era terra mas era negro junto com o que parecia sangue, era magra e verde, tinha partes que a pele se descolava da carne, seu cabelo negro flutuava e seus olhos eram grandes e vermelhos, mas não como os seus, os dela tinham um brilho macabro e sinistro, mas a boca era o pior
Heythan: A boca?
Biu: Sim, os lábios ou o que deveriam ser lábios vinham de orelha a orelha, era como se a boca fosse maior que a cabeça e quando ela abriu eu vi vários dentes, finos e longos que formavam um sorriso que só o diabo achava bonito e a língua era longa e pontuda, fiquei paralisado de medo quando a coisa me encarou, mas graças aos deuses ela foi embora, virou um monte de fumaça verde e preta e desapareceu -Finalizou a história bebendo o último gole que havia na caneca-
Heythan: A coisa te viu mas não te atacou?
Biu: Graças aos deuses não
Heythan: Quantos anos tem?
Biu: Completo este ano meus 49 anos, porque a pergunta repentina?
Heythan: Curiosidade... -Ele disse pensativo-
Biu: Eu disse que não ia acreditar
Heythan: Na verdade eu acredito em você Biu, agora quanto a essa Amélia do qual a população gosta tanto, disse que a coisa estava perto da casa dela não é? E que ela mora alguns metros antes da sua casa?
Biu: Sim, se quiser ir até a casa dela, a estrada que leva fica logo do lado do final dos campos de trigo, mas duvido que vá conseguir alguma coisa dela -Ele disse dando uma leve risada e olhando para o final da caneca-
Heythan: Mulher de temperamento difícil?
Biu: Sem dúvida, ranzinza, irritada, uma mulher desprezível a única pessoa que ela amava era àquele maldito do marido dela, que a terra lê seja leve, mas é outra coisa que vai te impedir de falar com ela
Heythan: Quem ou o que?
Biu: Amélia morreu a dez anos
Heythan: O que? -Ele disse curioso-
Biu: Ela se foi a muito tempo, o povo da vila até diz que a coisa é o espírito dela que voltou em forma de demônio para nós atormentar...quanta baboseira
Heythan: Talvez nem tanto -Falou sussurrando-, obrigado pelas informações e pela conversa Biu, aqui, tome isso -O Hunter colocou a mão em uma bolsa por dentro do sobretudo e deixou duas moedas de ouro sobre a mesa- vai te conceder mais algumas dozes
Biu: Muito obrigado senhor, beberei pela morte daquela coisa
Heythan se virou e começou a andar em direção a porta da taberna e saiu, andou lentamente até o casarão no final da rua, conforme caminhava algumas pessoas o percebiam e cochichavam algo entre eles, crianças olhavam curiosas mas logo voltavam a brincar, chegou na porta do casarão e entrou, recebeu novamente o amargo olhar de Margarete mas sem si importar e desceu as escadas do porão e se deparou com Eric sentado em uma cadeira na frente do corpo
Eric: Finalmente retornou
Heythan: O que descobriu?
Eric: Bom é um espectro provavelmente humanoide, é um Devorador de Almas, tem garras afiadas junto de uma provável boca enorme e cheia de dentes longos e pontudos ambos com veneno, seu grito consegue causar pavor ao ponto de paralisar a vítima, provavelmente uma hipnose sonora, forte o suficiente para partir um crânio e gosta de cérebros em especial talvez pela carga hormonal e você?
Heythan: Provavelmente a história toda, mas quanto a última vítima, eu apenas descobri que aonde o corpo foi localizado não é aonde foi morto, ele viu a coisa e conseguiu correr mas deve ter parado depois de um tempo
Eric: Então a coisa chegou por trás e mordeu a região da clavícula ao mesmo tempo que enfiava as garras nas coxas para impedir que ele voltasse a correr, isso explica o estado do corpo
Heythan: Senhor Gregor a quanto tempo é Mestre da Vila?
Gregor: Há vinte anos, porquê?
Heythan: Imagino que lembre-se do nome Amélia, certo?
Gregor: Sim, lembro-me bem, mas aonde ouviu tal nome?
Heythan: No cemitério, uma mulher praguejava contra ela e Biu me contou que a população acha que o monstro é o espírito dela que voltou do túmulo
Gregor: É apenas uma lenda local
Heythan: Com todo o respeito mas, se lendas fossem apenas lendas não existiriam Hunters
Gregor: Já quer tanto assim...A muitos anos atrás um casal vivia mais afastado da vila, Amélia e seu vagabundo marido Valdo, um homem do tipo mais desprezível, trabalhava para beber e bebia para trabalhar, agressivo, mal educado, ranzinza e adorava arrumar confusão com tudo e todos a única pessoa que gostava dele era Amélia que estava perdidamente apaixonada por ele e como ele retribuiu isso? Batendo nela, mal tratando e traindo ela com qualquer prostituta que passava pela cidade, uma noite quando bebeu mais do que devia acabou arrumando confusão na taberna, apanhou de uns e foi expulso pelo taberneiro, mas a pequena filha do ferreiro estava voltando de uma entrega que foi fazer para o pai e por azar do destino encontrou com aquele maldito, ele bateu nela e a arrastou para o meio dos campos, começou a arrancar a roupa dela, por sorte a garota conseguiu gritar e a população chegou antes de uma desgraça acontecer, como diz a lei do reino que Pontar pertence: "Estupradores pagam com a vida", ele foi enforcado pela própria população, mas Amélia não acreditou nisso e achou que tínhamos matado ele pôr o odiar, desesperada e consumida pela dor ela tirou a própria vida, mas não antes de jurar por sua alma que faria Pontar pagar por ter interrompido o amor dos dois e nós nunca teríamos sossego novamente, quando ela morreu a população estava tão indignada que não a enterraram no cemitério, cavaram uma cova no meio da floresta e jogaram seu corpo lá para ser esquecido e consumido pelo tempo, um túmulo sem lápide, como eu disse, apenas uma lenda
Nesse momento Eric olhou Heythan no único olho que o chapéu não tampava
Eric: Quem diria, por essa eu não esperava
Heythan: A história bate com a descrição de Biu e o motivo bate com as vítimas
Gregor: Não estou entendendo senhores
Heythan: A população está certa, a coisa que está matando vocês a dois anos é o espírito de Amélia
Gregor: O QUE? COMO ASSIM?
