Fanfic: Felicidade Clandestina | Tema: Reescrita

Felicidade clandestina

Ela era magra, alta, clara e de cabelos ondulados, tinha sobrancelhas  arqueadas e olhar penetrante, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse possuía o que qualquer adolescente devoradora de história  gostaria de ter: Um pai escritor. Sim! Escritor! Suas obras poéticas exploravam temas como o amor, o tempo e a natureza. Pouco Aproveitava. E nós ainda.   

  Até para aniversário, em vez de pelo menos um poema, ela nos entregava em mãos um cartão – postal, ainda por cima era de paisagem do Rio de Janeiro mesmo, onde morávamos com seus morros mais que vistos. Atrás escrevia com letra bordadíssima  palavras saudosa. Mas que talento tinha para crueldade. Ela era toda pura vingança, balançando aqueles quadris com muito glamour. 

Um dia, a professora de literatura Kilvia Kelly nos passou um trabalho onde deveríamos realizar a leitura e reescrever um livro com a temática infantojuvenil, como eu era novata no colégio e não tinha muitas amizades a cuja “Alice” me convidou para fazer dupla com ela, sem questionar aceitei, até porque era minha única alternativa. Então ela chamou para fazermos na casa dela e justificou  dizendo que o pai por ser  escritor teria livros necessários para realização do trabalho. Fiquei muito feliz com a proposta dela.

Fui para casa cheia de ideias e ansiosa para realização do trabalho, chegando em casa contei para meus pais que tinha feito amizade com a menina mais linda do colégio e que ainda por cima ela teria um pai escritor. Meus olhos brilhavam de esperança!

No dia seguinte fui até a casa dela, chegando lá sua mãe não mandou me entrar, esperei Alice sair, esperei, esperei e nada. Até que fui embora pensativa e ao mesmo tempo preocupada achando que algum tinha acontecido com Alice.Quando voltei a escola entrei na sala de aula no sentido de ver Alice e esclarecer esse mau entendido e para minha surpresa Alice também não compareceu naquele dia a aula. Nossa! Fui para casa com uma desilusão.  Nesse mesmo dia tentei mandar mensagens, ligar e nada de Alice.

No outro dia lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Até que sua mãe apareceu e dessa vez me mandou entrar, foi então que me vi cheia de esperança novamente, fiquei admirada com sua casa toda decorada com quadros de grandes famosos da arte literária, em cada detalhe uma reflexão eu fazia.Mas e Alice que não aparecia? Novamente me vi a esperar por horas e horas, até que ela resolveu sair do quarto. Fui ao encontro dela toda contente. Finalmente iríamos fazer o trabalho. Alice chamou para conhecer um cômodo da casa onde seu pai tinha grandes obras de Monteiro Lobato e outros autores, quando entrei não quis acreditar simplesmente Alice teria um biblioteca em sua casa, onde encontrava todo tipo de livros, já me veio nos  pensamentos como seria fácil de realizar o trabalho com uma amiga filha de escritor e ainda por cima possuía uma biblioteca em sua casa.

Quando enfim sentamos para fazer o trabalho Alice não tinha atitude de nada, não pesquisava histórias,autores... Ficava só me olhando e comendo docinhos que sua mãe trazia para gente. Alice era um poço de vaidade, passou o tempo todo se maquiando e tirando fotos para colocar em redes sociais e não se importava com o trabalho, enquanto eu estava toda empolgada olhando livro por livro e procurando uma obra para realização do tal trabalho. Nada de Alice se importar, foi onde percebi que ela só teria me escolhido porque ela não teria a capacidade e nem o interesse de fazer o trabalho. Quando estava escurecendo tive que ir embora. No dia seguinte cheguei na escola mais cedo e outras colegas olhavam para mim e riam. Então outra colega da sala me chamou e perguntou com quem eu iria realizar o trabalho, falei que era com Alice e  foi ai que descobrir a péssima aluna que Alice era, e porque ninguém queria fazer nada com ela. Alice era uma linda menina fisicamente e tinha de tudo para ser a mais inteligente da escola, mas ela só pensava em vaidade, ela não passava de uma grande “patricinha” que tudo tem e nada quer! A sorte que encontrei outra colega que se dedicava muito aos estudos e no dia da apresentação fizemos praticamente a melhor pontuação da sala. Nossa que alivio! Tudo deu certo, menos para Alice que continuou sem nota e novamente iria repetir o ano!