Fanfic: Felicidade Clandestina | Tema: Leitura

Lá estava ela no canto da quadra de esportes da nosssa escola com seu olhar frio,calculista e perverso,provavelmente  planejando algumas de suas travessuras.

Magra,alta e nariguda Lívia vinha em minha direção,sempre estudamos na mesma sala,nunca consegui entender o por que dela ser tão maldosa com as apessoas ,Lívia não tinha muito o que mostrar além da sua maldade estampada na cara para as pessoas mas para uma garota comum e que adorava ler como eu ela tinha um pote de ouro em suas mãos mas não sabia usar,seu pai era dono de uma das maiores livrarias da cidade.

Ela não sabia usar pelo simples fato de não querer desvandar o que surgia após a leitura de cada página  de um livro,ah,já eu daria o céu para desvendar cada história escrita por trás daquelas capas.

E ela sabia,sabia que o livro que eu carregava diariamente para o recreio da escola me fazia feliz,Lívia era maldosa,sabia qual era o meu ponto fraco e o alvo da vez era eu,mas ao contrário das outras pessoas ela achou que iria me ofender ou até mesmo que eu fosse me submeter as malvadezas dela,mas não,mostrei a ela que a minha  vontade de ler era maior que qualquer coisa que ela fizesse para me machucar.

Lívia possuía muitos livros que a sua família lhe presenteava aos finais de ano no natal,mas ela nem lia,acho que nem se quer abria os lindos embrulhos brilhantes como estrelas no céu,Lívia propositalmente havia me dito que no natal do ano passado teria ganhado do seu pai As reinações de Narizinho de Monteiro Lobato,a partir desse dia a minha pequena vida mudou.

Em mais um dia normal de aula e naquele mesmo  canto da quadra de esportes Lívia provavalmente planejava alguma de suas malvadezas  contra mim,tomei coragem e pedi que ela me emprestasse o tão sonhado livro que eu a muito tempo queria ler e eu não pude acreditar no que tinha acabado de ouvir,sim,ela disse que eu poderia passar no dia seguinte em sua casa e que ela me emprestaria o livro.

Quase não dormi pensando na possibilidade de ter aquele querido livro em minhas mãos e de quanto eu sonharia acordada com ele. Chegando o tão esperado dia fui a sua casa,ela não morava em um sobrado como eu,era um casarão,gritei seu nome e ela me atendeu, não me chamou para entrar,e olhando no fundo dos meus olhos friamente disse que teria emprestado o livro a outra pessoa e que eu voltasse no dia seguinte para buscar, com o coração partido saí cabisbaixa,sem rumo,decepcionada,mas logo a esperança de novo me tomava,não iria desistir tão fácil.

Infelizmente não pude acreditar que o plano secreto da filha do dono da livraria era tão tranquilo e certeiro. No dia seguinte lá estava eu na porta da casa dela esperançosa a espera do livro e ela calma me falou que o livro não teria sido entregue e que eu voltasse no outro dia,e assim continuou dia após dia eu em sua porta a espera do prometido livro,cada vez que eu ia embora saía igual um cachorrinho com o rabinho entre as pernas,ela sabia como me fazer sofrer,mal sabia eu que o livro nunca havia saído de sua casa.

Até que em mais um dia de espera pelo livro ouvindo as mesmas palavras  sair de sua boca seu pai apareceu como um anjo na porta a minha frente,muito bem vestido e com postura de se admirar logo sorriu pra mim e perguntou a Lívia quem era a adorável garotinha em sua porta,meus olhos brilharam,afinal ele era o dono de uma das maiores livrarias da cidade,Lívia ficou logo espantada,aproveitei a situação essa era a minha chance,fui logo falando que teria ido buscar o livro que Lívia tinha me emprestado mas que não o teria nas mãos pois ela havia  empresdo,logo pude notar um estranhamento na face do homem e logo ele perguntou qual seria o nome do livro e eu com toda calma respondi: As reinações de Narizinho de Monteiro Lobato,e olhando para Lívia seu pai a desmentiu na minha frente  disse que o livro nunca havia saído da prateleira do quarto dela e que não fez questão nem de abrir pois foi um presente de natal que o próprio pai tinha dado a ela.

Fiquei surpresa pois era o mesmo que tinha imaginado,aos gritos o pai de Lívia  mandou ela ir buscar o livro e não ficou nada feliz em saber que sua filha estava esse comportamento fora de sua casa,quem voltou cabisbaixa dessa vez não foi eu, como se ela de fato estivesse arrependida por me enganar. Não pude acreditar no que estava por vir,o pai todo calmo e elegante disse que para Lívia que a partir daquele momento  o livro As reinações de Narizinho seria um presente dela para mim já que ela não  soube aproveitar o presente que o pai havia te dado,ah meu coração se encheu de alegria,eu só não podia ler como agora o livro era meu,disse eu poderia ir a suas livrarias quantas vezes quisesse e ler os livros que eu quisesse.

O pai de Lívia fez com que ela me pedisse desculpas  e prometer que nunca mais faria malvadezas com as pessoas e além de tudo me pediu que eu fosse a sua casa 3 vezes na semana para mostrar a Lívia que o hábito da leitura nos tornam pessoas melhores.