Fanfics Brasil - 12 Um cupido diferente - Adaptada (Vondy)

Fanfic: Um cupido diferente - Adaptada (Vondy) | Tema: Vondy


Capítulo: 12

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Uma das mãos fortes de Ucker puxou-me para junto de si. Como se lesse minha mente, ele falou:


 


— Eu sei, parceiro. Sinto saudade dela também.


Seria sonho ou um telefone estava tocando?


 


— Dul — escutei Ucker dizer.


 


Dul?


Arrastei-me para fora das cobertas. Olhei ao redor do quarto, porém não a achei em lugar  algum.


 


— ...Como foi o vôo? E o hotel? Entretanto é uma localização perfeita. Harrod's fica logo na esquina... Tem razão, é perigoso...


 


Não gostei daquilo. Dul estava em algum lugar perigoso?


 


— ...Não se preocupe. Tudo em Londres está tão ridiculamente caro que, acredite-me, você não vai querer comprar nada... Ele está ótimo. Bem aqui.


 


Sorrindo para mim, Ucker me deu um tapinha na cabeça.


 


— Junto com as líderes de torcida do Dallas Cowboy. . Esqueça, não é importante.


 


Assim que Ucker desligou o telefone, imaginei que voltaríamos a dormir, mas não. Ele acendeu a luz e fui atingido pelo som da tevê. Tive a sensação de que não era o começo de um dia maravilhoso.


O local que Ucker chamava de escritório de Ucker ficava a uma curta distância. Tradução: uns vinte quarteirões. Uma senhora semelhante a um pássaro, sentada à escrivaninha, cumprimentou-nos quando saímos do elevador.


 


— Bom dia, chefe — ela chilreou.


 


— Bom dia, Betty. Gostaria de apresentar-lhe Miles.


 


— Ei, olá, bonitão.


Estaria essa pardoca tentando me amolecer, ou algo assim?


 


— Ele é o novo diretor de arte?


 


— Saiba que o futuro desta agência repousa nessas patinhas criativas.


 


— Posso afagá-lo?


Não se você valoriza seus dedos.


 


— Não se você valoriza seus dedos — respondeu meu dono, como se houvesse lido minha mente.


 


A sala de Ucker, ensolarada, espaçosa — embora um tanto cheia de bugigangas —, tinha janelas que iam do chão até o teto em três paredes. Não tardei a descobrir que se eu me empoleirasse no sofá grumoso, podia atormentar todo mundo que passasse na rua, lá embaixo.


Havia um problema, porém. Nem uma única pessoa olhou na minha direção, não importando quão alto eu latisse. Não sendo o tipo que desiste facilmente, continuei tentando chamar a atenção de alguém, de qualquer um. Mas logo disseram-me que esse tipo de comportamento era


"considerado inaceitável em um ambiente de trabalho". O que eu entendi como: feche a maldita matraca.


Portanto, fui obrigado a me contentar em montar guarda — silenciosamente, o que para mim é um tormento —, enquanto Ucker brincava com o computador. Embaralhava papéis sobre a escrivaninha. Bebericava café, comia doughnut. Tudo estava muito bom e tranqüilo, até...


Ouvi passos no corredor.


Em seguida a cabeça de uma moça apareceu à porta


.


— Desculpe o atraso, chefe. O trem...


Antes que a criatura dissesse mais uma palavra, eu, claro, saltei de meu posto.


QUEM A CONVIDOU!


Ela guinchou, por pouco não caindo de costas. Ucker cornai até mim e me arrancou do tapete.


— Fique quieto!


 


MAS EU NÃO CONHEÇO ESSA PESSOA!


 


— Essa é Laura, minha assistente. Ela comanda minha vida, assim não posso me dar ao luxo de perdê-la.


Mas...


A gritadeira levou a mão ao peito.


 


— Uau! Que maneira vigorosa de iniciar a manhã!


No meio daquela comoção, alguém mais entrou no escritório. Um homem tão alto que parecia um prédio com pernas e cabeça.


 


— Que diabos está acontecendo aqui? — o prédio berrou.


Eu estava prestes a latir de novo, quando certos dedos se fecharam firmemente ao redor de  meu focinho antes que escapasse um mísero au-au.


 


— Esse é o cão de guarda do chefe.


 


— Aquele que você pegou no canil público?


 


— E — respondeu Ucker. — Ao vivo e em cores.


 


— Um terror, eu diria.


