Fanfics Brasil - | 8 | Lick ADP Levyrroni

Fanfic: Lick ADP Levyrroni | Tema: Levyrroni


Capítulo: | 8 |

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William desceu as escadas sete horas depois, com uma toalha envolvendo o quadril. Penteara o cabelo molhado para trás, revelando as tatuagens à perfeição, definido o tronco delgado e os braços musculosos. Havia bastante pele à mostra. O homem era um banquete visual. Fiz um esforço consciente para manter a língua dentro da boca. Apagar o sorriso de boas-vindas do rosto ficou além das minhas habilidades. Eu havia planejado ficar tranquila, só para não assustá-lo. O plano falhara.


–O que você está fazendo? –perguntou ele.


–Nada demais. Você recebeu uma entrega. –Apontei para as sacolas e caixas ao lado da porta durante todo o dia, ficara refletindo sore o nosso problema. A única coisa que conclui foi que eu não queria que o nosso tempo juntos acabasse. Eu não queria assinar os papéis da anulação. Não ainda. Só a ideia de realizá-lo me fazia querer recomeçar a vomitar. Eu queria William. Queria estar com ele. Precisava de um plano novo.


A almofadinha do meu polegar esfregava no meu lábio inferior, de um lado para o outro, de um lado para o outro. Mais cedo, tinha ido caminhar na praia, fiquei olhando as ondas se quebrarem na costa e rememorei o beijo. Vezes sem conta, eu o revivi em minha mente. O mesmo aconteceu com as nossas conversas. Na verdade, dissequei cada um dos nossos momentos juntos, explorei cada nuance. Todos os momentos de que conseguia me lembrar, de todo modo, e me esforcei muito para lembrar de tudo.


–Uma entrega? –Ele se agachou ao lado do pacote mais próximo e começou a rasgar a embalagem. Desviei o olhar antes que eu conseguisse vislumbrar algo toalha acima, apesar de estar tremendamente curiosa.


–Importa-se seu eu usar o telefone? –perguntei.


–May, não precisa perguntar. Pegue o que precisar.


–Obrigada. –Lauren e meus pais provavelmente estava de cabelos em pé, imaginando o que estaria acontecendo. Era hora de enfrentar s repercussões do episódio das nádegas expostas. Gemi por dentro.


–Este é para você. –Ele me passou um pacote num papel pardo amarrado com um barbante, além de uma sacola de compras de uma marca da qual nunca ouvi falar. –Ah, pela aparência, este também.


–Para mim?


–É. Pedi a Martha que comprasse algumas coisas para a gente.


–Hum.


–Hum? Nada disso. –William balançou a cabeça. Depois se ajoelhou diante de mim e rasgou o pacote nas minhas mãos. –Nada de “hum”. Precisamos de roupas. Simples assim.


–É muita gentileza sua, William, mas estou bem assim.


Ele não estava prestando atenção. Em vez disso, suspendeu um vestido vermelho do mesmo tamanho diminuto daqueles que as moças da mansão estiveram usando.


–Que porra é essa? Você não vai usar isto. –O vestido de grife saiu voando pelos ares, e ele abriu a sacola aos meus pés.


–William, você não pode ficar jogando roupas no chão.


–Claro que posso. Pronto, isto é algo melhor.


Uma blusinha preta caiu no meu colo. Pelo menos uma que parecia ser do tamanho certo. O vestido vermelho justo fora uma piada, com seu tamanho 36.  Muito provavelmente uma piada de mau gosto, considerando-se a antipatia de Martha por mim em L.A. Tudo bem.


Uma etiqueta pendeu da blusa. O preço. Caramba. Eles não podiam estar falando sério.


–Uau. Eu poderia pagar algumas semanas do aluguel do meu apartamento com esta blusa.


À guisa de resposta, ele me lançou um par de jeans pretos.


–Pega. Esses parecem ok também.


Deixei a calça jeans de lado.


–É só uma blusa simples de algodão. Como pode custar duzentos dólares?


–O que acha disto? –Um pedaço de seda verde ficou pendurado na mão dele. –Legal, né?


–Eles costuraram com fios de ouro? É isso?


–Sobre o que você está falando? –Ele se juntou ao vermelho do chão. Minhas mãos coçavam para resgatá-los, dobrá-los e guardá-los direitinho. Mas William simplesmente rasgou o pacote seguinte. –O que você está dizendo?


–Estou falando sobre o preço desta blusa.


