Fanfics Brasil - 3 Um cupido diferente - Adaptada (Vondy)

Fanfic: Um cupido diferente - Adaptada (Vondy) | Tema: Vondy


Capítulo: 3

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De acordo com minhas fontes confiáveis, dois quartos e dois banheiros em um andar alto eram considerados o "ápice imobiliário de Manhattan". Quanto a mim, um pulguento acostumado a um apartamento minúsculo, de frente para latas de lixo, tendo ratos e baratas como convidados assíduos, jamais pusera os pés, e muito menos habitara, uma moradia tão espaçosa e confortável.


Não precisara pensar duas vezes antes de me mudar para a casa de Dul e Ucker. Isto é, o que haveria para não gostar? Contudo, garantir que meu aluguel não iria expirar exigiria sério empenho.


Desde o início, Ucker deixara claro ser o cão alfa de nossa matilha e seus modos gentis, porém firmes, ganharam meu respeito. Naturalmente ele esperava que eu seguisse suas regras, e fiz todos os esforços possíveis para tal. Quando dizia "não", era não mesmo. Quando dizia "sentado", eu sentava. Quando dizia "sem choramingo", queria dizer sem choramingo.


Gostosuras deviam ser merecidas, não oferecidas de presente. Comida de gente destinava-se a... você sabe, gente.


Todavia, existia uma lei que eu, sem cessar, conseguia dobrar, quebrar, ou em geral, distorcer.


Tratava-se da inabilidade de guardar minhas opiniões para mim mesmo sempre que a campainha tocava. Embora meu desejo de proteger nossa toca de intrusos fosse apreciado, atacar entregadores, zeladores, ou quem quer que parecesse comestível, estava terminantemente proibido. Com exceção da "quase-ex-esposa" de Ucker. Sem dúvida ele não a tinha em alta conta, porque me fora concedida permissão para arrancar um "naco substancioso de seu traseiro gordo" a qualquer hora, em qualquer lugar. (Dul concordara ser uma decisão justa, considerando o "naco substancioso" que a fulana já removera da "conta bancária" do quase-ex-marido.)


Porque nunca morei com um homem antes, admito que me senti um pouco intimidado por Ucker a princípio. Até perceber o quanto nós, rapazes, tínhamos em comum. Ambos gostávamos de nos esparramar no sofá da sala. Ambos rosnávamos quando irritados. Amávamos ser acariciados, não resistindo quando nos cocavam nas costas. Éramos inclinados a brincadeiras infantis. Desavergonhadamente, responsabilizávamos terceiros pelos nossos puns. Podíamos nos passar por completos idiotas quando nos cabia responder perguntas. E, o mais importante, simplesmente adorávamos Dul, a mulher que não apenas cuidava de nós com carinho, como também aguentava, e limpava, toda nossa sujeira.


Em instantes, encontrava-me mimado pelas atenções e companhia constante de Dul.


Recentemente ela perdera seu "emprego porcaria", o que julguei — pois o emprego era de todo um lixo —, uma coisa boa, para ela e, em particular, para este cão. Ucker, porém, saía cedo para ir ao escritório e retornava tarde da noite, dando a impressão de que fora perseguido por uma gangue de dobermans!


De qualquer maneira, graças a alguns "investimentos inteligentes" (algo semelhante a acúmulo de reservas, acho), Dul decidira ficar em casa e tentar escrever seu primeiro romance. Uma tarefa quase tão impossível quanto pretender descobrir uma pulga enfiada no traseiro de um cão pastor. De olhos vendados. Com os dentes.


Logo estabelecemos uma rotina. Sentava-me no colo de Dul enquanto ela tomava café-da manhã e lia o jornal. Deitava-me aos seus pés, em uma almofada macia, enquanto ela trabalhava à escrivaninha, brigando sem parar com o "maldito computador". Do mesmo modo, quando ela arrumava o apartamento eu, sem parar, brigava com o "aspirador de pó".


Quando Dul cozinhava, plantava-me na cozinha, colhendo, amiúde, saborosas recompensas.


Em especial porque, ao contrário de Ucker, minha dona tinha coração mole. Principalmente no que se referia a partilhar sua comida. De acordo com nossa análise, o que o cara grandalhão não sabia, não podia aborrecê-lo.


Entretanto eu não aceitava muito bem a idéia de ser deixado sozinho. Não demonstrava a menor tolerância quando Dul sumia para passar algum tempo com alguém chamado "academia". Ou quando tinha assuntos a resolver na rua. Ou quando saía à noite para jantar com Ucker. Que diferença fazia se fossem apenas umas "poucas" horas? Nenhum cachorro entende o conceito de tempo. Nunca entendeu. Nunca entenderá. Todos nós vivemos no aqui e agora. Não no " vejo-você-depois-bobalhão"!


