Fanfic: Madrugadas de Desejo ( ADAPTADA ) | Tema: Vondy
Segundo ele, era culpa dela ter tido apenas filhas mulheres quando elequeria vários filhos fortes, marinheiros, para seguir seu caminho. Esseprovavelmente foi o pecado mais imperdoável de Blanca Saviñon. Isso eter morrido, há dezenove anos, deixando-o sozinho com três menininhasintrigantes. Mas ele mantinha o retrato da mulher em um porta-retratosoval em seu escritório, portanto devia amá-la um pouquinho.
Homens, francamente! Nunca conseguem admitir a verdade sobre simesmos, pois preferem manter uma fachada tola fingindo que ligam,quando não ligam, ou que não ligam, quando ligam. Ela, claro, jamaisfaria algo assim.
Seus pensamentos seguiram de volta a Uckermann. Será que ele já terialevantado? Provavelmente não. Talvez nem estivesse em sua própriacama. Quem podia saber o que o vilão tinha arranjado depois que eladeixou a festa com as irmãs.
Subitamente, uma carruagem bem bacana, conduzida por quatrocavalos negros, passou depressa por sua janela, pedras voaram na lateraldo veículo cambaleante fazendo com que quase virasse no fosso. Ospassageiros gritaram alarmados, sacudindo de um lado para outro durantedez segundos de tirar o fôlego, segurando seus chapéus e uns aos outros,descartando boas maneiras naquele momento de quase morte.De alguma forma, o condutor da carruagem recuperou o controle.Eles sacudiram, trombando nas raízes da margem, mas voltaram àestrada, todos gemendo, mas quase intactos.
Dulce ajustou seu assento dolorido da melhor forma que pôde noespaço estreito para onde fora designada, ao lado das coxas esparramadasde uma pessoa bem grande, e novamente ficou olhando para fora, pelajanelinha embaçada.
Se ela conseguisse chegar a Sydney Dovedale inteira, a primeira coisaque queria era uma boa xícara de chá e aquecer seus pés perto dalareira. Sim, concentre-se nisso, ela pensou, fechando os olhos de maneirabem apertada para imaginar a cena agradável, bloqueando o odor decorpo e a sensação de umidade do estofamento gasto, que fedia a álcool.Ela se concentrou para não se incomodar com os solavancos queconstantemente balançavam a carruagem e fechou os ouvidos para osraspões zangados dos galhos contra o verniz e as rodas. Tentou não notarcomo a estrada se estreitava até virar uma armadilha mortal, com umaporção de galhos que podiam até ser dedos de bruxas, prontos paraarrastar todos eles para um fim horrível em uma valeta inundada.
Christopher escancarou a porta, arrancou a capa e marchou até a lareira.O ruído da taberna reverberava pelo piso e nas solas de suas botas. —Algum sinal, Grieves? — Ele berrou para o mordomo, que estava pertoda janela, observando o pátio interno da hospedagem.
— Ainda não, senhor. A carruagem postal está atrasada. Perguntou láembaixo?
— Sim. — Ele pegou uma caneca de cerveja e se sentou, esperandoperto de uma bandeja de faisão assado com batatas. — Não há ninguémaqui de nome Saviñon.
— Temos certeza de que ela vem nesta direção, senhor?
— É claro. A única tia que ela tem mora em Sydney Dovedale.Eliza Cawley é irmã de seu padrasto. — Ele deu um gole em suacerveja e ficou olhando o fogo. — Claro que ela pode estar viajandoincógnita.
Grieves virou, surpreso. — Por que ela faria isso, senhor?
Ele vociferou na caneca de cerveja — Para se esconder de mim.
— Esconder-se do senhor? Entendi que a moça havia concordado emse casar com o senhor.
— Não, exatamente. — Mas eu já gastei mil libras com ela, pensouele, com rudeza. Não que ele pudesse contar a Grieves sobre isso.Explicar o espaço vago, ao lado da despesa, em seu livro contábil teriade esperar até a próxima visita do senhor Dillworthy. — Depois do queaconteceu ontem à noite — prosseguiu Christopher, rapidamente —, ela nãovai fugir de mim. Aquela criatura simplesmente não pode continuar afazer asneiras pela vida afora sem jamais ouvir um bom conselho. Ela éuma mulher inclinada a impulsos desesperados. — Ele parou. — Por queessa cara, Grieves?
— Que cara, senhor? Receio que seja a de sempre.
— Não, não é. Você tem algo a dizer. Pode ir falando.
O criado deu um suspiro. — Senhor, se não se importa que eupergunte, o que exatamente aconteceu ontem à noite na festa de ladyClegg-Foster? Eu mesmo ouvi vários relatos diferentes. Embora eu nuncadê ouvidos à fofoca, é claro.
Christopher andava de um lado para outro diante da lareira com a canecana mão. — Eu a pedi em casamento e expliquei as vantagens desseacordo. Sendo teimosa e gostando de contrariar, ela naturalmente resistiu.No entanto, já que me atraiu para correr atrás dela, só posso concluirque tenha caído em si.
— É de pensar, senhor, por que motivo a moça não permaneceu emLondres para aceitar sua proposta. Por que ela preferiu fazê-lo persegui-lapelo interior nesse clima terrível.
— Ela é mulher, Grieves. Elas gostam de complicar as coisas. Elafaz isso melhor que qualquer pessoa. — Ela vinha complicando as coisas,durante os últimos seis meses, desde que o beijara no labirinto e depoissaiu correndo.
