Fanfic: Strike - AyD | Tema: Portiñon
Autora POV.
— Hoje é o dia mais feliz da minha vida. — Dulce sibila, emocionada e nervosa diante dos olhos mais lindos e intimidadores que já viu. Suas mãos tremem descompassadamente na medida em que se aproxima do contrato que a torna, oficialmente, esposa de Anahí Portilla. Ela tenta, a todo custo, controlar as lágrimas que caem por seu rosto durante aquele ato aparentemente simples, mas, no fundo, sabe que a tentativa é inútil, visto que é impossível controlar a emoção quando se está dando o primeiro passo para começar uma vida inteira ao lado da pessoa que ama.
Depois de tanto tempo de espera, finalmente ela está se casando com a mulher que, até o atual momento, demonstra ser o grande amor de sua vida. A pessoa que ela sempre procurou em todos os lugares e em todos os rostos. A mulher que ela quer compartilhar a mesma cama todos os dias, ao dormir e ao acordar.
O sorriso estampado nos lábios da ruiva comprova que ela tem certeza de estar cruzando o caminho certo. Dulce está tão radiante que até aqueles que acompanham a ocasião de perto, embora sejam poucos, podem notar. Apesar da pose firme e levemente rude que – fora adquirida com o decorrer de suas vivências –, quem a conhece de verdade sabe que ela não passa de uma mulher romântica.
E como toda mulher romântica, ela sonhava com o dia que se casaria.
Agora, casada no civil com Anahí Portilla, sua vida ganha um novo sentido, um novo propósito.
— Pode beijar a noiva. — O juiz anuncia.
Anahí sorri e direciona o olhar para Dulce. Seus olhos azuis, que por sinal são bem expressivos, ganham uma tonalidade mais clara, indicando sua tremenda felicidade.
— Eu amo você, meu amor. Por favor, nunca se esqueça. — Pede, usando um tom de voz ‘pra lá de preocupado, e aperta os lábios. Dulce franze o cenho, confusa. Mas logo se perde em pensamentos, já que Anahí invade sua boca com a língua. Como é bom beijá-la. A ruiva flutua quando as mãos da outra pousam em sua cintura, firmes e autoritárias, querendo fundir seus corpos enquanto ambas degustam do beijo.
O pai e a irmã de Dulce, na companhia de mais duas testemunhas convidadas por Anahí, veem a cena com um sorriso de lado. É sempre bom assistir a união de duas pessoas que são apaixonadas.
(…)
Dulce se encontra no carro de Anahí, sentada no banco do passageiro, esperando que a esposa termine de falar no telefone. Seu nervosismo mal podia ser contido. Desde que recebera a promessa de uma noite inesquecível, milhares de expectativas lhe atormentam insistentemente, levando-a à beira da loucura.
Ela olha pela janela do veículo e bufa, apressada e ansiosa. Constatar que a loira continua com o aparelho celular próximo da orelha não é nada interessante. Porém, conhecendo Anahí como conhece – ou acha que conhece –, com apenas uma olhada ela teve certeza: Anahí está nervosa. Será que Dulce está sendo egoísta e tem algo de errado acontecendo com sua esposa? E então, o que ela deve fazer? Levantar-se do banco e ir até ela, ou permanecer sentada fazendo a linha paciente?
— Mas que merda! — Anahí explode, de repente. Os dedos circulam por seu cabelo longo, loiro e sedoso, a fim de aliviar a própria tensão. Dulce arregala os olhos, assustada, e faz menção de sair do carro. Contudo, Anahí se apressa e gesticula com as mãos para ela, pedindo silenciosamente que não o faça. — Eu disse que não queria matá-la, Alfonso. Você esqueceu o que ela e eu somos? — Sussurra e encara Dulce, temendo que ela escute mais do que deve. — Eu só queria que ela sumisse. Não precisava morrer, só… Ah, porra! O que é que eu vou fazer?
