Fanfics Brasil - CAPÍTULO 3 Madrugadas de Desejo ( ADAPTADA )

Fanfic: Madrugadas de Desejo ( ADAPTADA ) | Tema: Vondy


Capítulo: CAPÍTULO 3

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— Não! — Respondeu ele, magoado.


— Por gentileza, pare de ficar olhando meu decote.
Ele sentiu o rosto esquentar. Era raro que Christopher Uckermann ficasse nervoso por causa de uma mulher e ele não gostava da sensação:


— Você escolheu vestir esse tipo de traje, imaginei que quisesse ser olhada.


Esperando levar um tabefe, ele ficou surpreso quando ela riu. Foi um som encantador, profundo e sensual. Ele não conhecia nenhuma mulher que risse assim, desprotegida e travessa. Conhecia? Ele estreitou os olhos vendo os lábios dela, novamente tentando pensar com coerência.


— Imagino que esteja certo — ela acabou concordando, com os olhos ternos refletindo a luz das estrelas através da máscara. — Eu não teria me vestido assim se não quisesse ser notada. — De novo, ele sentiu que normalmente ela jamais admitiria isso. Pelo fato de ambos estarem escondidos por trás das máscaras, era permitido falar com honestidade.


— E você queria ser admirada — ele forçou.


— E... sim — ela inclinou a cabeça —, eu queria ser admirada.


Aproximando-se, ele amassou-lhe a saia de renda com a coxa:


— Qual é o nome do seu cachorro?
— Meu cachorro?


— O cachorro velho. No cesto, perto da lareira.


— Ah. — Ela corou lindamente, por baixo da máscara, e ele teve a sensação de que ela se surpreendera por ele ter prestado atenção. Isso mexeu com o orgulho dela, por estar errada a respeito dele. — Ainda não tenho um.


— Por que não?


— Não tenho uma casa para acolhê-lo.


Ele franziu o rosto, segurando a manga rendada com mais força:


— Então, onde você mora?


— Em lugar nenhum — disse ela. — Perambulo por aí.


Uma brisa leve trouxe os sons do baile lotado até eles através dos arbustos do labirinto — violinos, riso, o tilintar de copos e um aumento súbito de falatório, como se as portas tivessem sido abertas. Quanto tempo eles teriam antes que alguém daquele mundo viesse se intrometer? De repente, ele não suportava pensar em voltar àquela bagunça sozinho, sem ela.


— Também vou fazer uma confissão — disse ele. — Bebi conhaque demais esta noite. — Ele sinceramente gostaria de não tê-lo feito, pois o que precisava agora era de sabedoria e de um hálito de menta. Então, ele poderia beijá-la da forma que ela precisava ser beijada. E como ele intuitivamente sabia que ela nunca fora. Havia muita tristeza nessa estranha caminhante, e o riso rouco que lhe escapava tornava tudo ainda mais intenso.


Era incrível como o conhaque sempre o tornava profundamente perceptivo. Sóbrio, ele podia ser um anestesiado, conforme lhe disseram.


— Evidentemente, o senhor não vai assaltar nenhuma carruagem esta noite, senhor Turpin.


— Hum? Turpin? Quem diabos é...?


— Sua fantasia, senhor — ela lembrou a ele, sorrindo.


— Ah, sim! Eu poderia levá-la como minha prisioneira. Sou conhecido por meu jeito encantador e sedutor. Você não ficará decepcionada.


Ela deu uma risada brincalhona e ergueu uma das mãos até o queixo dele, passando levemente as pontas dos dedos na barba por fazer. — Está flertando com a Rainha da França, senhor. Só posso supor que a bebida o tenha deixado excessivamente ousado. Cuidado com o que faz.


Ele novamente olhou para as almofadinhas cor-de-rosa que eram seus lábios. Doce confeito, para ser admirado e depois devorado. Meu bom Deus, como ele queria mergulhar neles, beijá-la com força, sem piedade.


— Vamos fugir juntos desta confusão. — Essa ele não ia perder para outro homem. Ele agarrou o punho dela, levando-o aos lábios. — Fuja comigo.


— Estou tentada, senhor. Não faz ideia de quanto estou tentada. Mas sei que um de nós, se não ambos, vai se arrepender quando raiar o dia.


Ele pressionou os lábios sobre os nós dos dedos dela. Sua pele tinha o gosto da aparência que tinha — era morna, macia e de dar água na boca, como um marzipã açucarado. Sutilmente perfumado. Ele prosseguiu com os beijos pelo braço dela, passando pela renda que pendia de seus cotovelos.


— Senhor Turpin — disse ela, repreendendo —, o senhor está se aproveitando do luar.


O sangue pulsou mais forte nas veias dele, quente e perigoso.


Ele pulou o restante do braço, indo direto ao decote, onde plantou um pequeno beijo molhado sobre os dois relevos que arfavam. Primeiro um, depois o outro. Ela não fez nenhum gesto para impedir sua carícia atrevida. Christopher chegou ainda mais perto, passando somente a ponta da língua no recôncavo entre seus seios. Ele sentiu que ela estremeceu, ouviu sua respiração acelerar. E, novamente, ela não o deteve. Devagar, ele passou a língua pela lateral de seu pescoço, onde beijou sua pulsação acelerada e inalou mais daquele aroma delicioso e fascinante. Sem conseguir resistir, ele saboreou-lhe a pele, sugando-a, entre os dentes.


