Fanfic: Felicidade Clandestina | Tema: Amor por livros

 Reescrita do conto: Felicidade Clandestina,de Clarice Lispector

                                                Felicidade Clandestina

Era uma vez um mundo onde viviam pessoas extremamente apaixonadas por algo que faz com que nós, pessoas, fiquemos com um vocabulário “afiado”, além de nos proporcionar conhecimentos riquíssimos... O que será este algo tão valioso? Sim, são os livros. Estes de páginas cheirosas e amarelas que, nos fazem viajar em cada nova história, eram ainda mais especiais para uma cidade de nome curiosos, chamada: Só mais um capítulo, por favor?!

Nesta cidade, havia uma menina que era repudiada por todos os habitantes, primeiro pensei que fosse por causa de sua aparência nada formidável, mas depois descobri que era algo muito mais estranho: a menina não gostava de ler, mesmo sendo filha de um dono de livraria.

          Todos que a convidavam para festas de aniversários, ansiosamente esperavam por um embrulho que, ao tocar tivesse um aspecto firme, no entanto, para grande insatisfação dos aniversariantes, ganhavam só cartões e ainda sem assinaturas.

 Sempre na segunda-feira, chegava à livraria de Cosme, o pai da menina repudiada, uma porção de livros novos e Maria Luísa, uma menina doce, de pele branca e olhos negros,era muito apaixonada pela literatura,sobretudo,a de Monteiro Lobato, mas sabia que jamais poderia pegar um livro de lá, mesmo querendo tanto. Certo dia-tomou coragem e pediu para filha do dono se, o livro, Reinações de Narizinho havia chegado, mas a menina grosseiramente informou a Malu, apelido de Maria, que estes livros não eram de interesse da livraria. A doce menina saiu tristemente, mas pensou em descobrir o porquê de uma filha de um homem que amava livros fosse tão arrogante e resolveu que iria observá-la todas as tardes depois da aula em função de descobrir o que ela escondia.

Durante duas semanas inteiras, Malu pegava a escada de seu avô e espiava a menina repudiada, de nome Aurora, esquecido de falar até o momento. E não é que Maria descobriu algo, e o pior, era muito, muito estranho e contraditório: Aurora não sabia ler, passava seus dias tentando entender todas aquelas letras, mas não conseguia. Maria então resolveu falar com a mãe de Aurora, dizendo que poderia ajudá-la a compreender o que relatavam aqueles livros, a mãe da menina ficou imensamente feliz, porém avisou que a filha era teimosa e que jamais alguém conseguira ensiná-la, nem mesmo os professores...no entanto, Malu quis tentar mesmo assim.

Foram dias e dias de ensinamentos. O tempo exato? Não sei. E Aurora ao menos tentava, mesmo com dificuldades, Maria ajudou tanto, mais tanto que a menina conseguiu ler... As duas explodiram de alegria e ainda, Aurora que era agressiva, a partir daquele instante, teria dois amigos: a Malu e os livros... Em pouco tempo, transformou-se em uma leitora voraz.

Quase todos os sábados, as duas ficavam viajando por todas as histórias, presas em mundo diferente, presas há um novo mundo, há uma coisa que não sabiam relatar o que era. Creio que fosse uma espécie de felicidade clandestina.

PAZINATO,Marina Julia. Felicidade Clandestina.