— Você está casada com a garota, não está? — O rapaz pergunta do outro lado da linha.
— É.
— Então você sabe o que tem que fazer. Só aproveita a vida, bebê. E, de preferência, não se esqueça que apesar dessas suas reclamações chatas e inúteis, eu fui o único que de fato te ajudou na tramoia toda. Além do mais, fica de boa, porque fora a dona Sylvie, ninguém mais vai sentir falta da sua irmãzinha insuportável. — Dito isto, a ligação é encerrada pelo próprio Alfonso.
Anahí engole seco e sente o mundo girar, posteriormente recebe fortes pontadas no coração, que doem o suficiente para ela sentir-se… Mal. Ok, as coisas saíram um pouco dos trilhos, mas tudo que ela sempre quis finalmente aconteceu. Após anos de tormento, agora ela está livre da única pessoa que era uma pedra no seu sapato: sua irmã. Então, se tudo deu certo, por que ela ficou assim? Com um peso naquilo que acredita ser sua consciência?
Entre um giro e outro, Anahí consegue abrir a porta do carro. Senta no banco do motorista e procura o olhar terno de Dulce. A ruiva, por sua vez, se vira para ela de imediato, pondo a mão direita em seu rosto, que inclusive está terrivelmente pálido, e fazendo um carinho gostoso ali até que ela pareça mais calma.
— Amor? Tá tudo bem? O que aconteceu? — Pergunta, visivelmente preocupada.
Anahí se crucifica por ter que mentir novamente para Dulce. Aliás, é impressionante como o romance delas é cercado de mentiras. Do começo ao fim.
— Amor, eu não sei se você vai conseguir entender, provavelmente não, mas eu preciso que você tente, ok? Por nós. — Implora baixinho, com a voz rouca. — Eu não vou poder ficar com você essa noite. Meu chefe ligou e pediu para eu resolver algumas coisas… Urgentes. — Se engasga com a própria saliva em meio as falas apressadas. — Urgentes mesmo. Você nem imagina.
— O quê? Logo hoje? Agora?
— Não me olha assim. — Geme derrotada. — Se não fosse tão sério, eu juro que jogava tudo pro alto e ficava só com você. Mas é que…
— Eu já entendi. Não dá, né? Nunca dá, na verdade. — Dulce resmunga, de braços cruzados. Por mais que ela tente ser a pessoa mais compreensiva do mundo na maior parte do tempo, caramba, é do seu casamento que nós estamos falando. Passar a noite toda com Anahí já fazia parte dos seus planos… E ela não sabia se estava preparada para abandoná-los assim, de uma hora para a outra.
— Amor…
— Cara, a gente acabou de se casar. Tem noção do que isso significa? — A loira balança a cabeça em positivo. — Não parece. A propósito, você tinha me prometido uma noite inesquecível, lembra? E agora, do nada, você quer me deixar de lado?
— Desculpa, amor. Eu… Preciso fazer isso. — São as únicas coisas que Anahí consegue falar. A culpa e o remorso, aos poucos, iam acabando com ela. Não só por causa de Dulce, mas por toda a situação. — Desculpe.
A ruiva pisca algumas vezes e suspira, ainda absorvendo o fato de que seria, provavelmente, a única mulher do mundo a ser “descartada” pela sua cônjuge, mesmo a circunstância sendo tão importante quanto essa. Por uma fração de segundos, ela havia acreditado que conseguiria mudar a decisão final de Anahí. Todavia, o olhar peremptório que ela recebeu a fez cair na real. Não teria jeito. Anahí iria embora e a deixaria como em todas as noites desde que se conheceram: sozinha e sentindo sua falta.
— Quando você volta? — Se limita a perguntar.