Heythan: Quando alguém é muito apegado a vida, algo, alguém ou a algum lugar, quando morrer sua alma não faz a travessia e vaga na terra como um espectro mas quando alguém com um sentimento ruim e extremamente forte morre, se torna um Devorador de Almas por sua alma não conseguir fazer a travessia devido ao forte desejo de vingança
Gregor: Isso o jovem Eric havia dito, mas como esse monstro pode ser Amélia?
Heythan: O sentimento de raiva e ódio a consumiu e sua alma não adquiriu o descanso eterno e retornou para sua vingança, isso explica porque todas as vítimas tem entre 16 e 25 anos, deixe-me adivinhar das vítimas todas tinham alguém que amavam ou tinha boatos sobre estarem juntos com alguém e Biu não é casado certo?
Gregor: A esposa de Biu morreu a quatro anos, ele tem dois filhos e uma filha que vem duas vezes o visitar a cada estação e sim todas as vítimas tinham pelo menos boatos que estavam juntos com alguém, mas como sabe disso Mestre Hunter?
Heythan: Simples, Amélia está se alimentando de suas vítimas, mas não está matando por fome, está matando por vingança, ela deve pensar que como tiraram o amor da vida dela nada mais justo que fazer o mesmo, isso explica o do porquê Biu foi ignorado quando se deparou com a coisa
Gregor: Ele estava bêbado, ou inventou tudo
Heythan: Eu pensei a mesma coisa, mas ele não deu qualquer tipo de descrição duvidosa, muito pelo contrário ele descreveu perfeitamente e detalhadamente uma Banshee
Eric: Uma Banshee? Nunca vi uma ou enfrentei...
Heythan: Então está com sorte, mas voltando ao assunto, tudo bate perfeitamente, a história, a lenda, as vítimas, o motivo
Gregor: Mas Amélia morreu a dez anos e os ataques começaram a dois
Eric: Isso só fortalece a explicação, muitos acham que se você não fizer a travessia você rapidamente vira um fantasma, mas está errado, seu corpo é a única maneira de sua alma interagir com o plano físico, quando ela o abandona, mas a alma permanece na terra, até um novo corpo se formar se é que dá para chamar aquilo que os espectros tem de corpo, pode demorar anos, Amélia morreu a dez e os ataques começaram a dois, ou seja ela demorou oito anos para conseguir um pedaço de carne podre para chamar de corpo e se tornar uma Banshee
Gregor: Que os deuses sejam misericordiosos -Ele disse se sentando na cadeira- não há como acalmar o espírito e manda-lo para o outro mundo?
Heythan: É possível, mas já é tarde demais para ela
Eric: Quando uma alma não ganhou um novo corpo ainda, ela pode ser acalmada e persuadida a abandonar esse mundo e seguir adiante, se nesses oito anos uma Necromante tivesse conseguido contatar Amélia para vocês tentarem acalma-la, seu espírito teria ido para o plano espiritual, mas quando uma alma consegue um novo corpo o desejo que a manteve na terra consome ela por completo no caso de Devoradores de Almas é ainda pior, pois viram uma coisa sedenta por sangue e morte consumida pelo ódio, ciúmes, inveja ou raiva
Gregor: Então há apenas uma solução para o bem de Pontar e de nossos jovens...
Heythan: A Banshee tem que ser destruída
Eric: O leão negro da fortaleza Karleg contra a Banshee, essa eu vou querer ver
Heythan: Assim que ela sair para caçar novamente vamos espera-la e mata-la
Eric: Mas não sabemos o seu covil
Heythan: Sabemos sim, está usando a antiga casa como moradia
Gregor: Então ir de dia não seria melhor?
Heythan: Não adiantaria, espectros podem alterar entre forma física e espiritual, e só saem a noite pois o Sol é letal para eles, mesmo que fôssemos até lá tudo que acharíamos era uma casa abandonada, o corpo foi achado a dois dias certo?
Gregor: Sim, porque?
Heythan: Ela deve estar faminta então, vai sair essa noite
Eric: Certo, vou preparar óleos, virotes para as bestas e produzir a isca
Heythan: Me encarrego de poções e bombas então
Eric: Vamos matar uma Banshee
Autor(a): heythan
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