Fanfics Brasil - CAPÍTULO 11 Madrugadas de Desejo ( ADAPTADA )

Fanfic: Madrugadas de Desejo ( ADAPTADA ) | Tema: Vondy


Capítulo: CAPÍTULO 11

367 visualizações Denunciar


QUASE CERTEZA QUE HOJE TEM MARATONA POR AQUI EM


 


NAQUELA NOITE, CHRISTOPHER ENTROU em sua carruagem apressado e de mau-humor. A última coisa que esperava ou queria era ver uma pequena silhueta em seu assento, com os pés balançando e os olhos projetados para fora do capuz da capa contornada de pelúcia. Atrás dele, o cocheiro aguardava com uma lamparina acesa em uma das mãos. Quando Christopher chegou para o lado, a luz tremulante da chama passou por um rosto pálido que o encarava, destemido. Poderia se dizer até belicoso.


— Estou fugindo — anunciou a criatura — para Gretna’s Greens.


Christopher se sentou pesadamente e estendeu o braço, afastando o capuz para revelar uma cabeleira ruiva reluzente. — É Green — ele corrigiu. — Gretna Green. Não Gretna’s Greens.


— Ah. Tem certeza?


— Absoluta.


Ela o encarou como se ele talvez estivesse mentindo para ela deliberadamente.


— E você, lady Mercy Danforthe, vai diretamente para a casa de seu irmão.


— Poderíamos nos casar lá, em Gretna’s Greens.


— Se você não tivesse idade para ser minha filha — murmurou ele, contorcendo-se. — E mais irritante que um formigueiro, em um piquenique. Agora, por gentileza, saia de minha carruagem, mocinha.


— Mas está escuro lá fora. Como vou chegar em casa?


— Do mesmo jeito que veio.


Ela girou os pés nas botas, batendo os bicos no painel lateral da carruagem. — Já mandei minha empregada para casa. Eu disse que ela não precisava ficar.


Se ele não estava enganado, ela estava com farelos de bolo nos cabelos e um borrão de geleia na bochecha. Pelo menos, ela tivera o bom senso de trazer um lanche para a malfadada aventura. Abrindo novamente a porta, ele chamou Grieves, que estava a caminho de volta para casa. O criado deu meia-volta e retornou à carruagem. — Providencie para que lady Mercy seja imediatamente levada em segurança de volta para o conde de Everscham. E diga a ele que ficaríamos gratos se ele se mantivesse mais atento à irmãzinha, no futuro. Se não adiantar, algemas.


— Senhor Christopher Uckermann, o senhor está sendo um tanto insensato — exclamou a criança obstinada.


— Sim, eu sei. Sou bom nisso.


Ela arregalou os olhos e conteve uma lágrima que brilhava sob a luz da tocha do empregado. — E terrivelmente cruel.


— Está vendo? Não posso imaginar por que você iria querer desperdiçar seu tempo com um homem como eu. Pode ir. — Ele a pegou por baixo dos braços e girou cuidadosamente em direção aos degraus da carruagem. Quando suas botas tocaram o chão de paralelepípedos, Grieves solenemente a segurou pelo cangote, com o braço esticado, e levou em direção à casa.


Christopher deu um tapinha no teto da carruagem, que deu um solavanco e arrancou. Ele se recostou, melancolicamente pensando em seu infortúnio de ter atraído essa diabinha de cabeleira acobreada. Não era para menos que seu irmão, o conde, a chamava de Tostão Furado. Talvez ele a mandasse para a rua, na esperança de que ela não voltasse. Por herdar esse título tão jovem, tendo apenas vinte anos, Carver Danforthe estava bem mais interessado na própria diversão do que em ficar vigiando a irmã problemática.
Christopher estava certo de que se ela fosse sua irmã caçula não estaria perambulando pelas ruas de Londres, à noite, e escrevendo cartas de amor com vários corações como pingos dos is. Nem se jogaria em cima de farristas como Christopher Uckermann. De fato, pensou ele, uma vez que ele tivesse filhas, elas não teriam permissão para sair de casa até que tivessem vinte anos; depois, somente em sua companhia. Ninguém sabia dos perigos à espreita tão bem quanto ele, é claro.