— Em breve… Muito em breve. E quando isso acontecer, será de uma vez por todas, amor. Seremos só você e eu, pra sempre. — Essas palavras afetam o interior de Dulce como se tivessem chegado nela em formato de soco. Ficar com Anahí sem tantas interrupções e despedidas é tudo que ela mais anseia, principalmente agora que estão legalmente casadas. Entretanto, a raiva e a saudade antecipada remoíam seu coração com tanta força e intensidade, que ela apenas se vira para o lado oposto e assente, num sinal claro de que também não iria render-se e ficar de boa. Não dessa vez.
— Ok.
[…]
2 anos atrás.
O início do duelo.
A notícia cai na cabeça de todo mundo feito um raio. Em todos os blogs, rádios, sites de fofoca e canais de televisão, o assunto mais comentado se resume ao infarto repentino do Sr. Enrique, que o levou à morte.
A dor e o sofrimento haviam se instalado.
Em um piscar de olhos, as brigas, os ciúmes e os desentendimentos desnecessários que aconteceram com frequência nos últimos dias pelas integrantes da própria família Portilla, trataram de ser jogados pelo ralo. Todas elas, sem exceção de uma, sabiam da importância de ajudar umas as outras nesse momento difícil. Até Angelique e Anahí, que davam dor de cabeça desde a união estável de seus pais, se abraçaram e lamentaram, juntas, a morte do pai. Ali, não existia mais a filha bastarda, nem nada do tipo. Apenas consideração pela dor do próximo.
“Será que ele teve que morrer para que elas finalmente pudessem se dar bem?”. Pensou a mãe de Angelique, Sra. Sylvie, inundada pela emoção.
Seria bom demais para ser verdade, senhora. Bom demais…
Os dias de paz estavam contados.
Pouco tempo após o falecimento do Todo Poderoso, maneira esta que muitos referiam-se a Enrique, seu advogado foi atrás de Anahí, Marichelo e Angelique, em busca de alertá-las sobre o testamento deixado pelo velho. As três se puseram no escritório criado dentro da mansão que moravam, sentaram à mesa e contaram, também, com a presença da Sra. Sylvie.
Cada uma tinha um desejo.
Anahí e Angelique queriam a presidência da Portilla Enterprise, Marichelo sonhava em herdar a casa de praia e Sra. Sylvie só pedia a Deus para que a sentença de seu ex-marido não trouxesse o caos de volta.
— Certo. Vamos lá. — O advogado murmura, agitado. Ele temia a reação das mulheres à sua frente. Conviver tantos anos com Enrique o fez adquirir um carinho nada profissional por ele e sua família. — Enrique deixou a casa de campo para Marichelo e a de praia para Angelique. — O homem nem se atreveu a tirar os olhos do papel estendido em suas mãos, pois percebeu, através da imediata lamúria, o incômodo que só o começo do testamento causou. — Anahí assumirá a presidência da Portilla Enterprise e Angelique ficará como vice. A mansão está no nome de Anahí, mas todos os quadros e objetos de valor pertencem exclusivamente à Sra. Sylvie. E por fim, os três carros, que anteriormente estavam no nome do Enrique, agora também são da Sra. Sylvie.
— ISSO É UM ABSURDO! EU NÃO ACEITO ESSA MERDA! — Angelique levanta da cadeira e bate a mão direita na mesa que está entre ela e o advogado. — A casa de praia? É isso que eu mereço depois de anos dando o sangue naquela maldita empresa?
— Acalme-se, filha. Por favor. — Sra. Sylvie pede.
— Me acalmar? Por que eu faria isso? Mãe, você não percebe a sacanagem que aquele velho fez comigo? EU MERECIA A PRESIDÊNCIA DA PE! EU! SÓ EU! MAIS NINGUÉM! QUE PORRA. — Coloca ambas as mãos na cabeça, fora de si. Um grito de ódio estava preso em sua garganta. — Que bosta de “pai” eu tive.
