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Fanfic: Felicidade Clandestina | Tema: amizade


Capítulo: Felicidade Clandestina

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Felicidade Clandestina


Ela era gorda, baixa, tinha cabelos crespos, rosto sardento e olhos azuis. Tinha corpo avantajado e amava doces em geral, acima de tudo tinha o que nós amantes de filmes, sempre sonhavamos, um pai dono de uma locadora de filmes.


Quase não aproveitava, dizia gostar de livros, e em aniversários nos entregava um livrinho de poucas palavras, quase sem gravuras, e muito sem graça, nas dedicatórias escrevia com letras bordadíssimas palavras como “data natalícia” e “saudade”.


Mas como gostava de fazer maldades, fazia tudo para nos desagradar, que culpa tinhamos por ser tão exageradamente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu bem devagar o seu sadismo. Na ância de ver mais filmes nem me importava para suas humilhações, continuava a implorar-lhe empretados os filmes novos que chegavam e ela não via.


Até que em seu aniversário, ganhara o mais novo filme de romance da saga que mais amava, e ela sobre mim pode exercer a mais terrível tortura chinesa.


Era o terceiro filme da saga que acompanhava incansavelmente, e que não pude ver nos cinemas, mesmo sabendo disse-me para passar em sua casa mais tarde que me emprestaria.


O dia passou tão devagar que tive a impressão de viver dois dias em um, até que chegasse a hora de ir a casa dela.


Fui correndo até o centro da cidade, pois, não morava na periferia como eu. Não me mandou entrar, nem água me ofereceu. Olhando bem em meus olhos, com um sorriso sacarstico, disse-me que o havia emprestado, e que eu voltasse dois dias depois para buscá-lo. Sem reação, saí devagar na esperança dela ter se enganado.


As horas se multiplicaram, foram os dias mais longos da terra, até que passaram, e de novo voltei a casa dela.


No caminho pensei, que tortura, foi eu a escolhida para sofrer, para despejar suas amarguras e frustrações. Chegando em sua casa, mal me recebeu, da janela me disse que tarde cheguei, que o filme novamente foi emprestado e que eu voltasse no próximo dia para buscá-lo.


Mais um dia intediante passei até que finalmente, a hora marcada chegou e cheia de esperança à sua casa voltei e novamente da janela me recebeu, e a fala, sempre a mesma, repetiu, estava com ele de manhã, você só veio a tarde, já o emprestei, volte amanhã mais cedo.


O que ela não sabia era que sua mãe a observava, e viu a tortura que fazia comigo, chamando o pai combinaram de dar uma lição na filha.


Pegaram o telefone e ligaram para varias famílias, inclusive a minha e uma surpresa prepararam, para o próximo sábado. Quando à casa dela voltei estava tudo preparado, a televisão no quintal e várias cadeiras a frente e as minhas amigas todas presentes, uma grande sessão de cinema ia começar, mal podia acreditar. Colocaram o filme e eu não conseguia conter a emoção de compartilhar com todas aquele momento tão esperado.


E para nossa maior surpresa quem servia a pipoca era ela, que sem graça se desculpou comigo e eu logo a puxei para um abraço e ao meu lado assistiu ao filme, mas afirmou, que acha mais linda a história que lera no livro.


Naquele momento percebi que, para mim, a felicidade sempre seria clandestina.



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Autor(a): gleice

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