Fanfic: Amizade Clandestina | Tema: amizade
Amizade Clandestina
Havia uma menina em minha escola onde eu estudava, ela era magra, um pouco alta, sardenta e de cabelos cacheados, meio arruivados. Tinha um busto achatado, enquanto nós todas já éramos bem mais desenvolvidas. Mas possuía o que qualquer criança desejava. Ter um pai empresário e bem sucedido que levava uma vida de luxo.
Muito aproveitava. Principalmente em dias de passeio. Ela passava a maior parte do tempo viajando. Em vez de lembrancinhas baratas ela entregava em mãos um cartão-postal de algumas lojas de seu pai, mais mesquinha que ela, não existia. Atrás, com uma letra muito bonita ela escrevia palavras simples. Apesar de ser apenas uma criança ela tinha um enorme talento.
Ela era uma pessoa boa, apesar de seu jeito grosseiro, às vezes um pouco imperdoável. Ela sofria de variações comportamentais que deixava nítido a sua variação de humor. Não dava pra saber exatamente o que ela sentia em relação às pessoas em sua volta.
Havia dia que ela me tratava bem e havia também dias que ela me tratava com grosseria. Após do decorrer dos dias, ela se transformou na própria esperança de alegria. Apesar de viver uma vida uma luxuosa, ela não era uma pessoa muito feliz.
No dia seguindo fui até sua casa para estudarmos, fui literalmente correndo. Sua casa era praticamente o triplo do tamanho das outras. Era uma casa muito engraçada tinha vários tetos, tinha tudo, todo mundo podia fazer xixi lá por que lá tinha muitos banheiros e muitos quartos. Mas era feita com desafeto, numa rua deserta, não muito correta.
Toquei a campainha, ela olhou para os meus olhos e gritou dizendo para eu voltar outro dia. Muito chateada saí devagar. Mas ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do empresário era tranquilo e diabólico. No dia seguinte estava eu à porta de sua casa com o olhar meio triste e o coração batendo, pronta para ouvir uma má resposta. Mas ela não estava bem. Pediu novamente para que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, o decorrer da vida, a drama dos “dias seguintes” com ela ia se repetir com meu coração batendo.
E assim continuo. Quanto tempo? Vários dias. Ela sabia que era tempo indefinido. Comecei a pensar que ela era ruim somente comigo, que havia me escolhido para sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.
Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu o seu pai. Ele estava estranhando a aparição muda e diária daquela menina que no caso a minha. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. O senhor achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo o porquê sua filha agia dessa forma comigo.
E o pior para o pai dela não era descoberta do que acontecia. Deveria ser do fato de como sua filha me tratava. Ela nos espiava em silêncio com aquela olhar de muita raiva. Eu já cansada ao vento das ruas de Recife. Foi então, finalmente se refazendo, disse firme e calma para filha: Você vai se desculpar agora mesmo e vai fazer os deveres escolares. E pra mim: “Entre e fique a vontade pelo tempo que quiser”.
Depois de tudo ter ocorrido de uma maneira tranquila, voltei para casa. Não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Quanto tempo levei para chegar até em casa. Também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.
Depois de uma semana, chegou o dia de apresentar o trabalho. Eu estava nervosa, pois eu não sabia como ocorreria, mãos suadas, frio na barriga, um pouquinho de medo. Enfim chegou a nossa vez. E eu estava sozinha. Comecei a apresentação sem ela, pensei que ela não viria. Mas logo depois ela chegou, apresentou sua parte e ocorreu tudo bem.
Logo após de tudo ter dado certo percebemos que tínhamos algo em comum. Viramos grandes amigas.
Autor(a): cleidemoura
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