–Cacete, não. Não vamos falar sobre o preço da blusa, porque não vamos falar sobre dinheiro. Esse é o um problema para você e não vou tocar nesse assunto. –Uma microssaia jeans apareceu em seguida. –Mas que porra Martha estava pensando quando encomendou esse tipo de coisa para você?


–Bem, sendo muito justa, você costuma ter garotas de biquíni penduradas em você. Em comparação, o vestido azul é até que bem recatado.


–Você é diferente. Você é minha amiga, não é?


–Sou. –Eu não consegui acreditar completamente no tom da minha voz.


À testa dele se enrugou em sinal de desdém.


–Maldição. Olhe para o comprimento disto. Não dá nem para saber se é uma saia ou um maldito cinto.


O riso explodiu de mi e ele me olhou feio, os imensos olhos azuis de filhotinho revelando pesar e descontentamento. Obviamente, feri os sentimentos dele.


–Desculpe –disse eu –Mas você pareceu meu pai.


Ele enfiou a microssaia de volta na sacola. Pelo menos não foi parar no chão.


–Verdade? Seu pai e eu deveríamos nos encontrar. Acho que vamos nos dar muito bem.


–Quer conhecer meu pai?


–Depende. Ele vai atirar em mim?


–Não. –Provavelmente não.


Ele me lanço um olhar curioso e partiu para a sacola seguinte.


–Isto está melhor. Pegue.


Ele me passou duas camisetas básicas, uma preta e outra azul.


–Não acho que você deveria estar escolhendo roupas de freira para mim, meu caro amigo –comentei, confusa com seu comportamento –É um tanto hipócrita.


–Não são roupas de freira. Apenas cobrem o essencial. É pedir demais? –A sacola seguinte foi passada para mim em sua integridade. –Pegue.


–Mas você tem que admitir que isso é um pouquinho hipócrita, não acha?


–Não admito nada. Adrian me ensinou isso há muito tempo. Olhe na sacola.


Olhei na sacola e ele explodiu numa gargalhada; sem dúvida, minha expressão deve ter sido hilária.


–O que é isto? –perguntei, tão admirada que os olhos me saltaram. Poderia ser considerada uma tanga se os fabricantes tivessem investido um pouco mais de tecido na peça.


–Estou te vestindo como uma freira.


–La Perla. –Li na etiquetam depois a virei para ver seu preço.


–Caramba, May. Pode não olhar o preço, por favor? –William mergulhou em cima de mim e eu deitei para trás, tentando enxergar os números na etiqueta que balançava e que era maior que o pedacinho de renda. A mão grande dele se fechou sobre a minha, engolfando a tanga. –Não. Pelo amor de Deus.


Minha cabeça bateu na beira de um degrau e fiz uma careta de dor, sentindo os olhos se encherem de lágrimas.


–Ai!


–Tudo bem? –O corpo dele se esticou sobre o meu. Uma mão esfregou o meu crânio com cuidado.


–Aham, sim. –O cheiro do sabonete e do shampoo dele era o paraíso, que Deus me ajudasse. Porém, era mais do que isso. A colônia dele. Não era forte. Apenas um vestígio de perfume. Havia alfo de tremendamente familiar nele.


A etiqueta pendurada bem na minha frente, contudo me distraiu momentaneamente.


–Trezentos dólares?


–Vale a pena.


–Puta merda. Não, não vale, não.


Ele segurou a tanga na ponta do dedo, com um sorriso divertido no rosto.


–Confie em mim. Eu teria pago dez vezes mais por ela. Sem fazer perguntas.


–William, eu conseguiria uma peça igualzinha pelo décimo desse valor numa loja normal. Isso é insano.


–Não, não conseguiria. –Ele equilibrou o peso no cotovelo apoiando no degrau ao lado da minha cabeça e começou a ler a etiqueta. –Veja bem, esta renda incrível foi feita à mão por artesoes locais de uma pequena região no norte da Itália, famosa exatamente por esse tipo de trabalho manual. Foi feita da mais delicada das sedas. Gata, você não compra isso no Walmart.


–Não, acho que não.


Ele emitiu um suave zunido de prazer e me fitou com olhos suaves e sonhadores. Em seguida, seu sorriso desvaneceu. Afastou-se e apertou a tanga na mão.


–Bem, é isso.


–Espere. –Meus dedos se curvaram ao redor do seu bíceps, mantendo-o no lugar.


–O que foi? –perguntou, a voz contraindo.