— Tenho de dizer que estou aliviado, senhor — arriscou Grieves —,porque o senhor encontrou sua Maria Antonieta de Brighton. Embora eunão tenha certeza de como lady Hartley receberá a notícia.
— Provavelmente com uma grande dose de calmante.
— Iiii — exclamou Grieves, ainda olhando pela janela. — Vejo queas coisas estão prestes a ficar ainda mais embaralhadas, senhor.
— O que foi?
— Duas coisas, senhor. Uma, é que a carruagem postal acaba dechegar.
Christopher atravessou o cômodo e foi olhar por cima da cabeça grisalhado outro homem. A carruagem grande e escura entrava cambaleante nopátio, com cavalos batendo cascos no chão de paralelepípedos, caixas epessoas se mantendo ali por pura força de vontade. Embora o pátioestivesse aceso por tochas de junco, ainda estava escuro para identificaros rostos, e uma chuva pesada começou a cair, o que fez as chamascomeçarem a diminuir até virarem apenas fumaça. O barulho dospassageiros desembarcando e empregados gritando agora se mesclava como tamborilar da chuva no telhado e a agitação geral. Christopher ficouobservando os passageiros que saíam correndo para salvar suas bagagensdas poças.
— Por que motivo deste mundo viajar nessa companhia?
Grieves comentou, melancólico, que algumas pessoas não tinhamescolha quanto ao transporte. — A maioria das vidas, senhor, é bemmenos confortável que a sua. Estou certo de que o senhor já notou.
— Se ela tivesse esperado por mim, esta manhã, eu poderia tê-latrazido em minha carruagem.
— Talvez não tenha ocorrido à moça, senhor. Algumas pessoasaprendem a se virar com o pouco que têm.
— Isso não é, por acaso, outro pedido malicioso de aumento, é?
— De modo nenhum, senhor. Estou apenas comentando que alguns denós seguimos em frente, sem muitos rodeios. Apenas tocamos as coisas,senhor. Independentemente de quão difícil sejam.
— Sua vida é tão difícil assim, Grieves?
O reflexo do outro homem na janela torta era ligeiramentepresunçoso, passando por solene. — Acho que, de fato, se o senhor tivessea oportunidade de passar um dia no meu lugar talvez se surpreendesse.
— Você acha que eu não conseguiria lidar com a vida de ummordomo?
Grieves ficou olhando a noite austera e mudou de assunto. — Ousodizer que vai chover a noite toda, senhor. Que clima péssimo!Christopher sacudiu a cabeça. Não para o clima, mas para Dulce Saviñon,com total desprezo à própria segurança. Qualquer coisa podia acontecer auma jovem que viaja sozinha na carruagem postal.
— Gostaria de saber qual é a segunda coisa, senhor? A segunda coisaque aconteceu e pode lhe causar problemas dos mais inconvenientes?
Ele quase teve medo de perguntar. — O quê?
— Lady Belinda Southwold acaba de descer de uma pequenacarruagem e entrou na taberna um tanto apressada.
— Meu bom Deus, Grieves. Livre-se dela, de algum jeito.
— Temos um saco e pedras pesadas, senhor?
— Infelizmente, não. Vá lá embaixo e a cerque. Não me importocomo você faça. Depois, veja se a senhorita Saviñon já chegou, Grieves.Pergunte discretamente. Ela não vai conhecê-lo e não quero que me veja ainda.
Autor(a): cilly
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
— Muito bem, senhor. — Grieves sumiu rumo à sua missão, e Christopherficou ali um tempinho, olhando o pessoal maltrapilho que estava no pátio.Ele nunca viajara na carruagem postal na vida, como o criado tinhacomentado. Único herdeiro de um grande negócio de importação eexportação que teve iní ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 38
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capitania_12 Postado em 29/07/2020 - 11:04:35
cadê a fanfic?
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capitania_12 Postado em 23/06/2020 - 09:06:57
Uhul,continua logo. Amo demais
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capitania_12 Postado em 15/06/2020 - 17:15:09
Continua ,faz maratona . Poxa,o que esse garoto tem de tão misterioso? Kkk
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capitania_12 Postado em 04/06/2020 - 12:55:15
Continuaaaaaaa. Eu amo essa fanfic ,sabia? Não nos deixe ,poste mais. Faz maratona
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capitania_12 Postado em 19/04/2020 - 18:51:44
Continua logo, amando. Senti tanta falta kkk faz maratona
cilly Postado em 29/05/2020 - 00:43:00
Sei que me faço de louca hahaha mas amanhã, prometo pra ti que vou postar dez capítulos <3
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capitania_12 Postado em 26/02/2020 - 13:28:11
Continua. Amo demais
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Vondy Forever❤ Postado em 29/01/2020 - 12:55:58
Não abandona a fic não ela esta muito boa, todo dia em venho aqui para ver se tem um capítulo novo.
cilly Postado em 30/01/2020 - 21:41:27
Oi amore, me desculpe de verdade, eu tinha perdido a vontade de tudo. Mas prometo que agora vou ser mais ativa.
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Vondy Forever❤ Postado em 15/01/2020 - 22:48:38
Continua...
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capitania_12 Postado em 02/01/2020 - 09:35:49
Continua logo
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capitania_12 Postado em 21/11/2019 - 10:32:39
Cadê você mulher??