— Eu não admito que você se refira ao meu pai dessa forma, sua infeliz. — Anahí fica de pé e se posiciona diante de Angelique, ficando cara a cara com ela. — Aliás, você deveria calar isso que você chama de boca e agradecer mentalmente tudo que ele fez por você. Depois de mim, você é a pessoa que mais tem poder e influência na Portilla Enterprise. Tá choramingando feito uma criança mimada por quê mesmo?
— Porque eu não quero e não vou ser empregada de alguém tão… — Analisa a irmã da cabeça aos pés. — Despreparada feito você. — Anahí revira os olhos. — E se você tem um pingo de amor a essa sua cara, recomendo que saia da minha frente. Agora. — Ordena entredentes, sentindo-se cada vez mais furiosa. Quem ela pensa que é para falar comigo com toda essa prepotência? Angelique pensa, fechando os punhos.
— Chega. Calem a boca, as duas. — Sra. Sylvie puxa Angelique pelo braço e a afasta de Anahí. — Angelique, vá pro seu quarto. Nós teremos uma conversa.
— Eu não quero conversar com ninguém. Quero que me deixem em paz, todos vocês. — A bastarda vocifera e desvencilha seu braço do encaixe dos dedos da mãe. Dá uma última olhada no local, que encontra-se repleto de respirações pesadas e preocupadas, antes de caminhar pro seu quarto, às pressas. Ao passar pela porta do mesmo, certifica-se que ela ficará trancada por um bom tempo, assim ninguém poderia atormentá-la até que ela decidisse que estaria preparada para enfrentar sua nova vida.
Joga o corpo sobre a cama e finca as unhas no lençol, permitindo-se colocar para fora tudo que a estava matando por dentro. As lágrimas escapavam por seus olhos azuis de uma maneira descontrolada.
Em toda sua vida, Angelique nunca chorou tanto devido ao acúmulo de ódio.
— Isso não vai ficar assim. Eu não vou deixar você reinar, Anahí. Não vou. — Grita com a voz sendo abafada pelo travesseiro. — Eu ainda não sei como, mas eu juro por tudo que mais amo que vou virar esse jogo a meu favor. E quando isso acontecer, você vai se arrepender de ter tentado ser superior a mim.
(…)
— O que você tem de linda, você tem de burra, Angelique. — Alfonso ri baixinho, colocando uma almofada entre as pernas. Ele veio à mansão dos Portilla um dia pós-leitura do testamento do morto. Angelique o ligou, desesperada e enfurecida, alegando precisar conversar com ele urgentemente. Ele atendeu ao seu desejo, e por isso está aqui, no quarto dela, encarando-a com desprezo enquanto a ouve reclamar e reclamar. — O que te fez pensar que o Enrique deixaria a empresa pra você? Qual é, bebê?! Você é só uma bastarda.
— Ele jurava não fazer distinção entre as filhas…
— E você acreditava? — Ri mais alto, debochando. — Fala sério, Angelique. Tudo tem limite, beleza? Inclusive a burrice e a ingenuidade.
A loira espreme os olhos.
— Tá, foda-se. Foda-se tudo. Eu só preciso que você me ajude a reverter essa situação de merda, Alfonso. Eu não posso deixar isso ficar assim, entende? A Anahí não pode ganhar.
— Bebê, a vida não é um jogo.
— E quem foi que disse que não? — Levanta as sobrancelhas e cruza os braços. — Enrique dizia que eu tinha que viver à vida como se ela fosse um jogo de boliche. Cada um dos pinos representa as dificuldades que eu preciso enfrentar, ou seja… Todos os meus adversários. E aí eu tenho que ir derrubando um por um, até alcançar a meta que eu estimei. Mesmo que nem sempre eu consiga acertar todos, eu sempre tenho que buscar o strike. — Aperta os lábios, afundando-se em lembranças. É visível que ela amava o Enrique. Do seu jeito torto, ok, mas amava. Embora ele tenha sido “um sacana”.
— Enrique era um homem sábio. Não podemos negar. — Alfonso admite.
