Fanfics Brasil - | 3 | Lick ADP Levyrroni

Fanfic: Lick ADP Levyrroni | Tema: Levyrroni


Capítulo: | 3 |

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O celular do meu pai tocou pouco antes da meia-noite. O meu já fazia tempo que havia sido desligado. Quando o telefone de casa não parava de tocar, nós o desconectamos da parede. Por duas vezes, a polícia teve que mandar as pessoas saírem do jardim da frente. Mamãe finalmente tomara seus comprimidos para dormir e foi para a cama. Ter seu mundinho perfeito e organizado mandado às favas não lhe caiu bem. De maneira surpreendente, porém, após uma explosão inicial. Papai vinha lidando até que bem com a situação. Eu havia me desculpado, como esperado, e queria me divorciar. Ele estava disposto acreditar aquilo aos meus hormônios ou algo do tipo. Tudo isso mudou, porém, quando ele olhou para a tela do celular.


 


–Leyton? –Ele atendeu ao telefonema, os olhos me perfurando do outro canto da sala. Meu estomago afundou de acordo. Somente um pai consegue treiná-lo tão bem assim. Eu o desapontara. Nós dois sabíamos disso. Só existia um Leyton e apenas um motivo para ele estar ligando àquela hora.


 


–Sim –disse meu pai –É uma situação infeliz. As rugas ao redor da boca se acentuaram, transformando-se em fendas. –Compreendo. Sim. Boa noite.


 


Seus dedos apertaram o aparelho e depois o largaram sobre a mesa da sala de jantar.


 


–Seu estágio foi cancelado.


 


Todo o ar em meus pulmões se contraiu até ficar do tamanho de moeda de um centavo.


 


–Leyton acredita que dada a atual situação... –a voz de papai foi sumindo até desaparecer. Ele recorrera a anos de favores para que eu conseguisse o estágio numa das mais prestigiadas empresas de arquitetura de Portland. Só foi preciso um telefonema de trinta segundos para fazê-lo desaparecer.


 


Alguém bateu à porta. Nenhum de nós reagiu. Havia pessoas batendo nela há horas.


 


Papai começou a andar de u lado para o outro da sala de estar. Eu só fiquei olhando, hipnotizada. 


 


Durante toda a minha infância, situações assim seguiram determinado padrão. Nathan se metia numa briga na escola. A escola chamava a mamãe. Mamãe tinha um colapso nervoso. Nate se recolhia em seu quart, ou pior, desaparecia por alguns dias. Papai chegava em casa e andava de u lado para o outro. E eu ficava ali no meio de um maldito tsunami?


 


No que se referia ao comportamento de filhos, eu não fui de dar trabalho. Tirei boas notas no colégio e entrei na mesma faculdade que meu pai. Poderia me faltar o talento natural em design que ele tinha, mas eu dedicava as horas e o esforço necessários para obter as notas para passar. Trabalhava meio período no mesmo café desde os quinze anos. Mudar-se com Lauren foi o meu ato de rebeldia. Eu era, somando-se tudo, extremamente maçante. Meus pais quiseram que eu continuasse em casa para economizar. Tudo o mais que conquistei foi por meio de subterfúgios para que meus pais conseguissem dormir sossegados à noite. Não que eu tivesse feito grandes coisas. Uma ou outra festa. O episódio com Tommy há quatro anos. Nada me preparou para isso.


 


Além, da imprensa, havia pessoas chorando no jardim, segurando placas que proclamavam seu amor por William. Um homem segurava um aparelho de som antigo sobre a cabeça, com o volume no máximo. Uma canção chamada “San Pedro” era a favorita deles. Os gritos aumentavam toda vez que o cantor chegava ao refrão: “Enquanto o sol caía, lugar pra ir não havia...”


 


Ao que tudo levava a crer, mais tarde eles planejavam me queimar em efigie. O que, para mim, não representava problema algum.


Eu queria morrer.


 


Meu querido irmão Nathan veio buscar Lauren para leva-la pra casa dele. Não nos víamos desde o Natal, mas tempos desesperadores pediam medidas desesperadas. O apartamento que Lauren e eu dividíamos também estava cercado. Ir para lá estava fora de questão, e Lauren não queria envolver a família e outros amigos. Dizer que Nathan gostou do meu apuro seria indelicado. Não um mentira, mas definitivamente uma indelicadeza. Foi sempre ele quem esteve em maus lençóis. Desta vez, contudo, sobrou só para mim. Nathan nunca se casou acidentalmente nem se tatuou em Vegas.


 


Pelo fato de um repórter idiota ter perguntado à minha mãe o que ela achava a respeito da minha tatuagem, esse segredo também havia sido exposto. Pelo visto, agora nenhum rapaz decente de uma boa família se casaria comigo. Antes disso, seria muito improvável que eu arranjasse um homem por conta das minhas varias imperfeições. Mas agora o motivo era só a tatuagem. Resolvi não explicitar que eu já estava casada.


 


Mais batidas à porta. Papai apenas olhou para mim. Dei de ombros.


 


–Senhorita Thomas? –uma voz grossa retumbou –William me mandou.


 


Ah, até parece. 


