Fanfic: A outra face | Tema: Felicidade clandestina

Ela era magra, alta, pele lisa e cabelos longos e meio arruivados. Tinha um busto grande, enquanto os nossos eram ainda pequenos, ela era o que qualquer jovem da escola queria ser: Ana era líder de torcida e a garota mais popular do colégio. Andava sempre com duas amigas fiéis a ela, eram inseparáveis, estavam sempre bem vestidas, e por onde passavam chamavam a atenção de todos, pois eram muito vaidosas. Eu era uma novata, meus pais haviam se mudado para essa cidade a pouco mais de um mês e eu ainda não tinha conseguido me enturmar, estava meio perdida, escola nova, tudo era novo para mim, não tinha nenhuma amiga. Mas o que ela tinha de popular tinha também de maldade, passava por mim sempre com o nariz empinado, me olhava com arrogância e com ar de superioridade, pois seu pai era o diretor do colégio.  Certo dia eu estava voltando para a casa, e a vi se aproximando de mim.

            Elas se apresentaram e disseram seus nomes: Ana, Luna e Rafaela. Foi então que Ana me convidou para fazer parte do grupo de amigas delas, eu fiquei muito feliz e empolgada pois era tudo que eu queria. Aceitei na hora e a reunião foi marcada para o dia seguinte as duas horas da tarde na casa dela, quase não dormir aquela noite de tanta ansiedade e no dia seguinte fui à sua casa. Bati na porta e ela me atendeu, utilizando um tom seco, disse que teria que sair e que a reunião seria no dia seguinte. 

Fiquei muito triste pois ansiava por fazer parte daquele grupo, no dia seguinte ela deu outra desculpa. Isso se sucedeu por vários dias e eu me sentia angustiada. Depois de uma semana de enrolação comecei a desistir da ideia e a perceber que ela estava me fazendo de boba. Em uma última tentativa desesperada fui até à casa de Ana e toquei a campainha várias vezes, ela estava em casa e não queria me atender, eu já estava pronta para desistir quando o pai dela abriu a porta. Ele me questionou sobre as idas a sua casa todos os dias e depois de muita insistência acabei contando. Depois de pensar um pouco ele chamou Ana e a fez confessar o ocorrido ela, muito sem graça, relatou tudo ao pai e ele como forma de punição a suspendeu das atividades de líder de torcida e me arranjou uma vaga no grupo. Eu não seria líder, mas poderia ter meu lugar e me sentir parte de algo. Ana me pediu desculpas, ela voltaria depois de um mês de castigo e prometeu ao pai que me ajudaria em tudo o que fosse preciso.