Fanfics Brasil - | 5 | Lick ADP Levyrroni

Fanfic: Lick ADP Levyrroni | Tema: Levyrroni


Capítulo: | 5 |

338 visualizações Denunciar


A luz do sol atravessava as janelas quando acordei na manhã seguinte. Alguém esmurrava a porta, girando a maçaneta, na tentativa de entrar. Eu a trancara depois da cena com William na noite anterior. Para o caso de ele se sentir tentado a voltar para trocar mais uns rounds de insultos comigo. Levei horas para conseguir dormir por causa da música reverberando no chão e das minhas emoções descontroladas. Mas, no fim, a exaustão levou a melhor.


–Maite! Oooii! –uma voz feminina gritou no corredor –Você está ai?


Engatinhei em cima da cama gigantesca, puxando a bainha da camiseta de William. O que quer que ele tivesse usado em Vegas, ela não fedia a vomito. O homem tinha habilidades na lavanderia. Ainda bem para mim, pois, a não ser pelo vestido sujo da festa e um punhado de blusas, eu não tinha mais nada para vestir.


–Quem é? –perguntei, bocejando sonoramente.


–Martha. Sou a assistente pessoal do William.


Entreabri a porta e espiei para fora. A morena elegante da noite anterior me encarou, nem um pouco impressionada, por ter ficado esperando ou por conta do meu cabelo desgrenhado, fiquei sem saber. Será que todos naquela casa tinham a aparência saída da capa da Vogue? Os olhos dela se estreitaram ao ver a camiseta de William.


–Os representantes legais dele estão aqui para vê-la. Talvez você queira mexer o seu traseiro logo. –A mulher girou sobre os calcanhares e se afastou pelo corredor, os saltos batendo furiosamente no piso de terracota.


–Obrigada.


Ela fez que não me ouviu, mas eu não esperava mesmo que o fizesse. Aquela parte de L.A. obviamente era uma colônia de cretinos mal-educados. Apressei-me no chuveiro, vesti os jeans e uma camiseta limpa. Era o melhor que podia fazer.


A casa estava silenciosa enquanto eu percorria o corredor. Não havia sinal de vida no segundo andar. Eu aplicara um pouco de rímel, prendera o cabelo num rabo de cavalo, mas só. Ou fazia as pessoas esperarem ou ia sem maquiagem. Os bons modos venceram. No entanto, se café estivesse no jogo, eu teria deixado os representantes legais de William esperando por, pelo menos, duas xicaras. Funcionar com cafeína zero no sistema parecia suicídio, dadas as circunstancias. Apressei-me escada abaixo.


–Senhorita Thomas –um homem me chamou, saindo de uma sala à esquerda, vestindo jeans e camiseta polo. No pescoço, ele trazia uma grossa corrente de ouro. Quem era ele? Mais um do séquito de William?


–Lamento, estou atrasada.


–Está tudo bem. –Ele sorriu, mas não consegui confiar nele apesar dos grandes dentes brancos. Estava claro que a natureza não era responsável nem pelo sorriso, tampouco pelo bronzeado. –Sou Adrian.


–May. Olá.


Ele me levou para dentro da sala. Três homens de terno estavam sentados, à espera, atrás de uma impressionante longa mesa de jantar. Acima dela, outro candelabro de cristal refletia a luz da manhã. Nas paredes, estavam lindos quadros coloridos. Originais, é claro.


–Senhores, esta é a senhorita Thomas –anunciou Adrian –Scott Baker, Bill Preston e Ted Vaughan são os representantes legais de William. Por que não se senta aqui, May?


Adrian falava devagar, como se eu fosse uma criança tola. Puxou uma cadeira para mim, de frente para o bando de águias legais, depois deu a volta e se sentou ao lado deles. Uau, isso por certo deixou as coisas bem claras. Os limites foram estabelecidos.


Esfreguei as palmas suadas nas laterais dos jeans e endireitei a coluna, fazendo de tudo para não me encolher sob os olhares hostis. Eu conseguiria superar aquilo. Afinal, obter um divórcio não devia ser muito difícil, não?


–Senhorita Thomas! –aquele que Adrian identificou como Ted começou. Empurrou uma pasta de couro cheia de papeis na minha direção –O senhor Levy nos pediu que redigíssemos os papeis da anulação. Eles cobrem todo tipo de questão, inclusive os detalhes do acordo por parte do senhor Levy.


O tamanho da pilha de papeis diante de mim era intimidador. Aquelas pessoas trabalhavam rápido.


