Fanfic: Felicidade Clandestina | Tema: Texto

Felicidade Clandestina

Ela era linda, alta, magra de cabelos extremamente lisos e loiros. Tinha um busto grande, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa por cima do busto com doces. Mas possuía o que qualquer adolescente gostaria de ter: popularidade.

Muito aproveitava. E nós nada, não tínhamos a fama que ela tinha entre os outros adolescentes. Sua festa de aniversário estava próxima, seria o maior evento da cidade, no local mais lindo ali existente com o mar de fundo.

Ela tinha um talento enorme tanto para fazer amizade como para esnobar as pessoas que não faziam parte do seu círculo social. Nos olhava por cima e eu ali esperando o meu tão sonhado convite para sua grande festa.

Até que ela veio até mim, me convidou e me mandou ir a sua casa buscar o tão sonhado convite. A festa estava próxima, seria com toda certeza a mais linda de todas e também a mais cara já vista na nossa cidade. Disse-me passe na minha casa no fim da tarde do dia seguinte e lhe entregarei seu convite.

Até que no dia seguinte fui, toda feliz, animada, planejando minha roupa e maquiagem, fui correndo, ela me esperava na porta, olhando bem para meus olhos me disse que o convite ainda não havia sido impresso e que voltasse no dia seguinte. Eu com esperança fui correndo, guiava-me pela promessa do meu convite, mas assim vinha o dia seguinte, os dias seguintes, ia sempre ao seu encontro.

Mas não ficou simplesmente nisso, o plano secreto da dona da festa era maligno.

E assim continuou. Quanto tempo? Por uma longa semana. Comecei a perceber que ela estava a me enganar.

Até que no dia da grande festa eu estava ali a sua porta quando sua mãe apareceu. Ela devia estar estranhando a apreciação diária daquela menina a porta de sua casa e nos pediu explicações. Houve uma confusão silenciosa até que essa boa mãe entendeu tudo o que se passava. Olhou para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas o convite esteve sempre aqui, na gaveta da escrivaninha!

A mulher estava entristecida com sua filha, foi então que disse a ela para pegar o convite e entregar, pois já estava próximo o horário da festa e tinham que se arrumar. E você mocinha, te aguardamos as 19h no baile.

Eu estava feliz, peguei o convite e fui correndo para casa me arrumar.

Chegando em casa com o convite em mãos me olhei no espelho e pensei o que realmente estava acontecendo durante todos aqueles dias, ela não me queria na festa, não era minha amiga, não tinha sentimentos bons em relação a mim. Foi então que me arrumei, fiquei muito bonita, mas sai sozinha, o mais longe possível daquele baile, fui me divertir só, porém feliz, longe daquela menina má que só queria me humilhar.

Autora: Letícia Morais