— Senhor Turpin! Não posso permitir que isso vá adiante.


Ela rapidamente se levantou, com uma das mãos no local onde ele molhara com a boca. Ele quase despencou do banco.


— Não vá. Fique. — Ele estendeu o braço para agarrar-lhe a mão e, de alguma forma, conseguiu pegar três de seus dedos. — Por favor.


Diante das palavras “por favor”, ela hesitou. Ele deu uma olhada para a cerca.


— Ouço alguém se aproximando. Receio que esse entreato tenha terminado, senhor.


Ele continuava segurando seus dedos. Ele estava ávido, com o desejo aumentando. Queria se banquetear dela ali, naquele momento, na grama.


— Como pode ter terminado, madame? Isso apenas começou entre nós.


— Amanhã, o senhor vai acordar com a cabeça doendo. Terá me esquecido.


— Não. — Ele imaginou seu corpo sobre o dela, cobrindo-a, acariciando-a, tirando-lhe a roupa. Sob o luar e as estrelas, ele deixaria todo o cavalheirismo de lado e faria sexo com ela. Era um desejo perigosamente próximo ao primitivo, bruto.


Com a mão livre, ela pegou-lhe o queixo áspero e ergueu até que ele sentiu o luar banhar seu rosto.


— Então, venha me encontrar novamente quando estiver sóbrio. Pegue-me, se for capaz.


Apesar de seu hálito encharcado de conhaque, ela o beijou nos lábios e não foi nada hesitante, recatado. Foi um beijo que transbordava de anseio e arrebatou a realidade embaçada dele e deixou seu mundo girando. E ele retribuiu o beijo com a mesma intensidade. Desde o momento em que ela colou os lábios nos seus, ele se sentiu um homem perdido, a centelha acendeu a chama por dentro, consumindo sua alma.


Conforme os lábios se separaram, ela sussurrou baixinho:


— O senhor tem sorte; embora eu raramente possa pagar, até que gosto de um bom conhaque.


A mulher extraordinária partiu, desaparecendo pela cerca sombria, em um borrão de seda. James lançou-se atrás dela, mas prendeu o pé em um tufo de grama e caiu de cara no chão, onde ficou, achando muito difícil conseguir se mexer outra vez. Sorte sua que seus bolsos estavam vazios aquela noite, ou ela poderia tê-lo aliviado de algo além de seu beijo. Bêbado tolo.


Dulce Saviñon correu por aquele labirinto como se os lacaios de Lúcifer estivessem em seu encalço. Negligente, ela escolhia virar sem ter a menor ideia da direção que tomava. Uma risada frágil lhe escapava, atrapalhada, ao respirar ofegante. De todos os homens do mundo, por que tinha de ser Christopher Uckermann a beijá-la daquela forma? Por que ele — seu inimigo jurado, de tanto tempo — tinha sido o homem a beijá-la exatamente da forma que ela queria? Agora ele a deixara em um estado irritante e irracional de confusão.


Ele era um Uckermann, ela era uma Saviñon, e, portanto, eles eram herdeiros de uma rixa que vinha de anos. Além disso, ele era o malandro mais enfurecedor e hipócrita que ela já havia conhecido, e o homem que jamais pensou coisa nenhuma dela, além de julgá-la uma chata.


O homem que era loucamente apaixonado por sua melhor amiga.


E agora ela o beijara, como uma completa idiota. Ainda bem que ele não se lembraria de nada pela manhã.
Talvez o pior pecado de Christopher Uckerman tenha sido uma vez se referir a ela, e ela ter ouvido, como “uma garota que não tem beleza, nem graça, nem bom senso”. Então, ele ainda deu um passo além. “Dulce Saviñon?” — ele dissera, em voz alta, em uma sala repleta de gargalhadas — “ou Dulce foa?


Na época, ela tinha apenas dezesseis anos, mas nunca se esqueceu. Como poderia? Inteiramente consciente de suas fraquezas como uma garota rechonchuda que sempre parecia estar onde não lhe queriam, e nunca estava por perto quando era preciso. A última coisa de que ela precisava naquele tempo era Christopher Uckermann apontando suas falhas para o mundo. Ela sempre jurou que um dia se vingaria. Talvez, ela pensou, isso tenha acontecido quando ela o beijou. Que outro motivo poderia haver? Na verdade, seu comentário maldoso, tantos anos antes, fizera-lhe um favor. Fez com que ela ficasse determinada em não ser esmagada, jamais deixar que outra palavra a ferisse. Depois daquilo, ela se certificou de dançar cada dança sem se importar com quem a convidava, sem jamais parecer que ela se importava com algo além de um bom divertimento. Na maior parte do tempo, dava certo. Ela só tinha lapsos ocasionais de confiança.
Sua saia enganchou em um arbusto, fazendo as folhas tremularem. Havia uma fenda no labirinto. Ela abaixou para passar, ainda correndo, e viu a casa adiante, iluminada com a luz de velas, os cristais e os espelhos, como um baú de tesouros que transbordava, preso ao horizonte escuro do céu de veludo azul.


Uma mulher envolta em seda e com pingentes vermelhos, remanescentes de uma tenda egípcia de vidente, veio voando pelo gramado. Tropeçando com suas sapatilhas de bicos curvos, ela gritava, ansiosamente: — Oh, Christopher! Christopher, querido, para onde você foi?


Quando viu Dulce, ela colocou a mão em concha, ao lado da boca, e gritou: — Você viu um cavalheiro com traje de bandido mascarado?


A pobre mulher parecia um tanto desesperada — e tola, no que só podia ser descrito como uma fantasia de garota de harém. Aparentemente, a dignidade havia voado pela janela naquela noite. Christopher Uckermann tinha esse efeito sobre as mulheres.


Dulce assentiu por cima do ombro: — Ele está aí dentro. Perdido. — Alguém tinha de ir salvá-lo e não podia ser ela.


A garota escrava acenou agradecendo e seguiu correndo. Antes que Dulce desse mais um passo, uma segunda mulher apareceu. Esta estava vestida de freira, mas tinha pintura demais no rosto e um tom abrasivo de ruivo nos cabelos que escapavam de seu véu. Ela veio trotando pelos degraus abaixo:. — Christopher? Christopher, eu gostaria que você não se escondesse de mim dessa forma.


A freira improvável soltou um palavrão ao dar uma topada em um vaso de pedra. Então, ela notou Dulce: — Diga-me, você viu um sujeito alto e bonito, com um chapéu de ponta tripla e uma máscara de couro? Ele veio para cá?


Dulce relutou para conter o sorriso malicioso que surgiu em seus lábios: — Ah, sim. Dick Turpin está no labirinto, madre superiora.


A segunda mulher saiu correndo, erguendo a bata e deixando à mostra as meias finas.


Novamente Dulce seguiu adiante e foi parada por uma terceira jovem, que estava trajada como pastora em busca do carneirinho. Antes mesmo que ela falasse, Dulce apontou por cima do ombro. Franzindo o rosto vorazmente, segurando seu chapeuzinho com as duas mãos, a pastora zangada saiu marchando na mesma direção que as outras duas.


Dulce ficou olhando as silhuetas que sumiam e subitamente viu uma sombra pelo canto do olho. Alguém atrás dela rapidamente recuou, saindo do luar e entrando no arbusto alto. Ela esperou; porém, quem quer que fosse não se aproximou em busca de sua atenção.


Curioso. Talvez ela tivesse imaginado.


Ela apressou o passo em direção à casa iluminada e caiu novamente na gargalhada, pensando em seu inimigo, preso e infeliz no labirinto. Por apenas alguns instantes, ela fez com que ele a desejasse. Era uma sensação boa e poderosa. No entanto, era melhor manter sensações raras assim com moderação. Ela não ia querer que isso lhe subisse à cabeça.



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Autor(a): cilly

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Londres, seis meses depois. DULCE SAVIÑON NUNCA TEVE muita simpatia pelos homens até ela se tornar um, temporariamente. Disfarçada de “Conde de Bonneville”, vestindo calçolas de cetim e uma peruca antiga para jogar com os absurdamente ricos da sociedade, ela descobriu um fato surpreendente. Ao contrário do que antes supunha, o ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 38



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  • capitania_12 Postado em 29/07/2020 - 11:04:35

    cadê a fanfic?

  • capitania_12 Postado em 23/06/2020 - 09:06:57

    Uhul,continua logo. Amo demais

  • capitania_12 Postado em 15/06/2020 - 17:15:09

    Continua ,faz maratona . Poxa,o que esse garoto tem de tão misterioso? Kkk

  • capitania_12 Postado em 04/06/2020 - 12:55:15

    Continuaaaaaaa. Eu amo essa fanfic ,sabia? Não nos deixe ,poste mais. Faz maratona

  • capitania_12 Postado em 19/04/2020 - 18:51:44

    Continua logo, amando. Senti tanta falta kkk faz maratona

    • cilly Postado em 29/05/2020 - 00:43:00

      Sei que me faço de louca hahaha mas amanhã, prometo pra ti que vou postar dez capítulos <3

  • capitania_12 Postado em 26/02/2020 - 13:28:11

    Continua. Amo demais

  • Vondy Forever❤ Postado em 29/01/2020 - 12:55:58

    Não abandona a fic não ela esta muito boa, todo dia em venho aqui para ver se tem um capítulo novo.

    • cilly Postado em 30/01/2020 - 21:41:27

      Oi amore, me desculpe de verdade, eu tinha perdido a vontade de tudo. Mas prometo que agora vou ser mais ativa.

  • Vondy Forever❤ Postado em 15/01/2020 - 22:48:38

    Continua...

  • capitania_12 Postado em 02/01/2020 - 09:35:49

    Continua logo

  • capitania_12 Postado em 21/11/2019 - 10:32:39

    Cadê você mulher??


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