— É. — a loira concorda e caminha até a varanda do quarto para admirar à vista que lhe é proporcionada, imersa em sentimentos que não pode controlar. O vento bate em seu rosto e bagunça seus cabelos. Ainda sim, ela continua o que sempre foi: linda.
— Eu sei como te ajudar, bebê. Eu já imaginava que isso tudo ia acontecer e pensei num plano. — Ao informar, o moreno força os próprios pés a se locomoverem. Angelique até pensa em virar-se e olhá-lo, mas ele é mais rápido que ela e a agarra, pondo as palmas das mãos em sua cintura. O peitoral definido encostado nas costas alheias. Alfonso apoia o queixo em um dos ombros de Angelique e se delicia com o cheiro que emana da pele dela. — Só que eu preciso saber até que ponto você é capaz de chegar pra fazer o strike.
— A todos.
— Todos? — Morde o lóbulo da orelha dela.
— Si-Sim. — Responde. Nossa, isso é bom…
— Então… — Pegando-a totalmente de surpresa, Alfonso a vira de frente para ele. Passa o dedo indicador pelos lábios carnudos da loira e esboça um sorriso maquiavélico. — Você vai ter que se casar com uma mulher.
— O QUÊ?! — Seu impulso é soltar um grito muito alto e fino.
— Cala a boca, garota. Você quer que todo mundo escute a gente? — Alfonso esbraveja e gruda uma mão na boca de Angelique, impedindo-a de continuar gritando. — Fica quieta e me escuta. O plano não é tão ruim quanto parece. — Angelique tenta falar. — Tá, olha, eu vou tirar a mão da sua boca, mas você não pode mais soltar nenhum grito, combinado?
Ela assente.
O rapaz, aos poucos, vai se afastando.
— Como é que um casamento pode não ser tão ruim? E ainda mais com outra mulher? — Pergunta e contrai as bochechadas, contrariada.
— É que não é bem você que vai casar…
— Mas você não acabou de dizer que eu vou? Fiquei confusa.
— Se você calasse a merda da boca por um mísero instante e me deixasse explicar tudo, talvez essa confusão não existisse. — Alfonso reclama, impaciente. Angelique abaixa a cabeça. — Escuta… Sim, é você quem vai se casar, mas você vai usar o nome da Anahí ao invés do seu, entendeu? A gente vai ter que procurar alguém pobre e burra, que não conheça você, seu dinheiro e sua família. Você tem que fazê-la pensar que é tão pobre quanto ela e persuadi-la a se casar o mais rápido possível.
— Tá, mas por quê? Por que logo uma mulher?
— Porque temos que ser convincentes… E a Anahí é sapatão. — Alfonso diz simples. — E por mais que te doa admitir, no fundo você gosta da fruta também. — A segura pelos braços. — Enfim. Entendeu tudo?
— Sim, entendi. Mas depois que eu me casar com a trouxa, o que acontece? — Indaga, temerosa. O moreno sorri. Aquele sorriso meio cínico, sabe? Um perigo.
— Aí você deixa comigo, bebê. Eu vou dar um jeito de sumir com a sua irmã, fazendo todo mundo pensar que ela está morta. E então, quando a notícia se espalhar, a viúva vai herdar tudo que é da Anahí. Só que você vai precisar usar todo o seu charme para continuar com ela, até a gente convencê-la a passar a fortuna pra você.
— Alfonso, isso tudo é muito arriscado. Além disso, eu não quero que a Anahí morra. Eu a odeio, eu sei, mas não sou tão ruim assim. — Angelique avisa, baixando o olhar. Alfonso coloca dois dedos em seu queixo e a obriga a olhá-lo nos olhos.
