Fanfics Brasil - 5 Um cupido diferente - Adaptada (Vondy)

Fanfic: Um cupido diferente - Adaptada (Vondy) | Tema: Vondy


Capítulo: 5

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As nuvens estavam baixas e pesadas como a barriga de uma cadela prenha. Eu sabia que nada de bom iria resultar disso.


No início, foram uns poucos flocos de neve esparsos. Observei-os bater contra a janela de nossa sala de estar e escorrer pela vidraça. Nada para fazer meu rabo dar um nó, pensei...


Então as nuvens explodiram!


Logo a cidade desapareceu, mergulhada em um redemoinho branco. O vento uivava lá fora, como milhares de cães tarados. Nem de longe um cenário convidativo para qualquer atividade ao ar livre. Todavia, poça ou dejeto no tapete de Dul estava fora de cogitação.


 


— Hora de seu passeio vespertino, gracinha — soaram as palavras que, com certeza, eu não desejava ouvir.


Dul me pegou antes que pudesse escapar para debaixo da cama. Gostando ou não, fui obrigado a permanecer imóvel enquanto ela me vestia um suéter e atava a guia.


 


— Olhe — disse Dul, colocando-me na calçada. — A neve não é linda?


Dificilmente! A porcaria entrava nos meus olhos. Colava-se nas minhas pestanas. Irritava meu focinho. Penetrava no meu pêlo. Grudava nas reentrâncias das minhas patas, lira fria. Molhada.


Não me faria feliz. Tudo o que eu queria era resolver o assunto o quanto antes e subir correndo para nosso apartamento quente e seco. Dul, infelizmente, continuou andando em direção à


Primeira Avenida.


 


— Não podemos voltar para casa já — falou ela, em um tom de voz que não me inspirava confiança. — Você tem hora marcada com o dr. Greenberg.


Convenientemente, Dul negligenciou-se de me fornecer maiores informações. Porém, no momento em que entramos no prédio estranho, entendi a razão de tamanha reticência. A casa  desse "dr. Greenberg" tinha um cheiro tão acentuado de limpeza que os olhos ardiam e  lacrimejavam. Pior ainda, eu podia escutar cachorros, sem dúvida em gaiolas no fim do corredor, ganindo. O local recendia a lembranças do Cafofo.


De repente, a idéia de ficar com meu corpo enterrado na neve me pareceu muito mais atraente do que me meter neste lugar.


Por que Dul me levara ali? Seria por que eu destroçara sua calcinha? Por que começara uma briga com um filhote golden retriever? Ou por que rosnara para aquela velhota que empurrava o carrinho de supermercado?


A mulher-que-costumava-amar-seu-cachorro precisou me arrancar da porta da frente.


Quando me tomou no colo, eu tremia tanto, que por pouco não escorreguei dos braços que me seguravam.


Dul anunciou nossa chegada a uma criatura magricela, atrás de uma escrivaninha, cujas tentativas de me adular caíram em ouvidos moucos. Pediram-nos para aguardar em uma sala com várias outras pessoas de ar deprimido, acompanhadas de seus animais de estimação, igualmente deprimidos. Pelo menos eu não estava sozinho em minha desgraça.


Dul sentou-se em uma cadeira e, gentilmente, massageou meu pescoço.


 


— Por favor, tente relaxar — insistia em dizer. Como se fosse possível!


 


Um fulano de barba hirsuta, e um vira-lata peludo adormecido aos seus pés, estavam aboletados diante de nós. Eu não sabia se era o cão, ou o homem, ou ambos, que soltavam puns sem parar, lembrando-me daquele caminhão de lixo, no antigo bairro.


 


— Seu pobre cachorrinho parece um pouco apavorado — ele comentou.


 


— Está nervoso — explicou Dul. — É a primeira visita de Miles ao veterinário.


 


O Barba Hirsuta sorriu para mim.


— Não se preocupe, pequenino. Você vai gostar do dr.   Greenberg.


 


O diabo que vou, pensei.


 


— Desculpe-me — falou uma mulher.


 


Ela e seu poodle micro, preto e gordo, ostentavam colares de minúsculas contas brancas e tinham a mesma atitude afetada. Ah, sim, não só as orelhas do poodle estavam enfeitadas com laços, como as unhas das patas davam a impressão de haverem sido pintadas.


