Fanfic: O segredo de Anahí portilla | Tema: Adaptada - AyA
Com certeza porque Rodrigo comprou pra mim, dizendo à vendedora que eu pesava 56 quilos.
Ela concluiu que meu número devia ser 38. Trinta e oito!
(Francamente, acho que ela estava sendo má. A vendedora devia saber que eu estava cascateando.)
De modo que é noite de Natal, nós estamos trocando presentes, e eu desembrulho uma linda calcinha cor-de-rosa. Tamanho 38. E basicamente tenho duas opções.
A: confesso a verdade: “Ela é pequena demais, eu sou tipo 42, e, por sinal, não peso mesmo 56 quilos.” Ou...
B: Me enfio nela nem que tenha de usar calçadeiras.
Na verdade ficou boa. Mal dá para ver as linhas vermelhas na pele depois. E isso significou que eu precisei cortar todas as etiquetas das minhas roupas para Rodrigo nunca ficar sabendo.
Não preciso dizer que desde então eu praticamente nunca usei essa calcinha. Mas de vez em quando olho para ela, tão lindinha e cara na gaveta, e penso: ah, qual é, não pode ser tão apertada assim, e de algum modo consigo me enfiar nela. E foi o que fiz hoje cedo. Até decidi que devia ter perdido peso, porque a sensação não era tão ruim.
Sou uma imbecil iludida.
– ...infelizmente, desde a reestruturação da marca... grande revisão de conceito... sentimos que precisamos considerar sinergias alternativas...
Até agora só fiquei ali sentada balançando a cabeça, pensando que esse papo de reunião de negócios é moleza total. Mas agora a voz de Doug Hamilton começa a cutucar minha consciência.
O que ele está dizendo?
– ...dois produtos divergindo... tornando-se incompatíveis...
Que papo é esse de incompatíveis? O que foi aquilo sobre grande revisão de conceito? Sinto um choque de alarme. Talvez isso não seja só perfumaria. Talvez ele esteja dizendo alguma coisa. Depressa, escute.
– Nós apreciamos a parceria funcional e sinérgica desfrutada pela Panther e a Glen Oil no passado – prossegue Doug Hamilton. – Mas você deve concordar que sem dúvida estamos indo em direções diferentes.
Direções diferentes?
É isso que ele esteve falando todo esse tempo?
Meu estômago dá uma cambalhota ansiosa.
Ele não pode estar...
Ele está tentando cancelar o acordo?
– Com licença, Doug – interrompo com minha voz mais relaxada. – Estou prestando muita atenção em tudo. Claro... – E dou um sorriso amigável, do tipo “somos todos profissionais”. –Mas será que você poderia... é... recapitular a situação para nos esclarecer...
Em inglês simples, imploro silenciosamente.
Doug Hamilton e o outro cara trocaram olhares.
– Nós estamos um pouco insatisfeitos com seus valores de marca – despeja Doug Hamilton.
– Os valores de marca do produto – corrige ele, me olhando de modo estranho. – Como estive explicando, nós, da Glen Oil, estamos passando por um processo de reestruturação de marca e vemos nossa nova imagem como uma gasolina que se importa, como demonstra nosso novo logotipo com o narciso. E achamos que a Panther Prime, com sua ênfase em esporte e competição, é simplesmente agressiva demais.
– Agressiva? – encaro-o, perplexa. – Mas... é uma bebida de frutas.
Isso não faz sentido. A Glen Oil é uma gasolina que faz fumaça e arruína o mundo. A Panther Prime é uma inocente bebida com sabor de uva-do-monte. Como pode ser agressiva demais?
– Os valores que ela abarca. – Doug sinaliza para as brochuras de marketing na mesa. –
Impulso. Elitismo. Masculinidade. O próprio slogan: “Não pare.” Francamente, parece um pouco datado. – Ele dá de ombros. – Nós simplesmente não achamos possível uma iniciativa conjunta.
Autor(a): stephane torres
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