Fanfic: Livros, magia e felicidade oculta. | Tema: Felicidade Clandestina
LIVROS, MAGIA E FELICIDADE OCULTA
Era magra, baixinha, a cor da sua pele era caramelizada e tinha cabelos em um formato triangular, havia caído na terra em uma cápsula direto do espaço e foi adotada por um casal de escritores famosos. Tinha acesso a todas as regalias que uma pessoa pertencente à classe alta poderia ter, inclusive algo que qualquer pessoa apaixonada pela literatura tanto almeja: a possibilidade de conhecer vários mundos, universos, personagens e histórias fascinantes que estão todas ali dispostas nas entrelinhas das páginas dos livros. E por seus pais trabalharem justamente com isso possuíam um imenso acervo deles em sua casa.
Porém era um espaço pouco aproveitado pela pequena garota, não tinha apreço pela leitura no entanto se gabava de ser tão privilegiada, fazia questão de fazer vários posts em suas redes sociais, tirava várias fotografias, mostrava as enormes prateleiras repletas de livros das mais variadas formas, grandes, pequenos, grossos, finos, alguns mais novos adicionados a biblioteca recentemente, outros com uma aparência mais antiga, mostrava todos para a gente, gostava de nos ver babando de tamanho desejo em possuí-los.
Como era lapidado o seu talento na crueldade, era em sua essência um tanto esnobe, mal sabia ela que eu era a bruxa mais inteligente das bruxas da minha idade, infelizmente isso teria que continuar assim, afinal ela era trouxa e os trouxas não podem tomar conhecimento do mundo mágico. Então seguiam-se os dias nessa rotina perturbada.
Até que um dia ela tomou totalmente o controle que eu achava que tinha sobre minha vida quando me contou por alto que possuía as Reinações de Narizinho de Monteiro Lobato.
Era um livro aclamadíssimo por mim, afinal era um clássico da literatura, era um livro extenso e digno de ser venerado por quem tivesse acesso a ele, e também totalmente acima de minhas posses, ela percebeu minha paixão intensa por aquele livro e disse que eu fosse até a sua casa no dia seguinte que ela o emprestaria.
No dia seguinte quase não conseguia segurar minha ansiedade, fui quase que voando para a casa da garota. Que olhou friamente para mim e disse que antes de emprestar-me, já tinha prometido antes para outra pessoa e já a havia emprestado, mas disse que iria pegar de volta e me pediu para ir novamente no dia seguinte, sai muito desapontada; com a chegada deste dia minha esperança se renovara e eu voltara a saltitar de ansiedade pelas ruas enquanto ia mais uma vez.
O peguei ontem mas coloquei em meio aos outros livros e não me recordo onde está, mas irei procurá-lo venha amanhã que estarei com ele em mãos dizia ela e no dia seguinte lá estava eu, atônita e crédula, que iria pegar o livro; não o encontrei ainda, mas volte amanhã, disse-me ela. E seguiram-se os dias e semanas nessa mesma tortuosa rotina, todos os dias praticamente eu me fazia presente na sua porta para ouvir várias desculpas sem pé nem cabeça. Por uns momentos pensei em usar algum feitiço para fazê-la me entregar o livro de uma vez por todas, mas me lembrava que era proibido fazer magia fora de “Hogwarts”.
Porém recordei que sempre haviam brechas que eu poderia utilizar ao meu favor que estavam inseridas implicitamente nessas regras, eu não poderia fazer magia na frente de trouxas, mas posso quando estou sozinha.
Então quando voltei para casa fiz uma poção “polissuco” para poder entrar na biblioteca da menina sem ser notada, quando o encontrei fiz um feitiço de duplicação, peguei o meu e deixei o original no seu devido lugar e sai mais do que realizada, mal podia acreditar, finalmente eu tinha sobre meu domínio aquele livro de tão difícil acesso.
Chegando em casa li vagarosamente algumas frases incríveis, fechei o livro que fiquei em êxtase com elas, fazia feitiços de esquecimento para poder ter de novo a emoção de ler aquelas palavras maravilhosas, às vezes deixava-o dentro de uma caixa de sapatos debaixo da cama e ia fazer minhas atividades cotidianas, praticava meus encantamentos, e treinava minhas habilidades com poções, fingia que não o tinha só para poder prolongar a ansiedade de lê-lo mais uma vez.
Às vezes lançava o feitiço “Vingartio Levioça” para fazer um livro ficar flutuando enquanto eu admirava-o, ali não era mais uma menina com um livro, mas sim uma mulher e seu amante.
Autor(a): maria_alane_dos_santos_silva
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