Fanfic: Um cupido diferente - Adaptada (Vondy) | Tema: Vondy
Certamente não hoje. Certamente não hoje. Certamente não hoje. Certamente não hoje.
Aquelas palavras ecoaram em minha mente durante toda a noite, enquanto esse eterno perdedor permanecia deitado em sua gaiola. Cochilando e acordando.
Na manhã seguinte acordei, deprimido e num mal humor infernal. Não conseguia acreditar que um cachorro como eu, que, supostamente, deveria ser mais esperto, sucumbira tão fácil ao charme de Dul e Ucker. Sucumbira a toda aquela idiotice.
Precisavam de mais tempo para pensar melhor sobre esse negócio de adoção, dissera ele.
Prometeram voltar, dissera ela.
A verdade era que eu fora abandonado. Descartado. Jogado de lado como um osso ressecado.
Pois estava completamente errado, porque Dul e Ucker voltaram. Fiquei tão excitado ao vêlos, que me atirei para frente, quase me entalando entre as barras da gaiola.
Mais tarde, com minha nova família a tiracolo, não andei, eu corri para fora do Cafofo, nem uma única vez parei ou olhei para trás, até chegarmos à calçada.
Então, gelei.
Não de frio. E sim de puro, abjeto, terror.
Ele estava a minha espera.
Parado na rua.
Rangendo os dentes podres.
O fedor de seu hálito logo inundou minhas narinas.
E lembrei-me do que tentara tão arduamente esquecer.
Mary, caída no chão, em uma poça de sangue. Os olhos da velha mulher abertos, porém vazios. A pele tão branca quanto os cabelos. Lambera seu rosto. Frio contra minha língua.
Cutucara-a com o focinho, ela não se mexera.
Latira para o homem sem parar.
— 0 QUE VOCÊ FEZ COM MINHA MARY? 0 QUE VOCÊ FEZ COM MINHA DONA?
O estranho erguera a faca, debochado.
— Feche essa sua matraca de merda, ou eu a fecharei para você!
Mas eu não lhe dera ouvidos.
Então ele se lançara sobre mim. E errara.
— VOLTE AQUI, SEU PUTINHO!
Atirara-me pela janela aberta de nosso apartamento no subsolo, aterrissando no beco.
No instante exato em que o caminhão de lixo passava...
E, como naquela ocasião, a liberdade já não tinha um cheiro tão doce.
Fitei o casal e prontamente dei meia-volta.
Desculpem-me, não vai dar.+
— Aonde você está indo, amigão? — indagou Ucker.
De volta para o Cafofo. De volta para minha pequena cela pulguenta. De volta para trás das grades, que o separariam de mim.
Delicada, Dul puxou a guia. Não me movi. Ela me tomou nos braços.
— Por que você está tremendo, lindinho?
Porque se você soubesse o que eu sei, estaria tremendo leito vara verde também!
Com razão, Ucker concluiu que um longo passeio, pelo menos no momento, estava fora de cogitação. E chamou um táxi. Eu nunca havia andado de carro antes, muito menos de l. i x i, portanto não pude decidir se era uma coisa boa, ou ruim. () motorista, contudo, demonstrou possuir opinião bastante definida a respeito do assunto. Temendo que eu iria "urinar, defecar ou vomitar" nos "novos estofados de couro", sugeriu "transporte alternativo" e ordenou que procurássemos outro táxi!
Precisamente o que fizemos.
Dul segurou-me no colo ao nos precipitarmos rua abaixo. Nem aquele caminhão de lixo nem o estranho poderia me alcançar agora. Depois de me sentir um feixe de nervos até segundos atrás, comecei a relaxar. Olhei pela janela enquanto abríamos caminho no meio do tráfego. Nada e ninguém, me pareciam familiares nesta vizinhança. Nem os prédios, nem as pessoas. Não fazia a menor idéia para onde rumávamos, todavia tinha a sensação de que íamos na direção certa.
Contudo, não estava tão seguro assim sobre meus novos pais adotivos.
— Ufa! Quem, na face da terra, ensinou esse fulano a dirigir? — sussurrou Dul, encostando a cabeça no ombro de Ucker. — Steve Wonder?
— Nem me fale. Meu estômago acabou de dar uma cambalhota tripla.
—E pensar que o outro motorista estava preocupado com a possibilidade de o cachorro vomitar.
Os dois gemeram em uníssono.
