Fanfics Brasil - Felicidade Clandestina Felicidade Clandestina

Fanfic: Felicidade Clandestina | Tema: Felicidade Clandestina


Capítulo: Felicidade Clandestina

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Felicidade Clandestina


Ione Almeida dos Santos 


Ela era desengonçada, magricela, olhos azuis, cabelos escorridos.Tinha uma pele de dar inveja, enquanto nós éramos cheias de espinhas. Como se não bastasse, só usava roupa de marcas famosas. Mas tinha o que qualquer criança gostaria de ter: um pai dono de uma loja de brinquedos.


E mesmo assim, não tirava nenhum proveito, muito menos nós. Em épocas de aniversários, ganhavamos um chaveiro, o qual era utilizado para divulgar o nome da loja do pai.


Ela era mestre em ser cruel . Era pura provocação . Devia odiar todo mundo, era sádica, e por gostar de brincar não percebia as humilhações a qual ela me submetia, eu queria mesmo era seu patinete emprestado, o mesmo ela deixava jogado de lado.


Quando enfim começou a me torturar impetuosamente, me dizendo que havia em sua casa um patinete sem nunca ter sido usado.


Era novinho, ainda estava guardado na caixa, totalmente fora do meu alcance.


Me falou que era para passar em sua casa no outro dia, ela o emprestaria.


Me senti esperançosa, leve, como se andasse num mar calmo onde as ondas me levava e  me trazia.


O dia esperado chegou , fui até a sua casa, com muita pressa. Chegando lá, não me chamou para entrar. Ironicamente olhou bem nos meus olhos e me disse que outra menina o havia levado emprestado. Pediu que eu voltasse no dia seguinte. Cabisbaixa, saí desolada, mas continuava esperançosa e pouco a pouco voltei a me sentir flutuando nas nuvens. A promessa do brinquedo emprestado me trazia a certeza de que seria os melhores da minha vida.


Não foi tão simples assim, o plano dela era maléfico. Como no combinado, eu estava lá no dia seguinte, sorridente e ansiosa para ouvir a mesma resposta do dia anterior: outra menina havia emprestado.


E assim começou o drama do “dia seguinte”.


Passaram -se alguns dias e continuava a mesma ladainha, ela precisava destilar o seu veneno em mim. Eu já estava começando a desconfiar que ela só queria ver meu sofrimento. Mas mesmo assim eu estava ali todos os dias esperando que ela cumprisse com sua palavra.


Ela usava sempre a mesma desculpa: “alguém havia emprestado". Já estava cansada dessa situação, até que um certo dia sua mãe apareceu silenciosamente e ouviu a conversa. Achou estranho o fato de que todos os dias eu passava lá.


Perguntou o quê estava acontecendo, não sabíamos o que ia dizer e com isso se tornava mais estranha aquela situação


A boa mãe conseguiu entender o que estava acontecendo e decidiu por um fim nessa confusão. Questionou a filha sobre o patinete, pois ele nunca havia saído dali e ela nunca quis andar nele.


A pior descoberta para essa mãe não foi o caso ocorrido, provavelmente foi saber que sua filha tinha perversidade em seu coração.


Até que finalmente quebrou o silêncio e disse a sua filha calmamente: você vai emprestar o patinete agora mesmo, e quanto à sua colega pode ficar com ele por quanto tempo quiser.


Isso era muito mais satisfatório para mim do que ganhar um patinete novo.


Só o fato de poder ficar pelo tempo que eu quisesse me fazia sentir realizada.


Quando estava com o patinete em minhas mãos, fiquei muito feliz estava radiante.


Não sei quanto tempo demorei para chegar em casa, só sei que estava me sentindo segura.


Ao chegar em casa deixei ele num canto como se ele não existisse não tinha pressa para brincar pois sabia que ia ter todo o tempo para brincar com ele.


Esse sabor de felicidade clandestina me deixava nos ares me sentia uma “Realeza delicada”.


Ficava a olhar o patinete como se fosse um prêmio, já não era mais uma menina com um patinete era um campeão com seu maravilhoso Troféu.



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Autor(a): ione_almeida

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