–Acordo?


–Sim –confirmou Ted –Tenha certeza de que o senhor Levy foi muito generoso.


Balancei a cabeça, sentindo-me confusa.


–Desculpe. O que...


–Falaremos disso no fim –apressou-se Ted –Notará aqui que os documentos cobrem todas as condições que a senhorita terá de cumprir. Os pontos principais referem-se a não poder falar com qualquer membro da imprensa a respeito desse assunto. Sinto muito, mas isso é inegociável. Essa condição valerá até a sua morte. Entende completamente essa imposição, senhorita Thomas? Em nenhuma circunstância poderá falar com qualquer membro da imprensa no que se refere ao senhor Levy enquanto estiver viva.


–Então, posso falar depois de morta? –perguntei com um sorriso fraco. Ted estava me dando nos nervos. Acho que, no fim, não dormi o suficiente.


Ted me mostrou os dentes. Não eram tão impressionantes quanto os de Adrian.


–Este é um assunto muito sério, senhorita Thomas.


–May –corrigi-o –Meu nome é May e entendo a seriedade do assunto, Ted. Desculpe pela irreverencia. Mas se pudermos voltar para aquela parte do acordo? Estou um tanto confusa.


–Muito bem. –Ted olhou para mim com o nariz empinado e bateu a ponta da caneta de ouro na papelada diante de mim. –Como já disse, o senhor Levy foi muito generoso.


–Não –disse eu, olhando para os papeis –Você não entende.


Ted pigarreou e olhou para mim por sobre os óculos.


–Dadas as circunstancias, não seria pudente da sua parte tentar pressionar para obter mais, senhorita Thomas. Um casamento de seis horas em Las Vegas contraído enquanto ambos estavam sob o efeito do álcool? A jurisprudência tem bases para uma anulação.


Os coleguinhas de Ted deram uma risadinha, e eu senti meu rosto arder. Minha necessidade de, acidentalmente, chutar o cretino por debaixo da mesa aumentou de maneira considerável.


–Meu cliente não fará outra oferta.


–Não quero que ele faça outra oferta –disse eu, com a voz se elevando.


–A anulação terá continuidade, senhorita Thomas –disse Ted –Não há dúvidas quanto a isso. Não haverá uma reconciliação.


–Não, não foi isso que quis dizer.


Ted suspirou.


–Precisamos finalizar isto ainda hoje, senhorita Thomas.


–Não estou tentando postergar nada, Ted.


Os outros dois advogados me fitavam com desprezo, apoiado Ted com olhares astutos e intencionais. Nada me irritava com mais rapidez do que um bando de pessoas tentando intimidar outra pessoa. Valentões transformaram minha vida escolar num inferno. E, de fato, era isso o que aquelas pessoas eram.


Adrian me lançou um sorriso falso de irmão mais velho, cheio de dentes.


–Tenho certeza de que May entende o quanto William está sendo generoso. Não haverá nenhuma delonga aqui, não é mesmo?


Essas pessoas me tiravam do sério. E, falando nele, me perguntando onde estaria meu querido esposo. Ocupado demais passando o tempo com modelos de biquíni para aparecer no próprio divórcio, pobrezinho. Tentando controlar a raiva.


–Espere...


–Nós apenas queremos o que é melhor para você, dadas as circunstâncias –prosseguiu Adrian, mentindo descaradamente.


–Ótimo –disse eu, remexendo os dedos debaixo da mesa –Isso é.... admirável da parte de vocês.


–Por favor, senhorita Thomas. –Ted bateu a caneta no papel ao lado de um número que acabei olhando, mesmo sem querer olhar. Havia muitos zeros ali. Quero dizer, muitos mesmo. Aquilo era insano. Em duas vidas, eu não conseguiria ganhar aquele montante de dinheiro. William devia querer que eu desaparecesse mesmo. Meu estomago se revirou, mas meus dias de vomitar já tinham se esgotado. A cena toda me parecia horrenda, como que saída de algum filme B ou novela. Garota do lado errado da cidade atrai garoto rico e sensual e o fisga num casamento. Agora, só o que faltava era ele usar o seu pessoal para me perseguir até o pôr do sol.


Bem, ele venceu.


–Isso tudo foi apenas um engano –disse Adrian. –Estou certo de que May está tão ansiosa quanto William em deixar esse assunto para trás. E, com esse acordo financeiro generoso, ela pode seguir em frente e ter um futuro brilhante.