–Só me deixe.... –Ergui o rosto até o pescoço dele. O cheiro era mais pungente ali. Inspirei fundo, ficando embriagada com a essência dele. Fechei os olhos e me lembrei.


–Maite? –Os músculos do braço dele se flexionaram e ficaram rijos. –Não sei bem se essa é uma boa ideia.


–Estivemos nas gondolas do Venetian. Você disse que não sabia nadar, que eu teria que salvá-lo se adernássemos.


O pomo de Adão dele saltou.


–Isso mesmo...


–Fiquei aterrorizada por você.


–Eu sei. Você me apertou tanto que eu mal consegui respirar.


Afastei-me para ver seu rosto.


–Por que acha que ficamos tanto tempo nelas? –perguntou ele –Você estava praticamente sentada no meu colo.


–Você sabe nadar?


Ele riu baixinho.


–Claro que sei nadar. E nem acho que a agua fosse tão profunda assim.


–Foi uma armadilha. Você é cheio de truques, William Levy.


–E você é engraçada, Maite Perroni. –O rosto dele relaxou, os olhos se suavizaram novamente. –Você se lembrou de alguma coisa.


–Lembrei.


–Que maravilha. Mais alguma coisa?


Lancei um sorriso triste.


–Não, lamento.


Ele desviou o olhar, desapontado, acho, mas tentando não demonstrar.


–William?


–Hum?


Inclinei-me pra frente para pressionar meus lábios nos dele, querendo beijá-lo, precisando beijá-lo. Ele se retraiu de novo. Minha esperança afundou.


–Desculpe. Eu sinto muito.


–May. O que está fazendo?


–Beijando você?


Ele nada disse. Com o maxilar rijo, desviou o olhar.


–Você pode me beijar e me abraçar, e comprar lingerie absurdamente cara, e eu não posso beijá-lo também? –Minhas mãos escorregaram para as dele e ele as segurou. Pelo menos, ele não estava me rejeitando por completo.


–Por que quer me beijar? –perguntou ele com a voz séria.


Observei nossos dedos entrelaçados por um momento, ordenando meus pensamentos.


–William, duvido que um dia eu vá me lembrar de tudo sobre aquela noite em Vegas. Mas achei que poderíamos, quem sabe, criar novas lembranças este fim de semana. Algo que nós dois possamos partilhar.


–Só este final de semana?


Meu coração tomou conta minha garganta.


–Não. Não sei. Eu só... sinto que poderia existir mais entre nós.


–Mais do que amizade? –Ele me observou com olhos atentos.


–Sim. Gosto de você. Você é gentil e atencioso, bonito e fácil de conversar. Quando estamos discutindo sobre Vegas, sinto....


–O quê?


–Que este final de semana é uma segunda chance. Não quero deixá-la escapar. Acho que me arrependeria disso por muito tempo.


Ele assentiu, depois inclinou a cabeça.


–Então, qual era o seu plano? Só me beijar e ver o que aconteceria?


–Meu plano?


–Sei tudo a respeito de você e dos seus planos. Você me contou o quanto é exagerada com planos.


–Eu contei isso? –Eu era uma idiota. –Contou. Me contou especialmente a respeito do grande plano. –Ele me encarou com olhos intensos. –Sabe... acabar os estudos, depois os três a cinco anos para se estabelecer numa empresa média antes de se mudar para outra empresa de maior prestigio e começar seu negócio próprio quando estiver uns trinta e cinco anos. Então, talvez ainda houvesse tempo para algum relacionamento e arranjar os irritantes dois ou quatro filhos, tirando isso também do caminho.


Minha garganta ficou subitamente seca, um lugar inóspito.


–Falei bastante naquela noite.


–Hum. Mas o interessante foi como você não se referiu ao plano como algo bom. Você falou dele como se fosse uma gaiola e você estivesse surrando suas barras.


Eu não tinha nada a dizer.


–Então, por isso... –disse ele com suavidade, me provocando –Qual é o plano agora, May? Como pretendia me convencer?


–Ah, bem... Eu iria... eu iria seduzi-lo, acho. E ver o que iria acontecer. É....


–Como? Reclamando de mim por eu estar comprando roupas para você?


–Não. Isso foi apenas um bônus. Não precisa agradecer.


Ele lambeu os lábios, mas notei seu sorriso. 


–Certo, certo. Vamos lá, então, mostre o que tem para mim.


–O que tenho para você?


–Suas técnicas de sedução. Vamos, o tempo está passando. –Hesitei, e ele estalou a língua, impaciente –Gata, só estou de toalha. Não pode ser tão difícil assim....