 


–Vou chamar a polícia.


 


–Espere. Por favor –pediu o vozeirão –Estou com ele ao telefone. Abra a porta apenas o suficiente para que eu o passe.


 


–Não.


 


Sons abafados.


 


–Ele pediu para perguntar sobre a camiseta dele. Aquela que ele deixou para trás em Vegas. Estava na minha mala, ainda úmida. Hum... Talvez. Mas eu ainda estava convencida.


 


–E o que mais?


 


Mais conversa.


 


–Ele disse que não quer...perdão, senhorita... “a porra do anel” de volta


 


Abri a porta, mas deixei a corrente presa. Um homem que se parecia com um buldogue de terno preto me entregou um celular.


 


–Alô?


 


Música alta tocava ao fundo e havia muitas vozes. Pelo visto, o incidente do casamento não perturbara a vida de William.


 


–May?


 


Eu mesma.


 


Ele fez uma pausa.


 


–Olha, acho que seria bom você não se expor até tudo isso passar. Sam pode tirar você daí. Ele faz parte da minha equipe de segurança.


 


Sam me lançou um sorriso educado. Já vi montanhas menores que esse cara.


 


–Para onde eu iria? –perguntei.


 


–Ele...ah... Ele vai te trazer para junto de mim. Nós damos um jeito.


 


–Para junto de você?


 


–É, vamos ter os papeis do divórcio para assinar, então não custa você vir para cá.


 


Eu queria recusar. Mas afastar isso tudo da porta de entrada da casa dos meus pais era bem tentador. Assim como ficar longe da minha mãe quando ela ficasse sabendo do estágio. Mesmo assim, com bons motivos, não conseguia me esquecer da maneira como William batera a porta ao sair da minha vida pela manhã. Eu tinha um vago plano B se formando. Já que eu não tinha mais o estágio, poderia voltar a trabalhar no café. Ruby ficaria extasiada por me ter trabalhado em tempo integral durante o verão e eu adorava ficar lá. No entanto, aparecer com essa legião nos meus calcanhares seria um desastre.


Eu tinha poucas opções e nenhuma delas me atraía, mas ainda hesitei.


 


–Eu não sei...


 


Ele emitiu um suspiro especialmente desgostoso.


 


–O que mais voe pode fazer? Hein?


 


Boa pergunta.


 


Atrás de Sam, a insanidade prosseguia. Flashes pipocavam e pessoas gritavam. Não parecia real. Se essa era a rotina de William, eu não fazia ideia de como ele lidava com aquilo.


 


–Escuta. Você tem que dar o pé daí –disse ele com rispidez –Em pouco tempo, tudo vai se acalmar.


 


Meu pai estava ao meu lado, retorcendo as mãos. William tinha razão. Pouco importava o que aconteceria, eu tinha que me afastar das pessoas que amava. Pelo menos isso eu poderia fazer.


 


–May?


 


–Desculpe. Sim. Acho que vou aceitar a sua oferta –disse –Obrigada.


 


–Devolva o telefone para Sam.


 


Fiz como ele pediu, também abrindo a porta para permitir que o homenzarrão entrasse. Ele não era tão alto, mas era grande. O cara sabia ocupar os espaços. Sam assentiu e repetiu alguns “sim, senhor”.


Em seguida desligou.


 


–Senhorita Thomas, o carro está à sua espera.


 


–Não! –disse papai.


 


–Pai...


 


–Não pode confiar nesse homem. Veja tudo o que aconteceu.


 


–Não é tudo culpa dele. Eu também estava lá. –essa situação toda me envergonhava. Mas fugir e me esconder não era a resposta –Preciso dar um jeito nisso.


 


–Não –repetiu ele, baixando um decreto.


 


A questão era que eu já não era mais uma garotinha. E aquilo não era o mesmo que não acreditar que o nosso jardim não era grande o bastante para termos um pônei.


 


–Sinto muito, pai, mas já tomei a minha decisão.


 


O rosto dele enrubesceu, os olhos se mostraram incrédulos. Antes, nas raras ocasiões em que ele se opusera veementemente a algo, eu recuara. (Ou fizera o que bem entendera pelas costas dele.) mas, desta vez... não fui convencida. Para variar, meu pai me pareceu velho, inseguro. O mais importante, porém, era que aquele era um problema meu, todo meu.


 


–Por favor, confie em mim! –pedi.


 


–May, querida, você não tem que fazer isso –disse papai, tentando outra tática –Podemos encontrar outra solução.


 


–Sei que podemos. Mas ele já tem advogados tratando do assunto. Vai ser melhor assim.


 


–Você não vai precisar de um advogado também? –perguntou.


Havia novas linhas de expressão em seu rosto, como se apenas aquele dia o tivesse envelhecido. A culpa me invadiu –Vou me informar, encontrar alguém apropriado para você. Não quero que tirem vantagem de você. –prosseguiu –Alguém deve conhecer algum advogado especialista em divorcio que seja decente.


 


–Pai, não tenho dinheiro que precise ser protegido, não é mesmo? Vamos cuidar disso da maneira mais direta possivel –disse, com um sorriso forçado –Nós vamos cuidar de tudo e depois eu volto.