 


— Posso lhe perguntar qual é a raça do cachorro? NÃO, NÃO PODE, rosnei para mim mesmo. Entretanto, Dul respondeu.


 


— Ele tem sangue de chihuahua.


 


— Vira-latas são os melhores — opinou Barba Hirsuta.— O  Casey, por exemplo, é uma mistura de bichon e labrador. Difícil imaginar, é verdade. No auge da paixão, o bichon deve ter subido em um banquinho, ou qualquer coisa semelhante.


A piada sobre aquele triste inocente aparentemente pretendera soar engraçada.


 


— Obrigada, eu precisava escutar algo divertido — riu uma senhora de óculos escuros, segurando um yorkshire lerrier tão apertado contra o peito, que imaginei se a figura raquítica conseguia respirar.


 


— Sabe, minha Honey Bee tem um tumor maligno e talvez venhamos a sacrificá-la.


 


— Lamento — murmurou Dul.


 


— Pois meu marido não. Temos mais cinco yorkshire em casa. Juro que se minha conta bancária não fosse polpuda, ele já teria me deixado anos atrás.


 


— O meu me deixou — interveio a Mulher Poodle. — E .agora estamos em uma disputa horrorosa pela custódia de minha Colette...


Embora ninguém manifestasse interesse, a mulher não fechou a matraca.


 


— ...Meu ex nem sequer gostava de cachorros, quando o conheci. Convenci-o a comprar  um filhote, e ele caiu de amores. Não temos filhos. Colette tornou-se nosso bebê. Ela ia para todos os lugares conosco. Europa, Hamptons, Palm Beach, todos os lugares. Agora nenhum de  nós dois deseja entregá-la ao outro.


 


— E quanto à custódia conjunta? — indagou Dul.


 


— Totalmente inaceitável. O papai de Colette está levando mulheres vulgares para seu apartamento e não posso permitir que meu bebê fique exposto a toda aquela... devassidão.


Colette sente-se bastante desconfortável. Não é, minha querida?


A cadela lançou um olhar vago para a dona, então bocejOU.


Supus que ninguém sabia o que dizer a seguir porque, de repente, o silêncio invadiu a sala. Até que uma gata —por sorte presa em uma sacola — começou a miar como se estivesse dependurada pelo rabo.


 


— Por favor, controle-se, Sappho — encorajou-a o dono.


Não pude decidir se a pessoa em questão era macho ou fêmea. Exibia a voz profunda, a constituição física e as roupas típicas de um homem, porém exalava aquele cheiro caracteristicamente feminino. De qualquer forma, o gato dele/ dela, recusou-se a ouvi-lo/La e guinchou ainda mais alto, sem interrupção.


A boa notícia?


Dul e eu não fomos obrigados a agüentar aquele barulho por muito tempo. A má notícia?


Éramos os próximos da fila a ver o tal veterinário...


Gostando ou não, descobri-me debatendo-me em uma mesa escorregadia, esperando o pior.


A porta abriu-se e entrou o homem, com mais pêlos no rosto do que na cabeça redonda



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Autor(a): juh_uckermann_Collins

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— Olá, sou o dr. Greenberg — ele anunciou. O sujeito examinou o corpo da minha dona de alto a baixo. Diabos, por pouco não caiu de quatro e cheirou-lhe a bunda.   — Olá. — Ela estendeu a mão para cumprimentá-lo. — Sou Dul Levy. Muito prazer em conhecê-lo. Uma opinião em nada partilhada por ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 6



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  • tahhvondy Postado em 03/09/2019 - 20:13:23

    leitora nova,continua

  • Annytequila Postado em 03/09/2019 - 13:38:02

    Amando a fic *-* cnt logoooooooo

  • bruna_vondy_love Postado em 02/09/2019 - 15:53:53

    continuuuua. essa cena ai heim, rsrs hum hum, sei não kkkkkkkkk

  • bruna_vondy_love Postado em 30/08/2019 - 10:27:52

    preciso saber o que vai acontecer. que prologo é esse.! separação vondy. ah, to roendo as unhas aqui

  • bruna_vondy_love Postado em 30/08/2019 - 10:26:46

    continua

  • bruna_vondy_love Postado em 30/08/2019 - 10:26:34

    oi.. sou leitora nova, a primeira da fanfic... já estou encantada com o miles. tão miudinho e já sofreu tanto. espero que junto com o casal vondy ele fique bem....


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