–Também não poderá tentar entrar em contato com o senhor Levy novamente, de qualquer maneira. Qualquer tentativa da sua parte resultará numa quebra de contrato. –Ted pegou a caneta e se recostou na cadeira com um sorriso falso e as maos cruzadas sobre a barriga. –Está claro?


–Não –disse eu, esfregando o rosto com as mãos. Eles achavam mesmo que eu cairia em cima daquele dinheiro. Dinheiro que não fiz nada para ganhar, não importando o quanto fosse tentador aceitá-lo. Claro, eles também pensavam que eu me vendera para a imprensa e perseguiria William em todos os meus momentos livres pelo resto da vida. Eles acreditavam que eu era desprezível, a escória, a ralé.


–May, por favor –Adrian me lançou um olhar desapontado. –Sejamos razoáveis.


–Vou dizer uma coisa.... –Fiquei de pé e peguei a aliança de dentro do bolso dos jeans, jogando-o em cima da papelada. –Devolvam isto para William e digam a ele que não quero nada disso. Nada disto. –Gesticulei para eles, para a mesa, os papeis, e a maldita casa inteira.


Os advogados se entreolharam nervosos, como se precisassem de mais papeis antes de permitir que eu gesticulasse de maneira tão desordeira.


–May....


–Não quero vender a história dele, ou persegui-lo, ou o que quer que tenham enterrado na subclausula 98.2. Não quero  o dinheiro dele.


Adrian deu uma tossidela. Ao inferno com ele. O bastardo dissimulado podia pensar o que bem quisesse.


Ted franziu o cenho ante o anel gigantesco e reluzente, que inocentemente jazia sobre aquela confusão.


–O senhor Levy não mencionou nenhum anel.


–Não? Muito bem. Por que não diz ao senhor Levy que ele pode enfiá-lo onde achar melhor, Ted?


–Senhorita Thomas! –Ted se ergueu, o rosto bufando de ultraje. –Isso é desnecessário.


–Vou ter que discordar de você, Ted. –Saí em disparada da sala de jantar da morte e fui direto para a porta, na maior velocidade que meus pés me carregavam. Uma fuga imediata era a única solução. Se, ao menos, eu conseguisse sair dali só o tempo suficiente para recuperar o folego, pensaria num outro plano para lidar com aquela situação ridícula. Eu ficaria bem.


Um Jeep preto novinho se aproximou enquanto descia as escadas da frente. O vidro da janela se abaixou, revelando o meu guia da noite anterior, Mal, sentado atrás do volante. Ele lançou um sorriso afetado por trás dos óculos escuros.


–Olá, noiva criança.


Mostrei o dedo do meio e comecei a correr pela longa passagem de carros na direção dos portões. Na direçao da liberdade e da minha antiga vida, ou o que quer que tivesse restado dela. Se, pelo menos, eu nunca tivesse ido para Vegas. Se tivesse tentado convencer Lauren com mais convicção de que uma festa em casa seria o suficiente, nada disso teria acontecido. Deus, como eu era idiota. Por que tive que beber tanto?


–May. Espere. –Mal estacionou o Jeep. –O que houve? Para onde vai?


Não respondi. Estava farta de todos eles. Isso, e eu tinha a terrível sensação de que estava prestes a chorar, maldição. Sentia os olhos arderem.


–Pare. –Ele puxou o freio de mão e saiu do Jeep, correndo na minha direção. –Ei, desculpe.


Eu não disse nada. Não tinha nada a dizer para nenhum deles.


A mão dele segurou meu braço com gentileza, mas não liguei. Virei com tudo para ele. Nunca bati em ninguém na vida. E, pelo visto, não começaria agora. Ele se desviou do meu punho com facilidade.


–Opa! Ok.... –Mal recuou um passo, olhando-me com cautela por sobre os óculos. –Você está brava. Já entendi.


Com as mãos no quadril, ele olhou na direçao da casa. Ted e Adrian estavam no alto da escadaria, encarando-nos. Mesmo daquela distância, o dueto dinâmico não parecia muito contente. Bastardos do mal.


Mal sibilou baixinho.


–Só pode ser brincadeira. Ele atirou o puxa-saco do Ted para cima de você?


Assenti, piscando tentando me controlar.


–Alguém estava com você? –perguntou.


–Não.


Ele inclinou a cabeça.


–Você vai chorar?


–Não!


–Caramba. Vem. –Ele estendeu a mão para mim, e eu o encarei com descrença. –May, pense. Tem um monte de fotógrafos esperando na rua. Mesmo se conseguir passar por eles, para onde você vai?