Christopher parou e encostou o ombro no portal, observando a sala lotada de gente, descartando rostos com desprezo veloz e buscando somente um — o da mulher que ele sabia ser a amante do conde de Bonneville. Seu elo ao colar desaparecido.


Ah! Lá estava ela.


Seu olhar pousou em uma cabeleira ruiva, de cachos soltos rebeldes. O brilho suave da luz de velas acentuava a curva acima dos seios e o arco do pescoço esguio. Ele reconheceria esses cachos em qualquer lugar, e aquela risada rouca e travessa, que ele sentia até as solas de seus pés. Uma risada que geralmente era à sua custa.


Dulce Maria Saviñon.


Ele achou ter ouvido a risada depois de alguns minutos de sua chegada. Os padrões de lady Clegg-Foster só podiam ter caído, ou a idosa querida estava desesperada para animar a festa com alguns fogos de artifício. Então, ele se lembrou de que ambas as irmãs de Dulce recentemente haviam se casado muito bem — com um barão e um jovem filho de conde, se ele se recordava corretamente — e, dessa forma, elevaram seu status. Em uma manhã, sua avó tinha lido os anúncios do casamento para ele, durante o café da manhã, em sua última visita à sua casa de Londres e comentado com deboche sobre a ambição conveniente de certas mulheres desesperadas. “Pedigree pela metade”, dizia ela desdenhosamente se referindo às filhas do almirante Saviñon e de sua esposa — a palavra, em si, a fez envergar de lado, na cadeira, como se a sala girasse — “Americana”.


Aquela noite, a filha escandalosa mais velha papeava amistosamente com uma palmeira em um vaso. Christopher ergueu a sobrancelha, entretido. A palmeira, é claro, não podia responder. Isso explicava tudo. Ela provavelmente também conversaria daquela maneira agradável com ele, se ele não tivesse meio de responder. Contudo, do jeito que era, eles nunca podiam ter uma conversa sem uma briga.


Dulce Maria Saviñon foi deixada sem supervisão por muitos anos, safou-se com muita coisa. Agora ela se envolvera com o conde, um homem para arruinar ainda mais sua reputação. Se ainda restasse algo a salvar. Quantas vezes ela havia sido noiva, exatamente? Não importava. Ela não havia levado nenhum de seus noivos a sério. Era de imaginar que ela causava escândalo com seu comportamento apenas para afugentar os homens e escapar do casamento. Ultimamente, sua reputação de ser difícil era bem conhecida e, apesar daquelas curvas tentadoras, homens mais sensíveis mantinham distância. Afinal, sua origem era claramente enevoada. Nada se sabia de seu pai verdadeiro, e a mãe viúva, tirada das ondas do Atlântico pelo almirante Saviñon, tinha vindo para a Inglaterra com pouco mais que a roupa do corpo. Dulce nasceu sete meses depois e fora adotada pelo almirante quando ele se casou com sua mãe. Depois de um começo tão incerto, talvez fosse apenas natural que, desde então, sua vida fosse cheia de altos e baixos violentos como as ondas das quais a mãe fora salva. Somente o idoso e viúvo duque de Ardleigh tivera a bravura de assumi-la, recentemente; depois, olhe o que aconteceu. O pobre sujeito morreu de um ataque do coração. Na cama.


Onde mais? Christopher cautelosamente olhou a mulher com o traje branco enganosamente ingênuo, medindo cada curva traiçoeira. Enfermeira acompanhante, pois sim! Todos sabiam o que isso significava.