Não compreendi a razão de tanto estardalhaço. Este cão não possuía motivo algum para vomitar. Este cão estava adorando a corrida.
De qualquer modo, muitos quarteirões e reclamações depois, o carro estacionou junto ao meio-fio. Ucker desceu, seguido de Dul. Quanto a mim, recusei-me a me mexer, preferindo permanecer onde estava, seguro e aquecido.
— Não há nada a temer em Upper East Side, tolinho — disse Dul.
— Só se você se aventurar em um bar de solteiros em uma quinta-feira à noite — especulou Ucker. — Ou, imagino eu, se tentar impedir uma mulher de entrar na Bergdorf 's durante a liquidação semestral de sapatos.
Desnecessário dizer, este cão não entendeu a piada. Aparentemente, tampouco o taxista, que se pôs a buzinar.
— Não posso passar o dia inteiro aqui, sabe?
— Venha, queridinho.
Dul estendeu a mão para o interior do táxi, mas afastei-me.
— Você não quer conhecer seu novo lar?
Na verdade, eu queria sim. Muito. O taxista buzinou outra vez.
— Miles, por favor—ela implorou. — E sério, temos que ir. Ucker sacudiu o dedo para mim.
— Parceiro, vou lhe explicar uma coisa — o tom da voz não admitia controvérsia. —Este tipo de comportamento não vai funcionar.
Eu logo entendi que, se não parasse com aquela bobagem e entrasse na linha já, poderia muito bem voltar direto para o Cafofo.
Então, inspirei fundo e mergulhei na nova fase de minha vida canina.
Certamente não hoje. Certamente não hoje. Certamente não hoje. Certamente não hoje.
Aquelas palavras ecoaram em minha mente durante toda a noite, enquanto esse eterno perdedor permanecia deitado em sua gaiola. Cochilando e acordando.
Na manhã seguinte acordei, deprimido e num mal humor infernal. Não conseguia acreditar que um cachorro como eu, que, supostamente, deveria ser mais esperto, sucumbira tão fácil ao charme de Dul e Ucker. Sucumbira a toda aquela idiotice.
Precisavam de mais tempo para pensar melhor sobre esse negócio de adoção, dissera ele.
Prometeram voltar, dissera ela.
A verdade era que eu fora abandonado. Descartado. Jogado de lado como um osso ressecado.
Pois estava completamente errado, porque Dul e Ucker voltaram. Fiquei tão excitado ao vêlos, que me atirei para frente, quase me entalando entre as barras da gaiola.
Mais tarde, com minha nova família a tiracolo, não andei, eu corri para fora do Cafofo, nem uma única vez parei ou olhei para trás, até chegarmos à calçada.
Então, gelei.
Não de frio. E sim de puro, abjeto, terror.
Ele estava a minha espera.
Parado na rua.
Rangendo os dentes podres.
O fedor de seu hálito logo inundou minhas narinas.
E lembrei-me do que tentara tão arduamente esquecer.
Mary, caída no chão, em uma poça de sangue. Os olhos da velha mulher abertos, porém vazios. A pele tão branca quanto os cabelos. Lambera seu rosto. Frio contra minha língua.
Cutucara-a com o focinho, ela não se mexera.
Latira para o homem sem parar.
— 0 QUE VOCÊ FEZ COM MINHA MARY? 0 QUE VOCÊ FEZ COM MINHA DONA?
O estranho erguera a faca, debochado.
— Feche essa sua matraca de merda, ou eu a fecharei para você!
Mas eu não lhe dera ouvidos.
Então ele se lançara sobre mim. E errara.
— VOLTE AQUI, SEU PUTINHO!
Atirara-me pela janela aberta de nosso apartamento no subsolo, aterrissando no beco.
No instante exato em que o caminhão de lixo passava...
E, como naquela ocasião, a liberdade já não tinha um cheiro tão doce.
Fitei o casal e prontamente dei meia-volta.
Desculpem-me, não vai dar.+
— Aonde você está indo, amigão? — indagou Ucker.
De volta para o Cafofo. De volta para minha pequena cela pulguenta. De volta para trás das grades, que o separariam de mim.
Delicada, Dul puxou a guia. Não me movi. Ela me tomou nos braços.
— Por que você está tremendo, lindinho?
Porque se você soubesse o que eu sei, estaria tremendo leito vara verde também!
