Fanfic: Fire on Fire | Tema: VONDY

“Aconteça o que acontecer, os dias ruins passam, assim como todos os outros.

William Shakespeare

Christopher

  Caralho! Eu estava atrasado. Não , eu estava muito atrasado! Quando o despertador tocou, tudo o que implorei foi que conseguisse somente mais cinco minutos para descansar um pouco mais o corpo, e eu consegui ,só que ao invés disso repousei mais cinco minutos por 5 vezes. Resultado? Estou á 25 minutos atrasado .

Corri, esbarrei em algumas coisas pelo caminho, pisei em um prego que não sei porque motivos o mesmo estava no chão do meu quarto, até parei no momento para tentar me lembrar o porque dele estar ali, mas em seguida lembrei o quão atrasado eu estava , ai voltei novamente com a correria. Eu tinha somente dez minutos para me arrumar, comer algo e sair de casa. Talvez eu esteja querendo demais, mas eu tinha que ser otimista.  Foi isso o que ela me ensinou né?

Ela sempre diz : “Seja otimista Chris, tente ver tudo pelo lado bom e você irá conseguir.”

OK estou fazendo meu trabalho, só espero que o universo, destino ou qualquer que seja colabore também.

Após vestido, saio do meu quarto as pressas e vou para a cozinha caçar algo para comer, encontro  sobre o canto esquerdo da pia ,dentro da fruteira uma maçã, não hesitei em pegá-la, de forma alguma eu procuraria outra coisa. A maçã serviria. Enquanto mordia um pedaço da mesma fui apressado em direção á sala e peguei minha mochila e as chaves em cima do sofá . Tranquei a casa e assim que olhei no retrovisor para dar a ré no carro me vi sem meus óculos. Porra, eu precisava tomar algum medicamento para a memória, eu tinha um certo problema em esquecer das coisas mais bobas possíveis. Como diz Dulce, eu só não esquece meu pau em casa por duas razões.

Primeira: porque estava agarrado em mim.

Segunda: Porque eu precisava dele para trabalhar.

Ri lembrando da forma como ela falava a segunda, mais ela estava certa. Eu precisava dele .

Saio do carro e corro para dentro de casa, acho os óculos e retiro as lentes de contato.  Eu só precisaria delas á noite. Assim que chego na avenida principal percebo o engarrafamento. Puta que pariu. Não é possível ! Tento mais uma vez ser otimista. O dia só estava começando. Chequei o celular na tentava de ligar para algum colega afim de avisar meu atraso. Celular sem rede. OK .  “Seja otimista” - Ouço a voz dela em meus pensamentos. Após 15 minutos o trânsito finalmente começa a andar. Mais 7 minutos e vários sinais ultrapassados estou entrando na faculdade. Escuto dois colegas do campos me cumprimentando mais não me viro para responder. A faculdade era grande, então eu literalmente corro, como se não tivesse feito isso desde que acordei. Após duas batidas ,a porta da sala 317 é aberta por uma senhora de estatura baixa, cabelos grisalhos e cara fechada. Merda, quando você  acha que não pode piorar…

Antes que eu falasse algo ela levanta a mão direita  fazendo um gesto para que eu me cale e depois faz um sinal para que eu entre . Assim que passo por ela, a ouço dizer:

- Senhor Uckermann?

-Sim senhora Parkins? - Me viro em sua direção já sabendo o que eu escutaria a seguir.

- O Sr. poderia me explicar que cheiro de podre é este que te acompanha? - Como se já não tivesse atraído toda atenção da turma para mim assim que entrei, a bruxa velha da Parkins ainda me faz uma pergunta destas já sabendo a resposta.

- Acontece que eu tive eu pequeno acidente de percurso Sra Parkins.

- Acidente? - diz cruzandos os braços e me medindo de cima a baixo.

-Sim, acontece que eu vim correndo para não perder a prova e acabei pisando em fezes de um animal.- digo essa última parte em voz baixa.

- Desculpa Sr. Uckermann, mas eu não o ouvi. Será que pode repetir? - Repito novamente um pouco mais alto para ela.

-Entendi. - Falou mais alto. - Então o senhor veio correndo e pisou em um cocô? - Imediatamente ouço risadas baixas e cochichos . - Filha da puta!

- Sim, isso mesmo. Mas eu vou no banheiro limpar os sapatos e volto pra fazer a prova.

-Negativo Sr. Uckermann. Se o senhor sair por aquela porta não poderá fazer a prova.- Ela só podia estar zoando com a minha cara.

- Mas Sr. parkins serei rápido …

- Sinto muito, mas você decide. Ou sai pra limpar seu sapato e não faz a prova ou faz a prova assim mesmo com este cheiro de podre- diz fazendo uma careta no final.- Caso escolha ficar assim mesmo sugiro que peca  desculpas aos seus colegas de turma pelo seu cheiro.

Como o dia ja estava uma merda mesmo eu decidi ficar. Me virei e fui em direção a única cadeira  vaga que tinha na sala. Acreditem se quiserem, a cadeira ficava no meio da sala. Ótimo! O cheiro da bosta se espalharia igualmente. Ouvi risadinhas e comentários bestas durante toda a prova. Assim que terminei fui ao banheiro limpar meu sapatos .Quando saio do banheiro sinto o celular vibrar no bolso, pego sem olhar quem é.

-Christopher

- Ei meu bem, bom dia. Mas ainda nem é a tarde e você já está de mau humor Chris? - Ela diz com a sua voz melodiosa e animada de sempre

- Sim porra, estou. Porque ,não posso caralho? - digo com raiva e bufando

- ou ou ou, calma aí boneco . Sou eu, sua amiga lembra? O que houve?- sinto que ficou um pouco chateada

- Desculpa, desculpa. O dia hoje está sendo uma grande merda e você é primeira com quem falo hoje e eu só queria colocar tudo pra fora. Você não tem nada haver com isso - respondo arrependido

- Hum, ok. Eu te liguei pra saber se queria almoçar comigo e talvez desabafar sobre seu dia. o que acha?

-Ah baby eu não sei, talvez…-

- Talvez nada chris, não começa inventar desculpas não. Tô te esperando no restaurante de sempre em meia hora.- e desliga. A abusada nem esperou minha resposta. Bufo novamente irritado e vou em direção ao carro.

Aguardo resposta de vocês caso queiram que eu continue . Uma ótima noite á todos(as).