 


— Acredite-me, ou não, na realidade Miles é adorável, depois que passamos a conhecê-lo.


 


— Claro. E isto leva quanto tempo? Uns cinco, dez anos?


 


— Miles apenas é bastante criterioso em relação às pessoas.


 


— Parece-se com você, hein, Ucker?


 


— Obrigado, Poncho. O que me lembra por que nos tornamos sócios.


 


— Por que sou a única pessoa sã nesta agência, talvez?


 


— Certo. No que eu estava pensando? — Ucker virou-se para mim. — Se eu o puser no chão,  você será bonzinho?


Lambi-o no rosto para selar o acordo.


Mal minhas patas tocaram o assoalho, outro homem surgiu. Esse tinha longos cabelos no queixo e cheirava como um border collie molhado.


Nunca gostei de border colhes.


Em um átimo, corri, cravei os dentes em um dos sapatos do fulano (quase rachando um canino no processo), dei meia-volta e voei para junto de Ucker.


O homem permaneceu incólume, embora muito confuso.


 


— Que diabos foi isso? CONTROLE DA MULTIDÃO!


 


— Miles!


Ucker me mandara não latir. Não falara nada sobre morder.


 


— Ainda bem que estou usando minhas biqueiras de aço hoje — riu-se. — Sei que você não gosta do meu visual, chefe, mas precisava instigar seu cão para cima de mim?


 


— Desculpe, JT. Miles é ferozmente territorial. Há uma hora no escritório, e já se considera dono do lugar.


 


— Bem, o papai dele é — comentou a gritadeira. — Provavelmente ele acha que isso lhe confere autoridade para agir como quiser.


Exatamente. A moça era muito mais inteligente do que eu imaginara a princípio.


 


— Eca, Laura. Por favor, não se refira a mim como o "papai" do cachorro. É antropomorfismo demais para meu gosto.


 


— Desculpe, chefe. Não acontecerá outra vez.


 


— Talvez não tenha sido boa idéia trazer Miles para o escritório. E melhor levá-lo de volta para casa.


Abanei o rabo. Estava mesmo pronto para escapulir dessa espelunca e retornar ao nosso lar.


De fato, esperava que Dul já estivesse nos aguardando.


— Pois creio que você deveria deixá-lo ficar aqui, chefe — disse o dono do queixo cabeludo.


 


— Mesmo depois de Miles tentar mordê-lo, JT?


 


— Sim. Pelo menos todos nós teremos a desculpa perfeita para manter distância da sua sala.


A primeira decepção aconteceu quando voltamos para o loft de Ucker.


A segunda, quando percebi que Dul não estava lá.


E a terceira, quando Ucker anunciou que iria sair. Sem mim.


 


— Pare de emburrar. Não tenho escolha.


 


Opinião dele. Não minha.


 


— Você não pode andar por aí assustando meus empregados, parceiro. Ok, alguns até me irritam, mas não é motivo para mordê-los. Apenas eu estou autorizado a fazê-lo.


 


Diferentemente de meu dono, não achei graça alguma na piada.


Ele ligou a tevê, para me fazer "companhia". Entregou-me meu novo osso, o qual me recusei a tocar. Coçou-me atrás das orelhas e me deu um tapinha nas costas.


Sem dúvida sentia-se culpado.


Mesmo assim, saiu.


Fiquei furioso. Para começar, derrubei a lixeira do banheiro. Vazia, exceto por uns poucos papéis. Destrocei-os de imediato.


Então tentei atacar a lata de lixo da cozinha, porém a maldita era pesada demais para virar.


Tentei iniciar uma briga com uma barata, mas ela limitou-se a deitar-se de costas, de patas para o ar. Suponho que tivesse coisas mais interessantes com o que se ocupar.


Não estava com vontade de roer sapatos.


Nem meias.


Nem móveis.


E as cuecas de Ucker, com certeza, não me apeteciam.


Não havia nada a fazer, salvo ficar por ali e sentir pena de mim mesmo.


Pulei na cama. Empurrei os travesseiros, arrumei as cobertas em uma bola grande e me aninhei bem no meio. Cochilei e acordei até, finalmente, escutar o elevador subir, rangendo.


Vacilante, Ucker aproximou-se da cama e debruçou-se sobre mim.


 


— Ei, parceiro!


Espirrei várias vezes.


 


— Desculpe. Devo cheirar a uma destilaria. Uau, estou quebrado!


Ele não parecia alguém que estivesse quebrado, porém cheirava a alguém que estivera entornando uma garrafa.


