Fanfic: Liberdade Clandestina | Tema: Liberdade Clandestina
Aquele livro era tudo o que eu tinha, pelo tempo que eu quisesse poderia desfrutá-lo e era maravilhoso fazer isso seguindo o meu ritmo.
Levava para a escola, lia durante o intervalo. E ‘aquela menina’ que foi obrigada pela mãe a me emprestar o livro estava vendo a minha alegria incumbida naquelas páginas e que agora estava saltando aos meus olhos, ela tinha tentando me privar disso.
Por instantes me arrependi de ter pedido o livro emprestado, mas à medida que ia avançando minha leitura esse arrependimento ficava para trás.
Mas eu sentia que tinha uma missão. Por que aquela menina que tinha milhares de livros a sua disposição quando quisesse, não os tocava se quer? E pior, porque então ela não queria me emprestar já que não dava a mínima para os livros que o pai lhe presenteava?
Os livros nos trazem liberdade, e no meu caso a minha liberdade era clandestina. Por mais feliz que eu estivesse ao ler aquele livro eu sabia que ele não me pertencia. A euforia ia se transformando numa antecipada nostalgia quando eu percebia que as páginas iam avançando e uma hora teria de me despedir.
Estávamos indo para casa, após uma aula incrível sobre Literatura na disciplina de Língua Portuguesa onde a professora disse-nos que teríamos que ler um livro e apresentá-lo para a sala. Era a minha oportunidade de mostrar para ‘aquela menina’ o quão incrível e libertador era poder mergulhar no mundo dos livros!
‘Aquela menina’ se chamava Helena, seu pai, dono de uma livraria tradicional da cidade, das mais conceituadas e consolidadas. Se meu pai fosse dono de uma livraria, talvez fôssemos à falência. Era certa que eu seria a maior consumidora, freguesa, seja lá como quiser chamar. As outras meninas se empolgavam comprando novos sapatos, roupas, perfumes, e eu só queria saber de livros e artigos de papelaria.
Helena era diferente, se excluía, tinha pouquíssimos amigos, 1 ou 2, mas andava na maior parte do tempo sozinha. Apesar de sermos todas da mesma faixa etária, ela parecia ser mais velha, seu corpo era mais desenvolvido, seios robustos e cara arredondada. Seu cabelo parecia lhe pesar a cabeça, encaracolado, preso em um rabo-de-cavalo, do mesmo jeito como ela prendia suas emoções e intenções.
Mas qual seria o motivo que a fez não querer me emprestar o livro a ponto da própria mãe obriga-la a fazê-lo? O que será que Helena guardava dentro de si a ponto de se privar de amigos e pessoas?
Eu tinha uma missão, não iria desistir tão facilmente.
Autor(a): deboragoncalves021
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