Reescrita criativa (FELICIDADE CLANDESTINA)

Prólogo

Vejam bem, não é querer implicar com a menina, mas uma garota de 14 anos deveria fazer mais do que ler e sonhar o dia todo. Ela está terminando o ensino fundamental, é boa aluna, tem as melhores notas e adora ler. Parece um bom prognóstico certo? Bem... nem tanto. Embora seja muito inteligente, tem uma personalidade "azeda", mal humorada quase sempre, fechada. Essa devoradora de livros antisocial, é a chata da minha irmãzinha.

 Sara nunca foi boa em fazer amigos, não gosta de falar em público, é timida... No começo, vê-la  refugiando-se nos livros chegou a ter um ar de "graça". Afinal, timidez é "coisa da idade", pensei, e é bom que ela encontre um conforto na leitura, um bom hábito.  Mas devo admitir que nas últimas semanas tenho achado o comportamento dela um tanto esquisito.

Será esse livro?  Eu não sei, ela carrega ele pra lá e pra cá, abraçada, como se o estivesse protegendo. Abre, lê algumas páginas, e volta a fechá-lo.  Parece que se deleita a cada palavra, e mesmo assim, a graça não está na leitura. Qual outro motivo poderia fazer com que ela se sentisse assim tão bem? Que graça é ter o livro e não ler ele logo de uma vez?

Capítulo I - A "chata" da minha irmã.

Como toda adolescente, Sara é um verdadeiro porre. É "espaçosa", como gosto de definir; acorda pela manhã prepara seu café ... e deixa a louça suja para trás, sabendo que de alguma forma, magicamente, ele reaparece limpa no armário da cozinha quando ela retorna para almoçar. Chega a ser engraçado, como os jovens de hoje tem tudo de "mão beijada" e nem percebem isso.

Nas últimas semanas notei um comportamento estranho, Sara começou a sair de casa todas as tardes animadíssima, mas volta decepcionada, como se esperasse por algo que não acontece. Mas toda vez que pergunto se está tudo bem, ela responde que sim.  Talvez seja coisa da minha cabeça, quem sabe sou muito superprotetor, é que desde que nossos pais morreram em um acidente de carro, sou eu quem toma conta dela.

Nessa segunda mesmo...