Ele tinha razão. Eu tinha que voltar, pegar minha bolsa. Que idiotice a minha não ter pensado nisso. Assim que conseguisse me controlar, entraria na casa de novo para pegá-la, depois sairia correndo dali. Abanei o rosto com as mãos, inspirei fundo. Tudo bem.


Nesse meio tempo, a mão dele continuou suspensa, à espera. Havia algumas bolhas nela, bem na junta entre o polegar e o indicador. Curioso.


–Você é o baterista? –perguntei com uma fungada;


Por algum motivo, isso o fez gargalhar, quase se dobrando ao meio, apertando a barriga. Talvez ele estivesse drogado ou algo assim. Ou talvez fosse apenas mais um lunático daquele hospício gigantesco. Batman teria muita dificuldade para manter aquele lugar em ordem.


–Qual é o seu problema? –perguntando, recuando um passo. Só para garantir.


Os óculos escuros modernos caíram, batendo no asfalto. Ele os apanhou e voltou a coloca-los.


–Nada. Nada mesmo. Vamos sair daqui. Tenho uma casa na praia. Vamos nos esconder lá. Vem, vai ser divertido.


Hesitei, lançando um olhar letal para os desgraçados na escada.


–Por que quer me ajudar?


–Porque você vale a pena.


–É mesmo? E por que acha isso?


–Você não vai gostar da minha resposta.


–Não gostei de nenhuma resposta desta manhã, então, por que parar agora?


Ele sorriu.


–Muito justo. Sou o amigo mais antigo do William. Nos embebedamos e nos descontrolamos mais vezes do que consigo lembrar. Ele sempre teve garotas querendo encurrala-lo, mesmo antes de ter dinheiro. Ele nunca mostrou o mínimo interesse em se casar. Isso nunca esteve no radar dele antes. Por isso, o fato de ele ter se casado com você, bem, isso sugere que vale a pena te ajudar. Vamos, May. Pare de se preocupar.


Fácil para ele dizer, a vida dele não foi virada de ponta-cabeça por uma estrela do rock.


–Preciso pegar as minhas coisas.


–E ser encurralada por eles? Preocupe-se com isso mais tarde. –Ele esticou a mão, me chamando com os dedos. –Vamos sair daqui.


Pousei minha mão na dele e fomos embora.


 



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): felevyrroni

Este autor(a) escreve mais 4 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

–Espera aí, quer dizer que essa música não tem a ver com o cachorro dele estar morrendo ou algo assim? –Você não é engraçado. –eu ri. –Sou, sim. –Mal riu silenciosamente na outra ponta do sofá enquanto Tim Mcgraw bradava sobre seu tipo preferido de chuva na TV de tela plana que tomava cont ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 12



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • poly_ Postado em 19/08/2019 - 15:40:25

    Ansiosa para o próximo capítulo. Continuaa

    • felevyrroni Postado em 03/10/2019 - 23:10:08

      Oiiie ^^ Voltei amore, desculpe o sumiço Vamos para os capítulos

  • poly_ Postado em 12/08/2019 - 13:23:40

    Q amorzinho, ainda bem que estão se entendendo. Continuaa

    • felevyrroni Postado em 14/08/2019 - 00:39:10

      Sim, uns fofos ^^ Postando amore

  • poly_ Postado em 10/08/2019 - 01:40:26

    Cadê vc mulher? Não me mate de curiosidade assim

    • felevyrroni Postado em 11/08/2019 - 22:55:21

      Voltei, desculpe fiquei sem wifi rs Postando amore ^~^

  • poly_ Postado em 05/08/2019 - 13:24:24

    Não vejo a hora de acontecer esse reencontro. Continuaaa. Bjuss!!!

    • felevyrroni Postado em 06/08/2019 - 23:49:12

      Vai ser tenso kkkkk

  • poly_ Postado em 03/08/2019 - 23:25:58

    Não sei se sinto pena ou fico feliz pela Mai, não é todo dia q consegue se casar com William Levy né? Kkkkkkkk. Continuaa logooo

    • felevyrroni Postado em 06/08/2019 - 23:50:13

      kkkkkk então né, ela deveria levantar as maos para o céu e agradecer q ela se casou com esse deus grego kkkkkkk

  • poly_ Postado em 02/08/2019 - 12:46:59

    Ja gostei, continuaaa. Bjuss!!

    • felevyrroni Postado em 02/08/2019 - 12:56:04

      Obaaa :)


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais