Fanfic: FELICIDADE CLANDESTINA | Tema: FELICIDADE

FELICIDADE CLANDESTINA

... No tempo, éramos cinco amigas, cada uma carregava aquela individualidade mais que interessante. Éramos tão parecidas e tão diferentes ao mesmo tempo. Uma gostava de roupa, outra de maquiagem, a outra era mais chegada a estudar, outra, adorava falar em namorados, festas, bares; eu, gostava de estudar, de ler, de escrever, de fazer arte; amava literatura.

Minha mãe, era dona de uma loja de variedades, onde adotava livros de mais diversas histórias: em quadrinhos, de época, de romance, de novela; tudo de mais diversos gêneros textuais, existia ali, naquela loja localizada bem na esquina da escola onde estudávamos. Lá, na lojinha da minha mãe, ao terminar a aula, eu adorava ir desfrutas das leituras, passava horas e horas lendo, nem sempre conseguia, pois, minhas amigas não eram tão chegadas a esse tipo de diversão. Na época, tínhamos um amigo também, o Lucas, o excluído. Ele era fascinado pela leitura, assim como eu, ele adorava livros, principalmente os que continham ficção e os desfecho com suspense. Vai entender.

O primeiro semestre acabou, entrou as férias, e, nada de contato com o Lucas. Pensávamos, eu e minhas amigas, que ele teria mudado de bairro, de escola, ele sumiu totalmente. O tempo foi passando, as férias acabando, e, logo, logo estaríamos voltando para nossa rotina escolar.

Chegou o dia, o dia em que todos iríamos nos reencontrar novamente para mais um período. Só não sabia que ao entrar na sala, não encontraríamos o Lucas. A sua cadeira estava totalmente vazia, sem nenhum caderno, livros, nada. Entramos eu e minhas amigas, nos olhando com total suspense. Sem entender muito bem o que estava acontecendo. Sentei ao lado, como de costume e, de imediato, me levantei e fui falar com a professora de português, professora Elisa, a mais próxima ao Lucas. Ela sempre demonstrava a quão impressionada era com a inteligência dele.

Comecei as perguntas por longe, onde ele estava, por que não havia ido a aula, por que não morava mais na mesma casa, e, talvez, nem mesmo na mesma região. Ela olhou-me com um olhar triste, com um olhar de indignação, e, logo contou-me  o que havia acontecido; o Lucas, por ser um aluno exemplar, que sempre tirava boas notas, inteligente, participativo, havia mudado de lar, de região, da escola; isso, por um único motivo: Não suportava mais fingir que estava feliz, não suportava passar por todos aqueles momentos de angústias e decepções por conta do bullying que o mesmo sofria por ser o exemplo da sala, da escola, de filho. Então, resolveu falar com sua mãe e contá-la que seus amigos não entendiam que tudo o que ele queria, era ler e escrever, e não viver uma vida de farra, de início de namoro. Lucas sofria a mais terrível exclusão por não fazer parte do grupo e gosto dos demais alunos.

Lucas foi embora, sem deixar nenhum rastro. Foi embora para tentar a felicidade em outro lugar, em outra escola. E procurar amigos que o entendesse, embora soubesse que também passaria por aquilo em outro lugar, já não ais aguentava rever todos os dias, seus “amigos” com as mesmas piadas não engraçadas sobre ele. E seus “amigos”? Permaneceram do mesmo lugar, se nenhuma punição, na mesma rotina, na mesma monotonia de sempre.

Triste, não?