Fanfic: Felicidade oculta | Tema: Felicidade clandestina

  Beatriz Torrez estava em êxtase, tinha acabado de receber a notícia que a mãe da sua "rival", teria deixado o livro " as reinações de Narizinho " como uma espécie de presente de desculpas por todas as vezes que sua filha má teria a maltratado. Bia não conseguia conter sua alegria, aquele livro que sempre esteve em posse de Jéssica Alves ("rival" de Bia uma gordinha sardenta que maltratava a todos) era seu sonho.

  Para Bia aquele livro de capa simples e nada chamativa escondia um tesouro inestimável que representava o que de melhor o mundo poderia oferecer, representava felicidade ou como ela mesma o definia, representava seu amante. Ela procurava extrair o máximo de cada linha daquele livro, lendo todos os dias cautelosamente.

Passaram-se longos e bons meses até Bia se encontrar frente a frente com um dilema terrível, o temível final de seu amante. Ela passou o final de semana inteiro arranjando desculpas para não ler, e ficou aliviada ao chegar Segunda e ela ter que vestir seu uniforme e passar o dia na escola, longe de seu amante ou do final dele.

  Ao chegar Beatriz avistou sua amiga Ana na porta da escola. Ana tinha um sorriso encantador apesar de raramente mostra-lo ao mundo, filha da merendeira da escola, era taxada como a mais pobre o que afetava muito sua autoestima, porém naquele dia Ana estava diferente, ao vê-la abriu seu lindo sorriso e correu em direção a Bia para abraça-la.

  -- Oi Bia! Que bom te ver! -- Gritou Ana

-- Qual motivo de toda felicidade?  -- Questionou Bia.   -- Amiga quero te convidar para minha festa de aniversário na minha casa amanhã a noite!  -- disse Ana

Bia aceitou na hora, afinal uma festa era tudo que ela queria para preencher seu tempo e evitar a leitura do fim do livro!

--Amiga será demais, minha mãe disse que vai preparar um bolo e muitos salgadinhos mas disse que eu convide apenas alguns amigos

--Estou pensando em convidar a sala inteira acha que 40 pessoas é muito?

Bia negou com gesto de cabeça e seguiram para sala.

  Ao final da Aula Bia notou que Ana estava diferente da personificação de felicidade que viu mais cedo muito pelo contrário estava quase chorando. Ela se aproximou de Ana e perguntou o que houve, e a resposta veio com um movimento agressivo de jogar um objeto em Bia e sair correndo com os olhos marejados e uma expressão de fúria.

  O objeto era um lindo envelope cor de rosa, cheio de adornos dourados dentro havia um convite para uma Super festa infelizmente no mesmo dia do aniversário de Ana, e para sua surpresa no final do convite estampava o nome de Jéssica Alves

 Bia estava tão perdida pensando no seu livro que não notou Jéssica distribuindo convites para toda classe menos para ela, o que não era surpresa já que elas não se davam bem.

  Ao ver Jéssica sorridente, encostada no armário Bia não resistiu, se aproximou e disparou uma sequência de palavras e argumentos sem permitir que a ruiva falasse nada

-- qual motivo de tanta maldade? Amanhã é o aniversário da Ana e você decide dar uma Super festa no mesmo horário! O que você ganha fazendo isso? Jéssica você é um monstro horrível! Bia saiu sem olhar para trás deixando Jéssica muito confusa.

  Bia chegou em casa mais estressada do que nunca, ela sabia que necessitava de uma dose de felicidade e decidiu ler apenas algumas linhas de seu amante, e foi o suficiente para acalma-la. Ao fechar o livro Bia pensou em sua amiga, em como ela deveria estar triste, rapidamente imaginou como seria se Ana também tivesse um amante, algo que fizesse ela esquecer do mundo e suas tristezas. Bia não pensou duas vezes abriu o livro de novo e leu até o final

  Lágrimas caíram de seu rosto ao perceber que seu amante teve um final, um lindo final! Um final perfeito! Porém ainda era um final, Bia procurou não pensar nisso, pois seu amante em uma caixa de presentes e amarrou um lacinho em cima caindo no sono logo após.

  O dia seguinte passou voando, Bia estava triste por não ter mais sua dose de felicidade e ficou mais triste ao perceber que Ana não compareceu a escola naquele dia. A imagem de Jéssica sorrindo surgiu na mente de Bia que se encheu de ódio, queria dar um soco em Jéssica, porém por ironia ela também não foi a aula naquele dia, " organizando a Super festa dela provavelmente" pensou Bia

  A noite chegou, Bia caminhava lentamente em direção a casa de Ana, questionando a cada passo se dar seu amante de presente era o certo a se fazer, ela via que sua felicidade estava dentro daquela caixa.

  Ao chegar em frente à casa de sua amiga, Bia tomou um susto. Toda a turma estava presente inclusive Jéssica que dava ordens a um homem de terno que provavelmente era um dos empregados de seu pai

 Bia chegou a cogitar que estava no lugar errado, até Ana aparecer num lindo vestido rosa com um sorriso estampado no rosto para abraça-la

  Bia perguntou o que aconteceu como ela convenceu todos a virem para seu aniversário, e para sua surpresa a resposta foi:

-- Foi a Jéssica, ela cancelou a festa dela e disse a todos que a Super festa seria realizada na minha casa como comemoração do meu aniversário. Trouxe doces e salgadinhos suficientes para todos e me deu esse vestido! Disse Ana dando uma voltinha para apresentar seu belo vestido.   Bia ficou perplexa não podia acreditar que uma atitude tão nobre teria sido realizada por a pior das pessoas!

  Sem perceber Ana já tinha pegado a caixa da mão de Bia e abria com rapidez. Ao tirar o livro da caixa Ana deu saltos de alegria ao perceber o título. Abraçou Bia com força gritando

--Eu sempre quis ler esse livro! Eu te amo amiga!

Esse lindo momento foi interrompido porque Jéssica passou e levou Ana dizendo:

-- É hora dos parabéns!!

   Bia observava de longe ao som de parabéns para você. Olhou para Jéssica e percebeu que ela não era um monstro, aquilo era só uma capa dura e simples, mas que escondia um tesouro inestimável por dentro. Desviou o olhar para Ana segurando seu amante, e saltando de alegria, e naquele momento percebeu no sorriso de sua amiga que a felicidade era clandestina quando se tentava obtê-la sozinha, mas quando se tem companhia ela se torna mais prazerosa e mais duradoura. Ali não era mais uma mulher com seu amante e sim uma mulher independente capaz de encontrar a felicidade em simples momentos.