Agora Christopher a flagrara, com os próprios olhos, na cama do conde — testemunhara seu comportamento impudente e sem nenhum constrangimento.


Referências desiguais, essa é boa! Havia regras neste mundo, e as mulheres deveriam segui-las. Em sua idade, ela deveria saber isso. Obviamente, ela ainda não chegara ao seu momento de maturidade plena. Como ele.


Ele imaginou a voz da avó em seu ouvido: Olhe para ela! Espreitando atrás das folhagens, pronta para dar o bote em algum sujeito desavisado. Aquela garota é completamente isenta de direção ou orientação. Guarde as minhas palavras, ela ainda vai acabar mal.


Sua avó o incitaria a ficar bem longe e ele faria isso, não fosse por seus diamantes. Ele se assegurou de que eles eram o único motivo para que ele planejasse se aproximar dela naquela noite. Que outro motivo poderia haver para procurá-la?


Aparentemente, seu amante, o conde, a deixara desacompanhada, mas não podia estar longe. Nenhum homem que pretendesse ter Dulce Saviñon deveria deixá-la fora de vista por muito tempo. Ninguém podia saber o que ela poderia fazer em seguida. Essa era uma mulher que, há dez anos, dobrou-se de rir na presença do príncipe regente, quando seu traseiro real subitamente perdeu contato com a cela e despencou no gramado em meio a uma corrida improvisada de cavalos. Nem mesmo a fúria indignada do príncipe, ou os olhares incrédulos dos expectadores, havia silenciado suas gargalhadas, que só aumentaram. O incidente representou o fim da chance para que ela se tornasse uma predileta da realeza, fechando várias portas socialmente. Apesar disso, ela era uma mulher que atacava a vida com um entusiasmo inquieto e, segundo a avó de Christopher, deveria ter sido exaurida na decoração de boinas e costura de anáguas, ou telas bordadas.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): cilly

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

— Os dedos de uma jovem — dizia sua avó sempre que mencionava Dulce Maria Saviñon e seus pecados —, mesmo os de uma americana, não cometeriam tanta desordem se estivessem ocupados com uma agulha. Pessoalmente, Christopher achava um erro dar a Dulce Saviñon qualquer coisa afiada ou pontiaguda. Naquela noite, a maioria das convid ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 38



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • capitania_12 Postado em 29/07/2020 - 11:04:35

    cadê a fanfic?

  • capitania_12 Postado em 23/06/2020 - 09:06:57

    Uhul,continua logo. Amo demais

  • capitania_12 Postado em 15/06/2020 - 17:15:09

    Continua ,faz maratona . Poxa,o que esse garoto tem de tão misterioso? Kkk

  • capitania_12 Postado em 04/06/2020 - 12:55:15

    Continuaaaaaaa. Eu amo essa fanfic ,sabia? Não nos deixe ,poste mais. Faz maratona

  • capitania_12 Postado em 19/04/2020 - 18:51:44

    Continua logo, amando. Senti tanta falta kkk faz maratona

    • cilly Postado em 29/05/2020 - 00:43:00

      Sei que me faço de louca hahaha mas amanhã, prometo pra ti que vou postar dez capítulos <3

  • capitania_12 Postado em 26/02/2020 - 13:28:11

    Continua. Amo demais

  • Vondy Forever❤ Postado em 29/01/2020 - 12:55:58

    Não abandona a fic não ela esta muito boa, todo dia em venho aqui para ver se tem um capítulo novo.

    • cilly Postado em 30/01/2020 - 21:41:27

      Oi amore, me desculpe de verdade, eu tinha perdido a vontade de tudo. Mas prometo que agora vou ser mais ativa.

  • Vondy Forever❤ Postado em 15/01/2020 - 22:48:38

    Continua...

  • capitania_12 Postado em 02/01/2020 - 09:35:49

    Continua logo

  • capitania_12 Postado em 21/11/2019 - 10:32:39

    Cadê você mulher??


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais