Fanfics Brasil - CAPÍTULO 39 Madrugadas de Desejo ( ADAPTADA )

Fanfic: Madrugadas de Desejo ( ADAPTADA ) | Tema: Vondy


Capítulo: CAPÍTULO 39

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A CARRUAGEM SHALE ENTROU na vila e freou suavemente aolado do portão do jardim da tia de Dulce, que olhou para fora com imensoalívio. Ao longo da jornada, ela temia que lady Mercy fosse acabarfalando da identidade de James. Uma série de olhares reservados haviaalertado Dulce que a criança esperava algo em troca por seu silêncio.Agora, a jornada dolorosa tinha finalmente terminado.


 


Dulce saltou da carruagem sem esperar ajuda para abaixar o degrau.


 


— Obrigada pela carona e, por favor, não desça. Está um frio terrível.Lady Mercy pulou depois dela e olhou em volta, com interessesuperior, enquanto Christopher novamente lutava com a bagagem das duas.


 


— Seguiremos até o Red Lion Inn, em Morecroft, senhorita Saviñon —disse lorde Shale pela janela. — Espero voltar a vê-la enquantoestivermos aqui no campo.


 


Ela concordou falsamente desejando o mesmo.


 


Christopher tirou o baú quebrado da parte posterior da carruagem e odeixou cair ruidosamente no caminho, aparentemente já farto daquelepeso imprevisível e volumoso.


 


Quando as rodas da carruagem se afastaram, ela se virou e viu a tiacautelosamente olhando por uma fresta na porta com seus óculosredondinhos.


 


— Dulce! Não pode ser! Minha querida garota... viajar nesse clima!


 


— Vim cuidar da senhora, tia Lizzie! — Ela ficou radiante e abraçoua senhora com tanto entusiasmo que quase tirou sua toca de renda dacabeça. Encantada ao ver a tia com o rosto rosado e nada doente, comoela havia esperado, Dulce deu-lhe um abraço afetuoso que tirou seuspezinhos do chão.


 


— Mas é tão... inesperado. — Novamente sobre os pés, sua tia olhouo baú surrado no caminho, atrás de Dulce. — Você deveria ter mealertado... quer dizer, deveria ter dito que estava vindo. Eu não tinha... —Olhando para cima, sua visão prejudicada finalmente deve ter visto osujeito alto e amarrotado, com joelhos enlameados. Seu queixo caiu. Elaapontou um dedo trêmulo. — Esse é...?


 


— Tia Lizzie, esse é Smallwick. Um criado.


 


Christopher se curvou educadamente com as mãos pendendo nas laterais.


 


A tia continuava encarando e seus lábios pálidos disseram: —Smallwick?


 


As calçolas dele estavam muito apertadas, deixando pouco para aimaginação da senhora. Aparentemente, a proximidade de Dulce nacarruagem de lorde Shale tinha causado uma reação bem desconfortávela Christopher que não teria ficado tão aparente se as calçolas estivessem maisfolgadas. Smallwick de nome, não de natureza, ela pensou.


 


— Ele está comigo emprestado — ela rapidamente explicou —, paraminha segurança. Todos nós viajamos na mesma carruagem, entende, ehouve um acidente. Seu patrão, um cavalheiro de nome senhor Grieves,achou que eu deveria ter um acompanhante pelo resto de minha jornadae virá buscar Smallwick depois.


 


— Que os santos nos protejam — disse a tia, resfolegando —, émuito estranho que ele se pareça tanto com...


 


— Tia Lizzie, sua porta da frente está escancarada, deixando todo oar frio entrar!


 


Na mesma hora, a tia estava se desculpando por deixar todosesperando na entrada. — É melhor que vocês entrem e se aqueçam. Noque estou pensando, deixando todo mundo aqui fora?


 


Smallwick pegou a alça quebrada do baú e arrastou até o degrau daporta enquanto a tia segurava a porta aberta, agora aflita com o climaterrível e a ideia de Dulce de viajar com aquele tempo. Finalmente ladyMercy foi notada. Ela estava em pé no caminho, com o agasalho demãos e os ombros caídos de frio, parecendo um tanto abatida. Comobagagem perdida.


 


— Essa é lady Mercy — explicou Dulce. — Ela também serárecolhida em um ou dois dias. Lamento por lhe causar transtorno, tiaLizzie, mas não podia deixá-la para trás na cena do acidente.


 


— Que tipo de lugar é esse? — Perguntou a jovem. — Vocês nãotêm um criado para abrir a porta?


 


— Minha nossa, não, milady — respondeu a tia Lizzie. — Só eu.Receio que eu tenha de ser suficiente.


 


Cercada por coisas familiares e adoradas, Dulce olhava em volta nohall estreito. Nada parecia mudar na casa de sua tia. — Pensei em lhefazer uma surpresa! — Exclamou, jogando os braços ao redor da senhoraem outro abraço alegre. Ela sabia que deveria ter escrito, mas, comosempre acontecia com Dulce, geralmente havia pouco tempo entre adecisão e a ação, e, muito provavelmente, ela chegaria antes de suacarta. — Não é maravilhoso que eu possa ficar para o Natal este ano?


 


— Minha garota querida... É claro... maravilhoso, como você diz.Minha nossa, é mesmo. Mas que choque você me deu. Quer dizer,surpresa! Surpresa, sim, essa é a palavra apropriada. Vir toda essadistância sozinha... sem dizer nada... mas me atrevo a dizer que vou merecuperar.


 


Dulce tirou o casaco e a touca e pendurou no gancho, perto da porta.Ela passou por Christopher e foi até a sala para cumprimentar o papagaio datia, assegurando-se de que tudo ali estava exatamente como deveria, semque nada tivesse mudado nos últimos vinte e sete anos. Lady Mercy aseguiu, observando a casa como se fosse uma exposição em um museu,perguntando se havia algo para comer.


 


— O fedor da carruagem daquele velho estava realmente terrível.Até me surpreenderei se conseguir comer muito, pois fiquei nauseada.Mas vou tentar comer ou talvez desmaie. Minha cabeça está doendo efebril.


 


Tia Lizzie tranquilizou-a, dizendo que a comida seria preparadaimediatamente.


 


— Onde está o restante de sua casa? — Perguntou lady Mercy como mesmo tom brusco. — Incendiou? Tem mais lá atrás?


 


— Receio que isto seja tudo, milady.


 


— Mas é tudo tão pequeno e confinado. Ora, mas posso ir de umaponta à outra em menos de um minuto. Não há onde se esconder.


 


— É o suficiente para que eu mantenha. Isso é tudo o que umaviúva pode precisar.


 


— Claro que é o bastante — Dulce concordou, afetuosa.


 


— E não há muita necessidade de me esconder. Não em minhaidade, milady.


 


Lá fora, a casinha da tia estava um tanto desgastada: o telhadoestava afundado no meio e as janelas antigas precisavam de uma novapintura. O lado de dentro estava mais para prático que elegante, mas eraconfortável e adorado por Dulce tanto quanto um velho amigo. Elarespirou fundo, contente, sentindo o cheiro familiar de fumaça, pois achaminé da tia teimava em manter a fumaça dentro da casa. O piso eradas mesmas pedras tortas e o andar de cima da casa ainda era inclinadoem ângulo, exigindo que à noite os habitantes encontrassem suas camasem uma guinada meio inebriada.


 


Tudo estava como deveria. Poucas coisas em sua vida eram assim,tão confiáveis.


 


Ela cruzou os braços perto da lareira da sala para deixar o caloraquecer seu rosto, enquanto ouvia as batidas abafadas de Christopherarrastando seu baú escada acima, até o quarto de hóspedes. Ele deviaestar controlando os palavrões por conta de sua tia. Agora, o que elafaria com ele até que Grieves chegasse com o doutor Salt?


 


— É melhor que eu faça um pouco de chá. — Sua tia estavaarrumando a sala com mãos velozes, dobrando costuras e jornais,arrumando as almofadas no sofá.


 


— Fico muito desagradável se não me alimentam na hora —exclamou lady Mercy antes de ver o papagaio e disparar em sua direçãopara observá-lo. — Ele fala?


 


— Com bastante frequência — respondeu a tia Lizzie. — E semprequando não quero que ele fale. As coisas que ele aprende... minha nossa!


 


— Ele é lindo — a jovem garota exclamou. — Vou querer comprá-lo. Quanto, minha boa senhora, ele me custará?


 


— Custar? Ah, querida, ele não está à venda, milady. Não posso meseparar dele. Ele pertenceu ao meu falecido marido, o capitão...


 


— Claro que ele está à venda. Tudo está. Pelo preço certo.


 


— Lady Mercy — Dulce a repreendeu —, absolutamente, nem tudoestá à venda! Olhe os seus modos.


 


A garota fez um bico feroz, sua juba leonina de cachos acobreadosparecia pular da cabeça de tanta raiva.


 


Dulce a ignorou e silenciosamente cumprimentou os objetos conhecidosao longo da lareira da tia. O velho relógio e seu tique-taque lembravamas tardes tranquilas que ela passava com as irmãs junto à lareira, semprea chuva de verão as obrigava a ficar dentro de casa. As irmãs brincavamcom suas bonecas e brigavam entre si enquanto ela jogava paciência ouescrevia em seu diário — histórias elaboradas e aventureiras sempre comum fio de verdade. Ela olhou mais adiante sobre a lareira, vendo ospequenos enfeites de porcelana, depois as fotos nos porta-retratos nocanto.


 


— Desta vez não vou dar trabalho nenhum, tia Lizzie. Eu prometo.


 


— Isso era algo que ela já dissera muitas vezes, em pé nessa sala. Agorasaiu automaticamente de seus lábios.


 


O arrastamento e os gemidos de Dulce, enquanto ele relutava com obaú pelo piso superior, fizeram as três voltarem os olhos para o teto,seguindo seu caminho tortuoso. Dulce foi a primeira a olhar para baixo eviu a expressão aflita da tia, com as sobrancelhas franzidas.


