Fanfic: Marcas da Vida

Foi nesse instante que virei meu rosto...Se eu queria? Esperava esse momento desde que entrei naquela sala. Sonhava com isso todos os dias, desejava fervorosamente, porém quando consigo o que tanto desejava, algo me impedia. Aquela mesma dor no coração que sentimos quando estamos apaixonadas voltará mais forte do que nunca, mas já esperava que isso aconteceria quando estivesse a ponto de realizar meu sonho com ele. Entretanto não devia ser com ele.. Minha consciência gritava..Não, não era com ele. O que fazer? Estava a ponto de beija-lo, nossos labios estavam a milimetros de distância e não era com ele... Não, a minha consciência não parava de dizer. Mas se não era com ele, porque meu coração estava a ponto de arrebentar os tecidos que o envolvem e fazer jorrar o sangue? Não entendia, mas o que sabia era que devia parar de pensar nisso por um instante e pensar no que fazer. Fortes braços morenos me entrelaçaram, aqueles olhos cor de mel perfeitos procuravam os meus para me questionar o porquê... Não era isso que você queria? Perguntavam os olhos do meu deus, ou melhor, de quem eu achava que era meu deus. Dói nesse momento que meus pensamentos sumiram e aquelas mãos não sairam do meu corpo e pousaram lentamente em meu rosto, fazendo nossos olhos se encontrarem e então ele...

Foi a partir das derrotas que tentei faltar a aula mas não consegui. Quando estava prestes a entrar na sala, ele me lançou um olhar .. Minhas pernas já não sustentavam mais o meu corpo. Foi quando notei que o unico lugar que havia era atras dele. Não havia o que fazer, somente sentar atras dele. Mas quem disse que minhas pernas me obedeciam? A vontade delas e sinceramente a minha também, era sair correndo dali e nunca mais voltar, porém não podia e foi com muito esforço que sentei atras dele sem nem mesmo lhe dizer "oi". Agora estavamos ali, ele na minha frente com aquele cheiro que não saia da minha cabeça desde a noite anterior, somente com a sua presença já me sentia embriagada. Com isso, meu coração voltou a acelerar, minhas mãos e pernas tremeram, meu estômago revirou e não sabia o porque daquilo estar acontecendo. Devia ser por  causa da noite anterior?

Não sei se era por causa da minha sensação de embriaguez ou devido aquele cheiro... Só sei que não conseguia parar de pensar no momento de seus labios, daqueles lindos olhos, daquele envolvente abraço. Pare! Gritava cada vez mais alto minha consciência, porém meu coração não queria parar de pensar. Tentava e tentava, mas não conseguia, seria por ele mesmo que estava apaixonada?

Finalmente a hora tão esperada chegou, pareceu que essa aula não acabava nunca. Me apressei mais do que o normal, peguei minhas coisas e quando levantei, senti que algo me impedia. Percebi  que ele me segurava e como de costume nossos olhos se encontraram novamente. Nesse momento parei para reparar em suas feições. Parecia que estava diferente, ou melhor, me concentrava tanto em teus olhos que nunca reparei nele mesmo. A sala estava pouco iluminada, todos já haviam saido. Estava somente nós dois, a pouca luz que ali tinha iluminava seu belo corpo moreno, definidos assim seus musculos, dando a razão dele ter aquele forte abraço, que facilmente conquistaria qualquer uma que quisesse. Aquele rosto com traços perfeitos derretem qualquer uma que olha e principalmente por ser alto nos leva a sentir que estamos nos braços de um deus. E que deus! Porém esse deus ainda esta tentando me conquistar, não devo ser qualquer uma. Vou considerar como um elogio.

Como sempre ele volta a tocar em minha mão, sinto uma corrente eletrica que vai da ponta do meu dedo percorrendo lentamente meu braço,fazendo  perder o controle sobre meus pensamentos novamente. Voltamos à realidade. E então ele olha nos meus olhos e diz:

 - Senti sua falta....

Meu coração começou a acelerar e minhas mãos estremeceram.

 -Não fique assim... Sei que tudo isso é novo pra você, eu não tive a intenção de fazer com que você se afastasse.

Tentei, juro que tentei dizer algo, mas as palavras lutavam contra minha vontade, aquelas três palavras que não devemos dizer instantaneamente. Meus olhos transbordavam, e apesar de lutar tanto, elas saíram

 -Eu te amo...

Ele olhou nos meus olhos, se inclinou e me beijou docemente, pela primeira vez.

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