Mas eis o que entendo muito bem. Ele, ela, ou eles, iam S-A-I-R sem o C-A-C-H-O-R-RO.


Algo totalmente inaceitável.


Então eu perambularia pelo apartamento, afundando na autopiedade, afogando-me na dúvida de que ela (ou eles) havia me abandonado, apenas para perdoá-la (ou eles), no instante em que ela (ou eles) retornava.


Meu comportamento era ridiculamente previsível.


Diferente do de outras pessoas que eu acreditava conhecer.


Não estava preparado para a primeira vez que os vi fazendo aquilo. Ucker e eu havíamos acabado de voltar de nosso passeio noturno. Encontramos Dul recostada na cama e, exceto por várias velas bruxuleantes, o quarto estava escuro. Ela nos recebeu ronronando.


 


— Lingerie nova?              


 


— O quê, essa coisa velha?


 


— Muito sexy.


Dul abriu os braços.


 


 


— Venha aqui, você.


Naturalmente concluí que o convite fora dirigido a nós dois.


 


— Desculpe-me, parceiro — disse Ucker, colocando-me no chão.


 


— Não sou chegado a ménage à três.


Fale por si mesmo, pensei, pulando de novo na cama. Instalei-me entre ambos, todo inocente.


 


— Oh! — exclamou Dul. — Olhe só quem está aqui. Ucker sacudiu o dedo.


 


— Eu não o mandei descer? Não sei. Mandou?


 


— Talvez ele esteja apenas confuso. Afinal, Miles acostumou-se a dormir conosco todas as noites.


 


— Então você quer que ele fique?


— Não vejo mal nenhum. Talvez o cachorro possa lhe dar algumas dicas sobre como caçar o que interessa.


 


Não me lembro de possuir uma única gota de sangue perdigueiro, portanto não captei o significado da tirada espirituosa,


 


— Todo mundo se acha engraçadinho — disse Ucker. — Ok, amigo, assista e chore.


Não chorei, mas com certeza assisti. Foi tudo muito enfadonho. Beijos, carícias, nada que eu não os vira fazer antes. Isto é, até que Ucker deslizou a cabeça entre as pernas de Dul. Para um cachorro, tal comportamento não parece exatamente incomum, porém, quando ela começou a gemer —como se estivesse sentindo dor — , fiquei preocupado. Precisava me certificar de que estivesse bem. Assim, esgueirei-me na cama e colei a cara no rosto dela.


 


— Não, não, está tudo certo — Dul murmurou, entre beijos. — Estou bem... Ohhh... Você pode parar agora.


 


— Você quer que eu pare? — indagou uma voz abafada.


 


— Não, não você. O cachorro. Miles está ficando um tanto amoroso.


 


— Corta essa, amigo. Asseguro-lhe, sou capaz de cuidar disso do meu próprio jeito.


Por mais que confiasse em Ucker, simplesmente não podia desgrudar de Dul. Resultado,


"minha presença não sendo mais necessária", acabei de volta ao tapete, descartado. Momentos depois, escutei Dul rir baixinho. Uma calcinha saiu voando pelos ares e aterrissou na minha cabeça. Uma cheirada revelou a quem a peça pertencia. Não resisti ao impulso de enterrar o focinho nas dobras do tecido, inalando o odor doce e levemente picante. Uma lambidinha aqui, uma mordiscadinha ali. Ok, talvez eu tenha me excedido um pouco.


A propósito, as coisas haviam ficado bastante turbulentas na cama. Estiquei o pescoço para enxergar melhor.



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Autor(a): juh_uckermann_Collins

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 6



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  • tahhvondy Postado em 03/09/2019 - 20:13:23

    leitora nova,continua

  • Annytequila Postado em 03/09/2019 - 13:38:02

    Amando a fic *-* cnt logoooooooo

  • bruna_vondy_love Postado em 02/09/2019 - 15:53:53

    continuuuua. essa cena ai heim, rsrs hum hum, sei não kkkkkkkkk

  • bruna_vondy_love Postado em 30/08/2019 - 10:27:52

    preciso saber o que vai acontecer. que prologo é esse.! separação vondy. ah, to roendo as unhas aqui

  • bruna_vondy_love Postado em 30/08/2019 - 10:26:46

    continua

  • bruna_vondy_love Postado em 30/08/2019 - 10:26:34

    oi.. sou leitora nova, a primeira da fanfic... já estou encantada com o miles. tão miudinho e já sofreu tanto. espero que junto com o casal vondy ele fique bem....


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