 


— Eu lhe garanto, tia Lizzie, já não faço mais aquelas molecagens eestou contente em ser boa. Na minha idade, o que mais eu poderia ser?


 


O velho papagaio soltou um chiado lento que mais pareceu um "iiii"de dentro de sua gaiola espaçosa, perto da janela.


 


Ela franziu rapidamente o rosto para o pássaro e a tia saiu apressadapara fazer o chá.


 


Enquanto ela novamente observava a lareira e esfregava os braços, oolhar de Dulce parou em um cachimbo de barro ao lado do relógio. Antes,os seus olhos só haviam passado de relance, supondo ser um dospertences de seu tio guardados pela tia, por afeição. Ela o pegou echeirou. Havia um cheiro forte de tabaco fresco e seus dedos não aenganavam, o cachimbo ainda estava morno, como se não fizesse muitotempo que tinha sido apagado.


 


Ela cuidadosamente o colocou de volta onde o encontrara, imaginandoque a tia talvez tivesse passado a fumar cachimbo como homenagem aocapitão falecido.


 


Então, ela percebeu que a tia tinha ido ela própria fazer o cháquando geralmente chamava a empregada para fazê-lo; Dulce apressou-sepelo corredor até a cozinha e entrou bem na hora em que a porta dosfundos estava sendo fechada. A tia se virou e quase derrubou as xícarasque estava segurando na bandeja.


 


— Minha querida garota, fique perto da lareira da sala, vá seaquecer. Você não pode se resfriar.


 


— Foi a Mary Wills que acabou de sair?


 


Aparentemente a audição da tia também havia se deteriorado, porqueela não respondeu, fazendo Dulce repetir a pergunta, elevando a voz.


 


— Nossa, não — foi a resposta embaralhada. — Já não tive a Marynos dois últimos invernos. Ela foi tomar conta da irmã, em Thrapstead,sabe, e ainda bem, pois já não posso mais pagá-la. Tenho a pequenaMolly Robbins apenas algumas vezes por semana para ajudar na casa. Elaestá torcendo para conseguir um serviço de empregada doméstica por umou dois anos em Morecroft, e a experiência será boa para ela.


 


— Talvez Smallwick possa lhe dar alguns conselhos. — Sorrindo, Dulceroubou um biscoitinho da bandeja de chá.


 


A tia pousou a chaleira com uma batida. — Esse é Christopher Uckermann,não é? Minha visão está ruim, mas não tão ruim, Dulce! O que você podeestar arranjando agora?


 


— Tia Lizzie, não é nada...


 


Uma batida agourenta terminou a frase para ela. As duas mulheresse apressaram até o corredor bem na hora em que Christopher descia rolandoa escada estreita e aterrissava aos pés delas.


 


Ele ficou ali, esparramado, piscando para elas. — Bati a cabeça noteto e tropecei. Quem construiu essa maldita casa? Um duende?


 


Pobre Christopher. Ele não estava acostumado a casas com escadasestreitas e tapetes traiçoeiros. Enquanto tia Lizzie o ajudava a selevantar, aquela expressão irritadiça sumiu de seu rosto e foi substituídapor um olhar inexpressivo. Algo mais condizente com o criado "ferido".Entretanto, depois dos poucos segundos em que ele deixou a máscaracair, assustado pela queda brusca, o velho e arrogante Christopher estava alinovamente.


 


 


Eu realmente não gosto de Mercy, garotinha arrogante mds.


 



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Autor(a): cilly

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 38



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  • capitania_12 Postado em 29/07/2020 - 11:04:35

    cadê a fanfic?

  • capitania_12 Postado em 23/06/2020 - 09:06:57

    Uhul,continua logo. Amo demais

  • capitania_12 Postado em 15/06/2020 - 17:15:09

    Continua ,faz maratona . Poxa,o que esse garoto tem de tão misterioso? Kkk

  • capitania_12 Postado em 04/06/2020 - 12:55:15

    Continuaaaaaaa. Eu amo essa fanfic ,sabia? Não nos deixe ,poste mais. Faz maratona

  • capitania_12 Postado em 19/04/2020 - 18:51:44

    Continua logo, amando. Senti tanta falta kkk faz maratona

    • cilly Postado em 29/05/2020 - 00:43:00

      Sei que me faço de louca hahaha mas amanhã, prometo pra ti que vou postar dez capítulos <3

  • capitania_12 Postado em 26/02/2020 - 13:28:11

    Continua. Amo demais

  • Vondy Forever❤ Postado em 29/01/2020 - 12:55:58

    Não abandona a fic não ela esta muito boa, todo dia em venho aqui para ver se tem um capítulo novo.

    • cilly Postado em 30/01/2020 - 21:41:27

      Oi amore, me desculpe de verdade, eu tinha perdido a vontade de tudo. Mas prometo que agora vou ser mais ativa.

  • Vondy Forever❤ Postado em 15/01/2020 - 22:48:38

    Continua...

  • capitania_12 Postado em 02/01/2020 - 09:35:49

    Continua logo

  • capitania_12 Postado em 21/11/2019 - 10:32:39

    Cadê você mulher??


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