Com razão, Ucker concluiu que um longo passeio, pelo menos no momento, estava fora de cogitação. E chamou um táxi. Eu nunca havia andado de carro antes, muito menos de l. i x i, portanto não pude decidir se era uma coisa boa, ou ruim. () motorista, contudo, demonstrou possuir opinião bastante definida a respeito do assunto. Temendo que eu iria "urinar, defecar ou vomitar" nos "novos estofados de couro", sugeriu "transporte alternativo" e ordenou que procurássemos outro táxi!
Precisamente o que fizemos.
Dul segurou-me no colo ao nos precipitarmos rua abaixo. Nem aquele caminhão de lixo nem o estranho poderia me alcançar agora. Depois de me sentir um feixe de nervos até segundos atrás, comecei a relaxar. Olhei pela janela enquanto abríamos caminho no meio do tráfego. Nada e ninguém, me pareciam familiares nesta vizinhança. Nem os prédios, nem as pessoas. Não fazia a menor idéia para onde rumávamos, todavia tinha a sensação de que íamos na direção certa.
Contudo, não estava tão seguro assim sobre meus novos pais adotivos.
— Ufa! Quem, na face da terra, ensinou esse fulano a dirigir? — sussurrou Dul, encostando a cabeça no ombro de Ucker. — Steve Wonder?
— Nem me fale. Meu estômago acabou de dar uma cambalhota tripla.
—E pensar que o outro motorista estava preocupado com a possibilidade de o cachorro vomitar.
Os dois gemeram em uníssono.
Não compreendi a razão de tanto estardalhaço. Este cão não possuía motivo algum para vomitar. Este cão estava adorando a corrida.
De qualquer modo, muitos quarteirões e reclamações depois, o carro estacionou junto ao meio-fio. Ucker desceu, seguido de Dul. Quanto a mim, recusei-me a me mexer, preferindo permanecer onde estava, seguro e aquecido.
— Não há nada a temer em Upper East Side, tolinho — disse Dul.
— Só se você se aventurar em um bar de solteiros em uma quinta-feira à noite — especulou Ucker. — Ou, imagino eu, se tentar impedir uma mulher de entrar na Bergdorf 's durante a liquidação semestral de sapatos.
Desnecessário dizer, este cão não entendeu a piada. Aparentemente, tampouco o taxista, que se pôs a buzinar.
— Não posso passar o dia inteiro aqui, sabe?
— Venha, queridinho.
Dul estendeu a mão para o interior do táxi, mas afastei-me.
— Você não quer conhecer seu novo lar?
Na verdade, eu queria sim. Muito. O taxista buzinou outra vez.
— Miles, por favor—ela implorou. — E sério, temos que ir. Ucker sacudiu o dedo para mim.
— Parceiro, vou lhe explicar uma coisa — o tom da voz não admitia controvérsia. —Este tipo de comportamento não vai funcionar.
Eu logo entendi que, se não parasse com aquela bobagem e entrasse na linha já, poderia muito bem voltar direto para o Cafofo.
Então, inspirei fundo e mergulhei na nova fase de minha vida canina.
Autor(a): juh_uckermann_Collins
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De acordo com minhas fontes confiáveis, dois quartos e dois banheiros em um andar alto eram considerados o "ápice imobiliário de Manhattan". Quanto a mim, um pulguento acostumado a um apartamento minúsculo, de frente para latas de lixo, tendo ratos e baratas como convidados assíduos, jamais pusera os pés, e muito menos habitara, uma ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 6
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tahhvondy Postado em 03/09/2019 - 20:13:23
leitora nova,continua
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Annytequila Postado em 03/09/2019 - 13:38:02
Amando a fic *-* cnt logoooooooo
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bruna_vondy_love Postado em 02/09/2019 - 15:53:53
continuuuua. essa cena ai heim, rsrs hum hum, sei não kkkkkkkkk
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bruna_vondy_love Postado em 30/08/2019 - 10:27:52
preciso saber o que vai acontecer. que prologo é esse.! separação vondy. ah, to roendo as unhas aqui
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bruna_vondy_love Postado em 30/08/2019 - 10:26:46
continua
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bruna_vondy_love Postado em 30/08/2019 - 10:26:34
oi.. sou leitora nova, a primeira da fanfic... já estou encantada com o miles. tão miudinho e já sofreu tanto. espero que junto com o casal vondy ele fique bem....