Fanfic: Felicidade Clandestina na Biblioteca | Tema: Felicidade Clandestina
Felicidade Clandestina na Biblioteca
Em uma ótima escola do bairro, estudavam eu e quase todos os meus amigos, estávamos juntos já a bastante tempo, éramos uma turma unida, na escola, na rua e na vida, tinham irmãos e primos também, uma amizade sempre muito saudável, onde um ajudava o outro quando preciso, nem todos tinham os mesmos gostos, tinham os mais descolados, os mais quietos, os que gostavam dos esportes, os que preferiam as aulas de música, os que gostavam muito de estudar, aqueles que nem tantos, mas no final uma coisa todos gostavam, que era estar juntos. Como uma das mais velhas, gostava de estar sempre atenta aos menores, e ter certeza que estava tudo bem com todos, e a minha paixão eram os livros e meu lugar preferido na escola inteira era com certeza a biblioteca, eu adorava aquele lugar. No último ano do ensino fundamental, como de costume umas das primeiras coisas que fiz na primeira semana de aula foi ir à biblioteca para renovar minha carteirinha para o ano letivo que estava começando, e para minha surpresa não me encontrei com dona Isabel, como nos últimos anos, e sim me deparei com uma jovem senhora, chamada Lúcia, que até se parecia um pouco com a minha mãe, imediatamente perguntei por dona Isabel e ela me respondeu de pronto que aquela senhora muito agradável que eu havia convivido por anos e anos, havia se aposentado e mudado de cidade, bom, foi uma novidade em tanto para mim, mas biblioteca que segue, renovei minha carteira e enquanto fazia isso, conversamos um pouco, e descobri que a filha dela estudaria na minha sala, seríamos colegas e que ela também gostava muito de ler. Os dias se passaram acabei conhecendo a filha da bibliotecária, ela se chamava Maria Eduarda, ao contrário da mãe, que era uma pessoa muito agradável, Ela era a antipatia em pessoa, enfim, não criei expectativas, se ela quisesse se aproximar estaria aberta. O dia chegou, a primeira retirada de livro da minha turma, enquanto eu andava pelos corredores, percebi que Maria Eduarda parecia me seguir, separei enfim um livro que já estava querendo a muito tempo e fui para a fila para registrar a retirada, enquanto aguardava, resolvi ir beber água, quando voltei o livro não estava sobre a mesa onde eu o tinha deixado, fiquei intrigada com aquilo e meus amigos falaram que Maria Eduarda tinha pego, fui falar com ela, que estava alguns lugares na minha frente, quando a questionei ela realmente estava segurando dois livros e disse que guardou o meu porque me viu o deixando na mesa e ficou com medo de outra pessoa pegar, eu agradeci e quando ela me devolveu o livro e eu o olhei, imediatamente percebi que não era o que eu tinha escolhido, o que eu tinha escolhido estava em suas mãos, fiquei impressionada com a frieza que ela fez isso, e mesmo comigo insistindo, ela não recuou, dona Lúcia, a bibliotecária e mãe dela precisou intervir, na dúvida acabou acatando a versão da filha, fiquei estarrecida com o acontecido, meus amigos quiseram reclamar, mas acabei não deixando, pois não queria criar um clima no ambiente em que eu tanto gostava, apenas reservei o livro para que eu fosse a próxima a poder retirá-lo. O que se seguiu foi um show de horrores, na semana seguinte, no dia da troca, todos fizeram sua troca, mas Maria Eduarda não, ela simplesmente falou que não havia terminado e renovou para mais uma semana, e depois mais uma e mais uma, criei coragem e fui falar com dona Lúcia, pois já estava a mais de um mês aguardando o livro que estava com a filha dela, ela enfim ficou intrigada, me disse que a filha adorava ler e que provavelmente estava lendo o livro pela segunda vez. Na semana seguinte o que aconteceu me deixou triste e feliz nas mesmas proporções, quando minha turma chegou a biblioteca para fazer a troca semanal, dona Lúcia me chamou em um corredor, tinha um livro na mão, era o meu livro, ela o colocou em minhas mãos e disse que me devia desculpas pelo comportamento da filha, eu perguntei porque, e ela chamou a filha para se explicar, que com o rosto vermelho e olhos cheios de água, por tanta vergonha, me disse que nem tinha aberto o livro, só o estava segurando para não me passar, que sentiu inveja de mim, e fingia gostar de ler só para agradar a mãe. Foi um momento intenso e emocionante, precisei de um minuto para me recompor e poder responder alguma coisa, pois em um primeiro momento pensei em dizer poucas e boas, algo que remetesse a uma lição de moral, mas em seguida entendi que era minha obrigação fazer algo maior e melhor, a convidei para passar um tempo comigo, conversar, inseri-la no grupo, fazer algumas coisas juntas e apresentar a ela o verdadeiro mundo da leitura e seu encanto e funcionou, não ficamos melhores amigas, mas passamos a conviver bem. Tudo isso me fez muito bem, fiquei muito feliz, uma felicidade diferente, foi uma vitória com um sabor especial.
Autor(a): sandra_regina_de_oliveira_alve
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