–Tá bom, tá bom. –Segurei firme os seus dedos, recusando-me a soltá-lo. –Então, William...?


–Pois não, Maite?


–Eu estava pensando...


–Hum?


Eu não tinha chance nenhuma com ele. Por isso, falei a única coisa em que consegui pensar. A única coisa que eu sabia que tinha uma ínfima chance de funcionar.


–Eu acho que você é um cara bem legal e fiquei pensando se, talvez, você não quer subir ´para o meu quarto e transar comigo, e quem sabe, ficar um pouco juntos. E isso for algo em que estiver interessado...


Os olhos dele escureceram, acusatórios e infelizes. Ele começou a recuar de novo.


–Agora você só está sendo engraçadinha.


–Não. –Passei a mão atrás do pescoço dele, debaixo do cabelo úmido, tentando trazê-lo de volta para mim. –Não, estou falando muito, muito sério.


Com o maxilar tenso, ele me encarou.


–Hoje cedo você me perguntou no carro se te achava assustador. A resposta é sim. Você me assusta demais. Não sei o que estou fazendo aqui. Mas odeio a ideia de te deixar.


O olhar dele vasculhou meu rosto, mas, ainda assim, ele não disse nada. Ele iria me rejeitar. Eu sabia. Pedi demais, pressionei demais. Ele se afastaria de mim, e quem poderia culpá-lo depois de tudo?


–Tudo bem –disse eu, juntando do chão o que restara do meu orgulho.


–Ah, caramba... –suspirou –Você também é bem assustadora.


–Sou?


–É, é sim. E tire esse sorriso do rosto.


–Desculpe.


Ele virou o rosto de lado e me beijou, os lábios firmes e tão bons. Meus olhos se fecharam e minha boca se abriu. O sabor dele tomou conta de mim. A menta da pasta de dentes e o deslize da língua contra a minha. Tudo aquilo era perfeito. Ele me deitou de volta nos degraus. O machucado na cabeça protestou quando bati no mesmo lugar. Eu me retrai, mas não parei. Wiliam amparou me ucrânio com a mão, protegendo-me de mais machucados.


O peso do corpo dele me manteve firme no lugar, não que eu estivesse tentando fugir. Os contornos dos degraus pressionavam minhas costas e eu não poderia me importar com isso. Eu continuaria deitada feliz e contente por horas com ele em cima de mim, o cheiro quente da pele dele me deixando inebriada. Seu quadril manteve minhas pernas abertas. Se não fosse pelos meus jeans e pela toalha dele, as coisas ficariam interessantes bem rápido. Deus, como odiei o algodão naquele momento.


Sequer uma vez interrompemos o beijo. Minhas pernas o envolveram pela cintura e minhas mãos se curvaram nos ombros dele. Nada nunca antes foi tão bom. Meu desejo por ele aumentou e se incendiou, espalhando-se por todo o meu corpo. As pernas se apertaram ao redor dele, os músculos queimando. Eu não conseguia me aproximar o suficiente. Quanta frustração. A boca dele se moveu pelo meu maxilar e desceu pelo pescoço, acendendo-me por dentro. Ele mordeu e lambeu, encontrando pontos sensíveis atrás da orelha e na curva do pescoço. Lugares que eu nem sabia que existiam. O homem tinha magia. Conhecia coisas que eu não sabia. Onde ele aprendera aqueles truques, pouco importava. Não naquele instante.


–Subindo –disse ele com voz rouca. Ergueu-se devagar, uma mão por trás da minha bunda e a outra protegendo minha cabeça.


–William. –Esforcei-me para segurá-lo com força pelas costas.


–Ei. –Ele se afastou apenas o bastante para me fitar nos olhos. Suas pupilas estavam enormes, quase engolindo as íris azuis. –Não vou te deixar cair. Isso nunca vai acontecer.


Inspirei fundo.


–Ok.


–Confia em mim?


–Sim.


–Que bom. –A mão escorregou para as minhas costas. –Agora passe os braços ao redor do meu pescoço.


Foi o que fiz, e meu equilíbrio melhorou de pronto. As duas mãos de William me seguravam pelos fundilhos, e prendi os pés atrás dele, segurando-o com firmeza. Seu rosto não demonstrou nenhum sinal de dor ou de iminente contusão na espinha. Talvez ele fosse mesmo forte o bastante para me carregar por aí.


–Pronto. –Ele sorrio e me beijou no queixo. –Tudo certo?