 


–Nós? Querida, você mal conhece esse homem. Não pode confiar nele.


 


–O mundo inteiro está assistindo, pelo visto. O que de pior pode acontecer? –Enviei uma prece silenciosa para os céus para que eu nunca descobrisse essa resposta.


 


–Isso é um erro... –papai suspirou –Sei que está tão desapontada com o estágio quanto eu. Mas temos que parar para pensar.


 


–Já pensei. Tenho que afastar este circo de você e da mamãe.


 


O olhar do meu pai disparou para o corredor escuro que conduzia ao lugar em que mamãe dormia entorpecida. A última coisa que eu queria era que papai se sentisse dividido entre nós duas.


 


–Vai ficar tudo bem –garanti, desejando que fosse verdade –Mesmo.


 


Por fim, ele deixou a cabeça pender.


 


–Se acha que está fazendo a coisa certa... Mas ligue se precisar de qualquer coisa. Se quiser voltar para casa, arranjo um voo na mesma hora.


 


Assenti.


 


–Estou falando sério. Ligue se precisar de qualquer coisa.


 


–Tudo bem. Eu ligo. –Eu não ligaria.


 


Peguei a mala, a mesma da viagem para Vegas. Não havia como trocar as roupas, pois todas estavam no apartamento. Ajeitei o cabelo, prendendo-o atrás das orelhas, tentando deixar a minha aparecia um pouco menos parecida com um acidente de trem.


 


–Você sempre foi a minha boa garota –disse papai, parecendo saudoso.


 


Fiquei sem saber o que responder.


 


Ele me deu um tapinha no braço.


 


–Telefone.


 


–Tá bom! –respondi, com a garganta apertada –Mande um beijo para a mamãe. Logo falo com vocês.


 


Sam deu um passo à frente.


 


–Sua filha está em boas mãos, senhor.


 


Não fiquei esperando pela resposta de papai. Pela primeira vez, depois de horas, pus os pés para fora de casa. O pandemônio estourou. O instinto de recuar, correr e me esconder foi imenso. Mas, com o corpanzil de Sam ao meu lado, aquela loucura não foi tão assustadora quanto antes. Ele pousou a mão frouxa em meu ombro e me forçou para fora dali, atravessando o jardim, na direçao da multidão que aguardava. Outro homem de terno preto veio na nossa direção, abrindo caminho em meio à turba pelo outro lado. O volume dos gritos aumentou incrivelmente. Uma mulher exclamou que me odiava e me chamou de puta. Outro queria que eu dissesse a William que ele o amava. Mas, na grande parte, eram mais perguntas. Câmeras foram empurradas diante do meu rosto, os flashes me cegando. Antes que eu acabasse tropeçando, Sam se aproximou. Meus pés mal tocavam o chão enquanto ele e seu amigo me apressavam para o carro à espera. Não era uma limusine. Lauren ficaria desapontada. Era um sedã novo luxuoso, com o interior todo em couro. A porta foi fechada assim que entrei, e Sam e seu amigo foram para a frente. O motorista assentiu na minha direção pelo espelho retrovisor, depois acelerou com cuidado. As pessoas batiam nos vidros e corriam junto ao carro. Afundei o meio do banco. Logo eles foram deixados para trás.


 


Eu estava a caminho de me encontrar com William.


 


Meu marido.


 



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Autor(a): felevyrroni

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 12



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  • poly_ Postado em 19/08/2019 - 15:40:25

    Ansiosa para o próximo capítulo. Continuaa

    • felevyrroni Postado em 03/10/2019 - 23:10:08

      Oiiie ^^ Voltei amore, desculpe o sumiço Vamos para os capítulos

  • poly_ Postado em 12/08/2019 - 13:23:40

    Q amorzinho, ainda bem que estão se entendendo. Continuaa

    • felevyrroni Postado em 14/08/2019 - 00:39:10

      Sim, uns fofos ^^ Postando amore

  • poly_ Postado em 10/08/2019 - 01:40:26

    Cadê vc mulher? Não me mate de curiosidade assim

    • felevyrroni Postado em 11/08/2019 - 22:55:21

      Voltei, desculpe fiquei sem wifi rs Postando amore ^~^

  • poly_ Postado em 05/08/2019 - 13:24:24

    Não vejo a hora de acontecer esse reencontro. Continuaaa. Bjuss!!!

    • felevyrroni Postado em 06/08/2019 - 23:49:12

      Vai ser tenso kkkkk

  • poly_ Postado em 03/08/2019 - 23:25:58

    Não sei se sinto pena ou fico feliz pela Mai, não é todo dia q consegue se casar com William Levy né? Kkkkkkkk. Continuaa logooo

    • felevyrroni Postado em 06/08/2019 - 23:50:13

      kkkkkk então né, ela deveria levantar as maos para o céu e agradecer q ela se casou com esse deus grego kkkkkkk

  • poly_ Postado em 02/08/2019 - 12:46:59

    Ja gostei, continuaaa. Bjuss!!

    • felevyrroni Postado em 02/08/2019 - 12:56:04

      Obaaa :)


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