Ucker resmungou algo sobre urinar. Aliás, eu estivera esperando a noite inteira para sair.


Segui-o até o banheiro. Apoiando uma mão na parede, ele se equilibrou, expelindo muitos gases enquanto mirava o vaso (mal). Sem dar descarga, cambaleou para a cama e desabou feito um saco de batatas.


Plantei-me sobre sua barriga e o fitei. Duro.


Desculpe-me, mas você não está se esquecendo de algo?


 


— Cara, é maravilhoso ficar na horizontal.


Seus olhos fecharam-se.


Oh, não, não ouse! Pus-me a lambê-lo nas faces. Nenhum movimento.


ACORDE!


Ucker levou um dedo à boca.


 


— Shhh! Sem barulho.


Puxei-o pela manga. VAMOS SAIR!


Resmungos.


VAMOS SAIR!!!


 


— Oh, droga, esqueci-me de levá-lo para seu passeio, não?


Corri direto para a porta, para não deixar dúvidas.


 


— Estou indo. Agüente firme!


Sentando-se na beirada da cama, Ucker apoiou a cabeça entre as mãos e então tornou a deitar-se.


 


— Será que não posso descansar só um...


NÃO! Lati outra vez.


Como esse homem conseguiu me levar para um passeio jamais saberei.


O telefone estava tocando quando voltamos. Ucker apressou-se a atendê-lo, porém, de alguma maneira, acabou de cara no chão.


A secretária eletrônica recebeu o chamado.


Desculpe-me, não posso atendê-lo. Você sabe o que fazer. Deixe tua mensagem.


 


-Ucker?


Aquela voz soava exatamente como a...


 


— Onde está você? — escutei Dul perguntar, com uma pontada de pânico. — São três horas da manhã no seu horário e...


Ucker rastejou até a cama e agarrou o fone.


 


— OI, MENINA...


O som de sua voz reverberou pelas paredes.


 


— Você está aí.


 


— ESPERE, DEIXE-ME DESLIGAR ESSA MALDITA MÁQUINA.


Ele pelejou com a maldita máquina.


 


— DROGA... LEVANDO O... DROGA... ESPERE AÍ...


Mais peleja.



Ok, desculpe. Fui levar o cachorro para passear. . Ofegante? Não percebi, mas no momento estou com dificuldade para perceber qualquer coisa... Com Tony... Sim, tomei alguns... Claro que ele agiu como de costume. Como assim, ele é uma influência negativa? Tony ama as mulheres. Simplesmente não pode se conter. . Eu? Eu nunca, jamais olhei para qualquer outra mulher, exceto você. Uau, a cama está girando. Ouça, querida, preciso dormir. Tenho um café marcado às nove horas da manhã, uma reunião com uma megera. Talvez a plástica dela despenque e a ridícula tenha que cancelar o encontro...


Ele riu e bateu a mão no colchão várias vezes


.


— Claro que sinto saudade. Miles também... Queríamos que você estivesse aqui conosco, agora. Certo, Miles?


Ele não fazia idéia do quanto.


 



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Autor(a): juh_uckermann_Collins

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QUEM DIABOS É ESSE? Ucker me pegou antes que eu tivesse chance de me arremeter contra o sujeito careca, de ombros largos, que acabara de sair do elevador.   — Sossegue, criatura insignificante! — ele berrou, com uma voz tão forte quanto o corpo.   — Por que os pequeninos sempre têm as maiores bocas?   PORQUE PRECISAM ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 6



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  • tahhvondy Postado em 03/09/2019 - 20:13:23

    leitora nova,continua

  • Annytequila Postado em 03/09/2019 - 13:38:02

    Amando a fic *-* cnt logoooooooo

  • bruna_vondy_love Postado em 02/09/2019 - 15:53:53

    continuuuua. essa cena ai heim, rsrs hum hum, sei não kkkkkkkkk

  • bruna_vondy_love Postado em 30/08/2019 - 10:27:52

    preciso saber o que vai acontecer. que prologo é esse.! separação vondy. ah, to roendo as unhas aqui

  • bruna_vondy_love Postado em 30/08/2019 - 10:26:46

    continua

  • bruna_vondy_love Postado em 30/08/2019 - 10:26:34

    oi.. sou leitora nova, a primeira da fanfic... já estou encantada com o miles. tão miudinho e já sofreu tanto. espero que junto com o casal vondy ele fique bem....


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