Assenti, não confiando em mim mesma para falar.


–Cama?


–SIM.


Ele riu de uma maneira que provocava coisas estranhas em mim.


–Beije-me. –disse ele.


Sem hesitação, obedeci, encaixando minha boca na dele. Escorregando a língua entre seus lábios e me perdendo por completo mais uma vez. Ele gemeu, as mãos me enlaçando com força ao seu encontro.


E foi nesse momento que a campainha tocou, emitindo um som baixo e fúnebre que ecoou em meu coração e na minha virilha.


–Nãããoooo.


–Só pode ser brincadeira. –O rosto de William se crispou e ele lançou o mais maligno dos olhares para as portas duplas. Pelo menos eu não estava sozinha naquela decepção. Gemi e o abracei forte com os corpo inteiro. Teria sido engraçado se não fosse tão doloroso.


Uma mão esfregou minhas costas, passando por baixo da barra da camiseta para afagar a pele nua.


–É como se o universo não quisesse que eu fique dentro de você ou algo assim, juro –resmungou.


–Faça-os irem embora. Por favor.


Ele riu e me apertou.


–Está doendo.


Ele gemeu e me beijou no pescoço.


–Vamos atender a porta e nos livrar de quem estiver aí, depois cuido de você, ok?


–Sua toalha está no chão.


–Isso é um problema. Descendo....


Com relutância, soltei-o e apoiei os pés em terra firme. Mais uma vez a campainha em tom de gongo ecoou pela casa. William apanhou um par de jeans preto de dentro de uma sacola e o vestiu rapidamente. Só consegui um vislumbre das nádegas firmes. Manter o olhar desviado boa parte do tempo dever ter sido a coisa mais difícil que já fiz na vida.


–Fique para trás para o caso de ser a imprensa. –Ele olhou pelo monitor ao lado da porta. –Ai, caramba.


–Problemas?


–Não. Pior. Velhos amigos trazendo comida. –Ele me lançou um olhar rápido. –Se isso for te ajudar, também vou estar sofrendo.


–Mas...


–A espera torna as coisas melhores, prometo –dito isso, ele abriu a porta. Uma mão puxava a parte da frente da camiseta, tentando cobrir o volume evidente por trás dos jeans –Tyler. Pam. É bom ver vocês.


Eu iria matá-lo. Lentamente. Estrangulá-lo com aquela tanga cara. Uma morte condizente com uma estrela do rock.


Um casal com a idade aproximada dos meus pais entrou, carregados com panelas e garrafas de vinho. O homem, Tyler, era alto e magro, e coberto de tatuagens. Pam parecia ter sangue indígena nas veias. Indos cabelos negros pendiam pelas costas numa trança grossa como meu punho. Os dois traziam sorrisos estampados e me lançaram olhares curiosos senti meu rosto esquentar quando eles notaram a lingerie e as roupas espalhadas pelo chão. Devia estar parecendo que estavamos prestes a embarcar numa orgia a dois. O que não deixava de ser verdade, mas, mesmo assim....


–E como está você? –Tyler rugiu num sotaque australiano, dando um abraço de um só braço em William, por causa da panela que trazia na outra –E esta deve ser May. Tive que ler no jornal para saber disso, Will? Serio? –Lançou um olhar sério para meu marido, com apenas uma sobrancelha erguida. –Pam ficou furiosa.


–Sinto muito. Foi…Hum...Repentino. –William beijou Pam no rosto e pegou a travessa e uma sacola pesada das mãos dela. Ela lhe deu um tapinha na cabeça de modo bem maternal.


–Apresente-me! –disse ela.


–May, estes são Pam e Tyler, velhos amigos meus. São eles que vêm cuidando da casa para mim. –Ele parecia relaxado entre aquelas pessoas. Seu sorriso era natural e os olhos brilhavam. Eu ainda não o tinha visto tão feliz assim. O ciúme mostrou sua cara feia, cravando os dentes em mim.


–Olá. –Estiquei a mão para cumprimentá-los, mas Tyler me envolveu num abraço.


–Ela é tão bonita! Não é, querida? –Tyler deu um passo para o lado e Pam se aproximou, com um sorriso caloroso no rosto.


Eu estava sendo uma idiota. Aquelas pessoas eram legais eu deveria estar profundamente agradecida pelo fato de que nem toda mulher que William conhecia esfregava os peitos nele. Malditos hormônios meus por me deixarem tão azeda.


