Fanfic: ADMIRAÇÃO E BUSCA INCESSANTE | Tema: Trabalho Acadêmico

Clara era uma menina era magra, alta e de cabelos escuros. Tinha um olhar cativante e admirador. Gostava de andar pelas ruas, vagarosamente, sempre sorridente, deixando exalar no ar um suave cheiro de perfume. Seu pai, seu Antônio, já aposentado e somente aproveitando sua vida pacata, cuidava de sua livraria, com grande gosto na arte da leitura.

Se o caso for uma data de aniversário, Clara não nos dava de presente um livro, nos entregava em mãos um cartão postal da loja do seu pai, o seu Antônio.

Clara não se importava com o nosso gosto de ler. Pedíamos os livros, que ela não lia, emprestados mas Clara nem nos dava atenção.

Clara gostava de me deixar naquela grande vontade de ler. Me deparei com o livro Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato e me cativei com o livro. Aguardando a bondade de Clara, disse a ela que iria passar na livraria para pegar o livro tão desejado no dia seguinte. Fiquei muito esperançosa de no dia seguinte poder vislumbrar aquele tão almejado livro e tê-lo em meu poder.

No dia seguinte, fui toda esperançosa em conseguir emprestado o livro de Clara mas, por decepção ao chegar em sua casa, Clara me disse que já havia emprestado o livro para outra menina e que eu voltasse no dia seguinte para busca-lo. Fiquei muito sem esperanças e voltei para a minha casa cabisbaixa totalmente triste buscando respostas para tal ocorrido. Mas não me deixei de lado a ideia de voltar no dia seguinte e conseguir o livro, tão sonhado, emprestado.

Percebi que Clara não fazia nenhum esforço para me emprestar o livro. No dia seguinte fui até a sua porta e ela me disse que o livro não estava por lá ainda. Que eu deveria voltar no dia seguinte. Comecei a imaginar que Clara fizesse isso de propósito, que ela não tinha nenhuma ideia de me emprestar o livro. Mas mesmo assim mantive as esperanças em conseguir o tão sonhado livro. Passei a ir diariamente a sua casa e não faltei um dia sequer. O cansaço batia em meu corpo, mas eu não desistia.

Certo dia, já quase sem esperanças, resolvi ir novamente a casa de Clara em busca de conseguir emprestado o livro. Ao chegar na casa, me surpreendi com a mãe de Clara, dona Joana, que me atendeu. Joana já estava percebendo minhas idas e vindas na casa e percebeu que havia algo de estranho. Joana me colocou frente a frente com sua filha Clara e perguntou o que estava acontecendo. Explicamos tudo a dona Joana e a mesma acabou por entender tudo e chegou a seguinte conclusão: Minha filha Clara não usa mais o livro que eu queria emprestado, Clara nem mesmo lia mais o livro, então disse para Clara me emprestar o livro agora mesmo e para eu ficar o tempo que quisesse com o livro.

Recebi o livro da mãe de Clara em minhas mãos. Em mim surgiu um sentimento de felicidade por dentro, em ter conseguido o tão sonhado livro emprestado. Voltei andando para casa bem devagar, com o livro nas mãos, e bem pensativa.

Ao chegar em casa com o livro, pude desfrutar daquele objeto conquistado. Não o li de imediato, fiquei admirando suas formas e páginas. Com os passar dos dias fui lendo aos poucos, com toques de delicadeza e formosura. A felicidade de estar com o livro não deixava transparecer. A alegria estava dentro de mim, pelo sonho conquistado.