Fanfic: Felicidade Geek | Tema: Clarice Lispector
Regina George, como posso descrever Regina George? o mal em figura de gente, loira, magra, riquinha e esnobe, "o cabelo dela está no seguro po dez mil dolares", é o que dizem pelos corredores da escola, uma vez ela socou uma garota no rosto e levou uma adivertência, mas apesar de toda maldade, todas as meninas querem ser ela. O pai dela é sócio da Amazônia-book, a maior rede de livrarias da América Latina e a segunda maior do mundo.
Pouco aproveitava. E nós menos ainda, até para aniversário, em vez de pelo menos um E-book barato, ela nos marcava em sorteios na fanpage do instagram da loja do pai. Ainda por cima a chance da gente ganhar era quase nula, visto que centenas de milhares de pessoas almejam esses produtos.
Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, fazia questão de levar seu leitor de Ebooks de ultima geração pra escola, o Vela . Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorarlhe emprestados os livros que ela não lia, ou até mesmo um cupom de desconto para adiquirir um Ebook.
Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía O retorno de Jedi, o roteiro original com as anotações pessoais de todos os roteitristas.
Era um livro grosso, com QR codes para acessar conteúdos exclusivos, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. tuítando-o. E, completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria.
Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança de alegria: eu não vivia, nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.
No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava numa casa como eu,e sim numa mansão. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.
Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono da livraria era tranquilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte” com ela ia se repetir com meu coração batendo.
Ela era ardilosa, impiedosa, parece que tinha prazer em me ver sofrer, um sadismo incomum, mas eu não desistia, sempre fui fã de Star Wars e naquele momento não havia nada no munegim que eu quisesse mais que aquele livro, então, aceitei meu martírio e segui com o plano mais humilhante de todos.
Até que um dia , diante de seu portão, interfonei e fui atendida pelo mordomo Alfred que parecia ocupado, disse sucintamente "Bom dia, o patrão Bruce não está" eu percebi sua pressa e tentei ser sucinta também, expliquei a situação, ele muito educado, respondeu: "a senhora Regina está no banho, vou pedir que ela te atenda assim que possível" e abriu o portão que dava para um jardim imenso, cabia uma frota de caminhões. fui entrando e próximo a um chafariz estava uma jovem mulher, era a mãe da Regina. Ao me ver aproximando, virou-se com um sorriso e estendeu as mãos para me cumprimentar, ela já me conhecia, apesar de nunca termos conversado, antes que eu chegasse a dize oi Regina apareceu com os cabelos ainda molhados.
Viramos as duas em direção à Regina que veio correndo como se tivesse acabado de perdern o trem das onze, essa postura deixou a mãe dela com uma pulga atrás da orelha, e tivemos que explicar o ocorrido, após alguns minutos a confusão se resolveu, a mãe da Regina ficou decepicionada com ela pois o livro jamais saira daquela casa, e Regina nunca se interessara por ele, tudo que chamava atenção dela eram as revistas de fofoca e as fanpages sensasionalistas do instagram.
—Trate de emprestar o livro pra garora -- nem preciso dizer que era tudo que eu queria ouvir, não é? mas além disso, ganhei mais um presente., virou-se pra mim e disse: —enquanto você, pode ficar com ele o tempo que precisar.
Entendem? Valia mais do que me dar o livro: “pelo tempo que eu quisesse” é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer. fiquei com as pernas bambas mal conseguia andar, tive que pedir um Uber, mas eu enchi o saco do motorista, estava eufórica, tagarela.
Finalmente em casa, com o livro em mãos, ainda na embalagem, aquela malvada nem ao menos havia aberto esse monumento, eu queria ler mas "pelo tempo que precisar" era muito específico, eu só abri no dia seguinte ficava admirando-o sua capa, seus detalhes, eu guardava-o, fingia que tinha perdido, era meu hobby ficar fantasiando.
Não era mais uma menina com um livro, era a própria Chun Li.
Autor(a): jottab
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