–Sim, claro que é. Olá, May. Eu sou a Pam. –Os olhos da mulher, castanhos como o café, se liquefizeram. Ela parecia prestes a se desmanchar em lágrimas. –Estou tão feliz por ele, finalmente, ter conhecido uma boa garota.


–Puxa, obrigada. –Senti o rosto queimar.


William me lançou um sorriso retorcido.


–Muito bem, chega disso –disse Tyler –Vamos deixar esses dois pombinhos com a privacidade deles. Podemos visitá-los numa outra ocasião.


William ficou de lado, ainda segurando a panela e a sacola. Quando me viu olhando piscou para mim.


–Uma hora dessas, preciso te mostrar a disposição de lá de baixo –disse Tyler –Quando tempo vocês vão ficar?


–Não temos certeza –disse ele, lançando-me um olhar.


Pam segurava minhas mãos, relutante em partir.


–Fiz enchilladas de frango e arroz. Gosta de comida mexicana? É a favorita de William. –A testa de Pam se enrugou. –Mas não pensei em confirmar se isso estava bem para você. Você podia ser vegetariana....


–Não, não sou. E adoro comida mexicana –respondi, retribuindo o aperto dos dedos dela, mas não na mesma intensidade –Muito obrigada.


–Não foi nada. –Ela sorriu.


–Benzinho –Tyler a chamou.


–Já vou. –Pam deu um tapinha de despedida nos meus dedos. –Se precisarem de qualquer coisa enquanto estiverem aqui, é só me ligar. Ok?


William não disse nada. Ficou claro que a decisão era minha se eles ficaria, ou iriam embora. Meu corpo ainda zunia de desejo. Isso, e também parecia que ficaríamos melhor sozinhos. Não queria partilhá-lo porque eu era superficial e desejava sexo tresloucado. Eu o queria só para mim. Mas era o certo a fazer. E se a espera tornava as coisas melhores, bem, talvez a coisa certa a fazer também fosse a melhor coisa a fazer.


–Fiquem –disse eu, quase cuspindo a palavra –Jantem conosco. Vocês fizeram muita comida. Não conseguiríamos comê-la sozinhos.


O olhar de William saltou sobre mim, um sorriso de aprovação em seu rosto. Ele parecia quase juvenil, tentando conter a animação. Era como se eu tivesse lhe dito que o seu aniversário fora antecipado. Quem quer que fossem aquelas pessoas, eram importantes para ele. Senti como se tivesse passado num teste.


Pam suspirou.


–Tyler tem razão. Vocês são recém-casados...


–Fiquem. Por favor –reiterei.


Pam olhou para Tyler.


Tyler deu de ombros, mas sorriu, obviamente contente.


Pam bateu as mãos com alegria.


–Vamos comer!                                                                                                                                    



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Autor(a): felevyrroni

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 12



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • poly_ Postado em 19/08/2019 - 15:40:25

    Ansiosa para o próximo capítulo. Continuaa

    • felevyrroni Postado em 03/10/2019 - 23:10:08

      Oiiie ^^ Voltei amore, desculpe o sumiço Vamos para os capítulos

  • poly_ Postado em 12/08/2019 - 13:23:40

    Q amorzinho, ainda bem que estão se entendendo. Continuaa

    • felevyrroni Postado em 14/08/2019 - 00:39:10

      Sim, uns fofos ^^ Postando amore

  • poly_ Postado em 10/08/2019 - 01:40:26

    Cadê vc mulher? Não me mate de curiosidade assim

    • felevyrroni Postado em 11/08/2019 - 22:55:21

      Voltei, desculpe fiquei sem wifi rs Postando amore ^~^

  • poly_ Postado em 05/08/2019 - 13:24:24

    Não vejo a hora de acontecer esse reencontro. Continuaaa. Bjuss!!!

    • felevyrroni Postado em 06/08/2019 - 23:49:12

      Vai ser tenso kkkkk

  • poly_ Postado em 03/08/2019 - 23:25:58

    Não sei se sinto pena ou fico feliz pela Mai, não é todo dia q consegue se casar com William Levy né? Kkkkkkkk. Continuaa logooo

    • felevyrroni Postado em 06/08/2019 - 23:50:13

      kkkkkk então né, ela deveria levantar as maos para o céu e agradecer q ela se casou com esse deus grego kkkkkkk

  • poly_ Postado em 02/08/2019 - 12:46:59

    Ja gostei, continuaaa. Bjuss!!

    • felevyrroni Postado em 02/08/2019 - 12:56:04

      Obaaa :)


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