Fanfic: A VERDADEIRA FELICIDADE | Tema: AMOR PRÓPRIO

A VERDADEIRA FELICIDADE

Ele era magro, alto, negro e seus cabelos eram crespos e pretos. Diferente de seus amigos, Gustavo tinha orelhas enormes , o que lhe rendia muitas piadas de mal gosto.

Apesar das inúmeras piadas ele não ligava, pois acreditava na amizade sincera de seus amigos. Em suas festas de aniversário,  sempre lhe presenteavam com apertos de mão, abraços e felicitações às suas orelhas.

Ele sempre foi um amigo fiel e nunca retribuía as ofensas de seus "amigos". Muito criativo, gostava de invetar coisas e contar histórias, pois amava ler. O amor pela leitura era herança de sua mãe, uma mulher muito amorosa, atenciosa e dona da única livraria da cidade. 

Certo dia, tomado de coragem, perguntou aos seus amigos, o motivo de tanta crueldade. Afinal de contas, viviam implicando com ele, sem que tivesse feito nada.  E era verdade, nã tinha feito mesmo. Implicavam porque achavam tudo aquilo divertido.  Para sua surpresa, todos disseram que ele realmente  não merecia as piadas por causa de suas orelhas, e prometeram que nunca mais fariam aquilo.

Poucos dias depois, seus amigos lhe preparam uma surpresa. Disseram que estavam arrependidos e que queriam se desculpar por todas as brincadeiras que havim feito. O convidaram  para ir ao club pois haviam preparado algo especial no salão de festas. Estava tudo combinado para o dia seguinte.

Muito feliz, Gustavo logo concordou com tudo. No dia marcado, chegou todo entusiasmado e certo de que seria um momento muito legal entre amigos. Porém, o coitado mal sabia o que lhe esperava. Chegando no salão de festas, respirando bem fundo, bateu na porta por três vezes: toc, toc, toc. Ouviu uma voz dizendo: _ Pode entrar! Rapidamente ele abriu e levou um grande suto, pois estava tudo escuro. Então começou a chamar pelos meninos, mas ninguém o respondia. O medo começara lhe tomar conta.

Tentando encontar um modo  de acender as luzes, buscou pelo celular, porém o mesmo estava descarregado, totalmente sem bateria. Após alguns minutos, começou a ouvir risadas e um coro que dizia; _ Orelhão, Dumbo, orelha de abano e muitas gargalhadas. Gustavo percebeu que havia caído em mais uma das mentiras de seus supostos amigos. De repente, as luzes se acenderam e lá estava ele, encolhido em um canto da parede tentando cobrir suas orelhas e ouvidos, pois não acreditava no que estava vivendo.

Quando abriu os olhos, viu todos aqueles meninos dando muitas gargalhadas. Gustavo não conseguia encará-los, começou a chorar muito e saiu correndo. Só parou quando chegou à livraria de sua mãe. Muito nervoso passou direto para o escritório e bateu a porta.  Ao ver a cena, sua mãe que atendia um cliente, foi ao escritório para saber exatamente o que havia acontecido com seu fiho. Neste momento, Gustavo soluçava tanto, que mal conseguia falar.  E depois de um abraço bem amoroso de sua mãe, contou tudo o que vinha sofrendo com seus "amigos" por causa de suas orelhas grandes. 

Muito sábia e amante da literatura infantil, a mãe de Gustavo lhe disse: _  Filho, fique calmo! Vou te contar uma história bem parecida com a sua. Neste momento, a mãe pega um livro e lê para Gustavo a história de um elefante ainda filhote, que sofria inúmeras situações justamente pelo fato de suas orelhas serem enormes. A mãe de Gustavo estava lendo a história de Dumbo e principalmente  a moral da história. Ela explicou ao filho que Dumbo se tornou um personagem muito famoso no circo em que vivia, justamente pelo que ele conseguia fazer com suas orelhas. Graças a elas, ele era o único elefante capaz de voar.

Gustavo entendeu que os verdadeiros amigos valorizam as diferenças e que a verdadeira felicidade consiste  no amor próprio, ou seja, ele precisava se amar como  era, entendendo que somos diferentes com propósitos únicos.