Fanfics Brasil - Felicidade bagunçada Felicidade bagunçada

Fanfic: Felicidade bagunçada | Tema: Felicidade Clandestina


Capítulo: Felicidade bagunçada

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Felicidade Bagunçada 


Menina mimada, cabelos compridos, envolventes. Tinha um brilho no olhar enquanto nós  todas algumas vezes não  conseguiamos esconder a tristeza. Como se não  bastasse usava batom vermelho e tinha tatuagem. Mas, tinha o que todas nós  gostariamos de ter: um pai preocupado, exemplar.


Pouco valorizava.  E nós  nem sonhavamos: eramos quase sozinhas nesse lugar rígido e fechado.  Até  as nossas confraternizações eram íntimas e rápidas.  Sem música alta e hora pra ir dormir.


Mas que ingrata essa garota. Ela toda era pura rebeldia. Como era difícil  suportar, nós que não  tinhamos pai, nem tios para amar. Comigo escultou despreocupada minha crítica. Na minha ânsia de lhe despertar, nem notava as grosserias que ela me submetia. Continuava a implorar-lhe à  valorizar seu pai que tanto a ama.


Até  que ela começou  a me ouvir, e disse que eu estava certa. Como de costume ele chegou, mas dessa vez o recebeu alegre. Ele era muito ocupado, mas amoroso, um homem simples e justo. Perfeitamente o pai que gostaria de ter. Disse que eu abri seus olhos e mostrei o que realmente importa. Nossa fiquei muito feliz: eu não  só  sorria, eu cantava, e pulava, a sua sensatez me emocionou.


No domingo ele veio novamente visita-la. Ela não acordava cedo como eu, então  fui acorda-la. Não  gostou nem um pouco. Olhando em meus olhos, gritava, ele é  o meu pai, e eu não  quero vê-lo, mande ele embora. Boquiaberta, sai do quarto, devagar sem entender nada.  Mas novamente voltei lá  eu não  aceitava seu jeito intrigante. Dessa vez nem chamei, lembrei que o pai a esperava, fui tirando uma roupa do armário e abrindo as janelas, chamei novamente.


Mas dessa vez, puxei a coberta. A tranquilidade dela me irritava, cansado de esperar ele foi embora. No domingo seguinte, ele  voltou, com um sorriso, mas olhos tristes. Com medo de ouvir tudo aquilo novamente. E mesmo assim ela continuou resistente. Ela sabia o quanto ele sentia, e que não desistiria. Eu ja começava  a pensar que  não  o amava. É  o que penso. Mas, mesmo pensando, nada digo: como pode não  me entender? Eu perdi meu pai sem ao menos poder me despedi.


Resistente? Eu estava sempre a aconselhar, todos os dias. As vezes ela me ouvia e dizia: eu reconheço, eu amo quando meu pai vem me ver, mesmo que nem sempre o receba. E eu ja cansada dessa imaturidade nem acreditava mais.


Até  que um dia, ele não  veio, o domingo inteiro não  apareceu, veio sua secretária . Ela tinha um recado, e furiosamente o entregou. Pediu que não  deixasse de lê,  . Houve uma confusão  silenciosa, olhares preocupados e curiosos. A  secretária  continuava irritada. Até  que depois se acalmou. Voltou -se para a garota e com muita triteza exclamou: viu? O seu pai sofreu um acidente, não  poderá vir  te ver.


E o pior para a secretária  não  era dar o recado. Era saber que seu amigo podia não  resistir. Ela chorava em silêncio: o remorso de uma filha ingrata, eu também   que cansei de avisar. Foi então  que firmemente, disse para a menina: você  vai vê-lo agora mesmo e para mim: pediu que as acompanhar-se.


Apresem! Seu pai a espera: sem entender, sem compreender. Ele era tudo que ela tinha. Então  fomos rapidamente. Eu estava estontiada, e entramos naquele hospital. Acho que ela não  disse nada. Só pegou em sua mão. Não , não  estava cansada. Estava triste. Só  quem não  tem mais o seu pai sabe o quanto é  cruel. Ele estava machucado mais continuava preocupado.


Mas dessa vez ela foi amorosa e sensata. Voltando pro colégio,  arrependida, não  conseguia esquecer o quanto agiu mal. Alguns meses depois, ele se recuperou, fez muitas visitas, se desculpou com todos, e aprendeu que o trabalho dele não  era mais importante, era necessário. O pai tudo fazia pra vê-la  feliz, nem tempo tinha pra se distrair, se divertir. Criava os mais merabolantes planos, para ficarem juntos. A felicidade sempre bagunçada  para mim. Parece que eu sabia. Como demorei. Eu vivia a julgar... havia um vazio em mim, me sentia uma princesa perdida no castelo dos pensamentos. Mas me encontrei.


As vezes deitava-me na rede, balançando- me olhando as fotografias, momentos bons, tantas aventuras.


Não  era mais uma menina com saudades do pai: era uma mulher madura, resolvida e feliz.


 


 



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Autor(a): vitoria_farias

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