Fanfic: Felicidade ex clandestina | Tema: Conto

Felicidade ex clandestina

        Na feliz época em que estamos no período escolar, aprendemos muito com as diferenças que existem entre as pessoas. Muitas vezes o que para alguns é algo sem encantamento, por exemplo, para outros é a felicidade em pessoa, ou melhor, em livro.

       Neste período em que cursavam a quarta série do ensino fundamental, havia uma menina em nossa sala que nos chamava muito a atenção. Não tanto por sua aparência e sim por sua marcante característica, o prazer de ver alguém sofrer. Nossa colega chamava-se “Grimhilde” e mais tarde se tornaria a “rainha má”, a bruxa malvada. Era possível que ela não fosse lá muito feliz com sua aparência pois era nesta época, gordinha, baixinha, com sardinhas e seus cabelos muito crespos, um pouco ruivos, eram um pouco difíceis de ajeitar. Além disso outra coisa que a deixava muito chateada em ser diferente das outras meninas desta idade, era seus seios, um pouco mais desenvolvidos do que os da maioria das suas colegas com dez anos de idade. Talvez sua aparência um pouco diferente das outras meninas a fazia infeliz. Grimhilde no entanto, ou melhor dizendo, sua família, era dona de uma grande livraria, com dois andares repletos dos melhores e mais raros livros, os quais eram o fascínio de todas as suas colegas que amavam ler. Grimhilde não gostava de ler, entretanto, adorava chegar a escola com um livro inédito. A sua maior felicidade era dizer com os olhos, o que ela possuía e as outras não. Quem sofria muito com isso era “Bela”, uma menininha durona, leitora ávida, inteligente, meiga e linda. Bela conseguia, através de muita humilhação, que Grimhilde lhe emprestasse algum livro. E Bela realmente não se importava em suplicar, pois tamanha era sua paixão pelos livros, que cada humilhação parecia valer muito.

        Certo dia, Grimhilde apareceu na escola com a coleção do famoso livro Harry Potter. Oh, os olhos de Bela se encheram de lágrimas, não sabia se de tristeza ou felicidade e esperança. O que ela precisaria aguentar para que Grimhilde lhe emprestasse aquela coleção maravilhosa. Para surpresa de Bela, Grimhilde disse que lhe emprestaria os livros, bastava que fosse à sua casa busca-los. Bela não se continha de tanta felicidade, não conseguia acreditar e pensava se finalmente Grimhilde estaria de transformando em uma pessoa melhor. Bela nem haveria de dormir aquela noite, esperando que o dia logo amanhecesse.

        Finalmente o sol raiou e Bela rapidamente tomou seu café e correu até a casa de Grimhilde. Chegando lá, sua amiga, ou melhor dizendo, Grimhilde, ainda vestida com seu traje de dormir e sonolenta, diz à Bela que havia emprestado os livros para outra menina. Como isso pôde acontecer? Bela voltou para sua casa, cabisbaixa, mas logo a esperança retornou ao seu coração. Grimhilde fez a pobre menina ir à sua casa durante dois meses, sempre com a desculpa de que os livros já estariam de volta para finalmente poder emprestá-los, porém, os livros nunca haviam saído da casa de Grimhilde. A mãe de Grimhilde começou a observar a situação mas não podia acreditar que sua filha pudesse ser tão cruel. Finalmente em uma das ocasiões em que Bela fora novamente buscar os livros, a senhora Diana Price, mãe de Grimhilde, resolve saber o que estava acontecendo. Horrorizada com a maldade de sua filha, resolve não apenas emprestar os livros mas dá-los para Bela. Além disso, faz com que Grimhilde se desculpe com todas as colegas e garante que Bela tenha acesso à biblioteca pessoal de Grimhilde. Bela não sabe o que fazer com tanta felicidade que inunda seu coração neste momento. A menina encantada abraça a senhora Diana Price e assim fica durante minutos intermináveis. Quanto a Grimhilde, mesmo com toda a bondade de sua mãe e esperança de que a filha pudesse se transformar em uma pessoa do bem...já sabemos que personagem ela se tornaria. Grimhilde, a madrasta da Branca de Neve.