— Ei, não se preocupa, vai dar tudo certo. Eu não vou matá-la. Eu só vou fazê-la ficar longe de tudo e… Todos. — Claro que ele estava mentindo. Não havia como sumir com Anahí, ela era rica e todos a conheciam. A estratégia só daria certo caso ela morresse, mas Angelique estava perturbada demais para raciocinar, é claro. Seu ódio costumava cegá-la… E Alfonso sabia disso como ninguém.
— Promete?
— Claro, bebê.
[...]
… De volta aos dias atuais.
Há cerca de dois dias, Dulce não recebe nenhuma notícia da sua esposa.
Ela está preocupada e morrendo de saudades.
De trinta em trinta minutos, deixa uma mensagem na secretária eletrônica, ansiando que Anahí acabe pegando no celular em algum momento e a ligue de volta. Além de que, depois de tudo que aconteceu, havia uma pendência gigantesca entre elas.
Precisavam concretizar o casório.
Dulce e Anahí nunca transaram, até então. A ruiva ainda era virgem e sempre pedia, em meio as inúmeras invertidas da amada, para “fazer amor” só depois de se casar. Tudo bem que ainda faltava o casamento no religioso, mas… Ah, o civil já era alguma coisa, né?
Ela não conseguia mais esperar. Era o momento.
Enquanto termina de secar alguns pratos, seu celular começa a tocar. Dulce não contém um sorriso. É ela! Tem que ser! Imediatamente, deixa os pratos na mesa e corre até a sala, onde tinha deixado o aparelho anteriormente. Pega-o em mãos, meio desajeitada, e seu sorriso é desmanchado assim que ela constata que o número não é o de Anahí. Merda! Mas que droga… Era pra ser ela. Era. Pra. Ser.
— Alô? — De todo modo, opta por atender.
— Olá? Falo com Dulce Espinosa? — Uma mulher, aparentemente com mais idade que a sua, pergunta do outro lado da linha.
— Sim, ela mesma.
Silêncio.
Dulce sente-se nervosa. Lhe dá uma pontada no estômago.
— Eu sou… Sylvie... M-madrasta da… Anahí.
Outra pontada no estômago, depois no peito. Um milhão de vezes mais forte.
Dulce nunca havia entrado em contato com nenhum familiar de Anahí. A loira costumava dizer que a apresentaria no dia ideal.
— Madrasta da A-Anahí?
— Sim. Estou ligando porque quero pedir para que venha até minha casa o mais rápido possível. Se quiser, posso pedir para alguém buscá-la… A gente precisa conversar… Eu… Eu… — A mulher dá início a um choro lastimoso. Aquilo mexe tanto com a ruiva que seus olhos também marejam, conquanto ainda não soubesse o porquê. — Aconteceu uma tragédia. A Anahí… Morreu. — Seu choro aumenta.
— O QUÊ?
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Autor(a): arquivoportinon
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
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Dulce Espinosa POV. Quando ouvi aquelas palavras juntas, Anahí e morte, foi como se eu sentisse o chão desabando embaixo dos meus pés. As forças que eu tinha nas pernas sumiram e eu caí no sofá subitamente. Fraca. Eu não conseguia – nem queria – controlar as lágrimas que escapavam dos meus o ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 6
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Lene Jauregui Postado em 25/09/2019 - 22:57:15
Caramba. Que história viciante amoré. Não creio que a Annie morreu. Diga que não por favor
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Lene Jauregui Postado em 25/09/2019 - 11:34:42
*Caramba
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Lene Jauregui Postado em 25/09/2019 - 11:34:12
Cantava. Só por 1 capítulo já dar de perceber que há muitos mistérios nessa web. E isso é bom. Continua amoré
arquivoportinon Postado em 25/09/2019 - 19:13:07
MUITOS MISTÉRIOS MESMO! HAHAHAHA. Já continuei, amor. Dá uma olhadinha.
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DreamPortinon Postado em 25/09/2019 - 01:04:50
Adorei... Continua
arquivoportinon Postado em 25/09/2019 - 19:12:38
Continuei, amor. Que bom que gostou.