Fanfic: Felicidade Clandestina | Tema: Amizade
FELICIDADE CLANDESTINA.
Ela era alta, sardenta e com cabelos excessivamente lisos e ruivos, essa é Sara, ela tem tudo que uma garota nerd de 15 anos mais ama livros, ou melhor, uma livraria, a família dela era dona da única livraria da cidade.
Eu sou Maria, aquela garota, alta, gordinha, cabelos cheios, nerd e a melhor amiga de Sara, mas na verdade nem sempre foi assim, na verdade a principio Sara amava me “trolar”, nos conhecemos desde o jardim de infância, porém só começamos a nos darmos bem após uma brincadeira de mal gosto vinda da mente brilhante e diabólica da minha amiga.
Tudo aconteceu quando tínhamos 9 anos, Sara veio até mim e falou:
- Maria! Chegou à livraria de painho o livro “As Travessuras de Narizinho”.
Sim, caros leitores desde muito jovem meu amor pelos livros sempre foi enorme e, sim Sara também sabia que poderia me ter em suas mãos, se me emprestasse o livro. E eu também sabia que a partir do momento que eu pronuncia-se a seguinte frase: “Sara, você poderia me emprestar esse livro?”, ela exerce sobre mim uma tortura chinesa.
E claro que ela não iria perder a oportunidade, fitando-me com aquele olhar debochado disse-me:
- Claro!!!! É só você passar amanhã lá em casa.
No dia seguinte fiz como o combinado, fui à casa a sua casa correndo de tão empolgada que estava. Ela não morava em um sobrado com eu e, sim em uma bela casa, apertei a campainha e ela veio até o portão, não me convidou para entrar em sua casa e olhando bem no fundo dos meus olhos disse-me:
- Oh, Maria! Acabei de emprestar o livro para a Joana. Por que você não volta amanhã para pegar o livro?
Tristonha lhe respondi:
- Sim, Sara tudo bem, amanhã passo aqui e pego o livro.
E foi assim meus amigos que fui feita de trouxa pela primeira vez na vida. Todo santo dia durante quase duas semanas eu ia à casa de Sara e sempre recebia a mesma resposta “Ainda não me devolveram o livro, volte amanhã”.
Até que um dia como que por milagre a mãe de Sara ouviu a nossa conversa e resolveu descobrir o que estava acontecendo. Dona Ana perguntou:
- O que esta acontecendo Sarinha? Por que Mariinha está aqui no portão? É coisa da escola?
Sara ficou pálida e muda, não sabia o que responder então Dona Ana dirigiu a pergunta para mim:
- Mariinha, minha querida por que você esta aí no portão? É coisa da escola?
Eu toda inocente fui logo ao assunto, contando-lhe do que estava acontecendo, que Sara havia prometido me emprestar o livro, porém ela já havia emprestado para a Joana e que a mesma não tinha devolvido. Então Dona Ana perguntou-me:
- Que livro é esse que Sarinha prometeu te emprestar?
Eu humildemente lhe respondi:
- As Travessuras de Narizinho.
Dona Ana, arregalou os olhos e fitou seriamente sua filha. E me pediu que entrasse e as esperassem na sala, pois as duas iriam procurar o livro no quarto de Sara. Esperei não sei por quanto tempo naquela sala, mas a demora valeu a pena, pois Sara veio com o livro em mãos e com a voz chorosa disse-me:
- Aqui, Maria o livro que prometi te emprestar! E sua mãe segurando-lhe pela orelha, falou:
- E mais o que Sarinha? E Sara continuou:
- E desculpe por ter mentido, eu não emprestei o livro para a Joana, e isso foi uma brincadeira de mau gosto.
Eu fiquei espantada com tamanha revelação, que não sabia o que dizer. Dona Ana ainda com a cara de brava falou:
- Mariinha, desculpe a Sarinha, foi uma brincadeira muito malvada, mas ela vai te emprestar o livro pelo tempo que você quiser. Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter horas depois abri-lo, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de no fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com ovo, fingi que não sabia onde guardara o livro. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em puro êxtase.
Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com seu amante.
Depois do ocorrido Sara mudou em alguns aspectos, não sei se como castigo de sua mãe, a própria veio aqui em casa para lermos o livro e trouxe mais alguns, a principio fiquei com medo de ser outra brincadeira de mau gosto, mas, não acabamos que nos entendendo e descobrindo que gostávamos de muitos livros e animes iguais e com isso a filha do dono da livraria da cidade virou minha melhor amiga.
Autor(a): ivaldiane
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