Fanfics Brasil - A MENINA E O LIVRO A MENINA E O LIVRO

Fanfic: A MENINA E O LIVRO | Tema: Felicidade Clandestina


Capítulo: A MENINA E O LIVRO

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A MENINA E O LIVRO


Todos os dias, depois de fazer as atividades da escola e as tarefas de casa, Ana, Peter e Marina se encontravam em um canto da pracinha que havia no bairro para conversar sobre o que acontecia na escola e as novidades de um jogo online que disputavam todas as noites. Ficavam lá até o final da tarde e antes de irem, um dos três amigos passava na padaria e comprava bala para todos.


Entre uma risada e outra, Peter chamou a atenção de todos para um caminhão de mudanças que estava parado do outro lado da rua em frente a uma casa grande que há muitos anos estava vazia. Dois homens fortes carregavam as caixas, os móveis desmontados e alguns vasos com flores. Depois de horas descarregando o caminhão foi embora.


Peter que era o mais curioso dos três atravessou a rua e foi dar uma olhada pelo portão para saber alguma informação sobre os novos vizinhos e principalmente se iria ter novos colegas, mas não obteve sucesso, pois não havia nenhum sinal que demonstrasse que os novos vizinhos tinham filhos.


No dia seguinte, depois da aula, combinaram de encontrar na pracinha no mesmo horário de sempre para tentar descobrir algo sobre os novos moradores daquela casa tão grande que havia em frente à pracinha.


Quando Ana chegou Marina e Peter já estavam impacientes com a sua demora. Marina então contou que seu pai conhecia o novo morador da casa grande que se chamava Luiz Henrique e que há muitos anos estudaram juntos em um colégio de uma cidade próxima. Com o passar dos anos não voltaram a se encontrar. O que ele sabia era que Luiz abrira uma livraria, havia se casado e teve uma filha, sua esposa era uma dona de casa que saiu do trabalho para cuidar da criança que era da mesma idade dos três.


Então eles ficaram pensando se o casal tinha uma filha onde ela estava que ainda ninguém tinha visto? Possivelmente ela iria estudar na mesma escola que eles. A curiosidade de conhecer a nova vizinha era muita e os três não viam a hora de saber como ela era e se iria ser amiga deles.


No dia seguinte, como de costume, Ana foi para a pracinha assim que terminou os afazeres em casa, sabia que Marina e Peter já estavam lá. Passando perto do portão da casa grande, ela notou que em um banco de madeira, debaixo de uma árvore, havia uma menina sentada lendo um livro grosso e ao seu lado tinha um gato bem gordo e de pelo branquinho.


Era uma menina gorda, baixa, sardenta de cabelos crespos, meio arruivados e tinha um busto enorme. Ana então criou coragem e disse um oi, a menina olhou, respondeu e continuou a leitura, então Ana perguntou se ela iria estudar na escola que tinha naquela rua.  A menina respondeu que não, pois iria continuar estudando na mesma escola anterior porque era uma boa escola. Sem ter mais assuntos, Ana se despediu e foi para a pracinha encontrar Marina e Peter.


Os dias foram passando e sempre que Ana, Peter e Marina estavam na pracinha, a menina da casa grande estava sentada debaixo da árvore lendo um livro grosso. Um dia Peter foi até o portão e perguntou qual era o livro que ela estava lendo porque ele também gostava de ler. A menina então respondeu que estava lendo as Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato e toda semana ela lia um livro que seu pai trazia da livraria. Peter então chamou a para ir até a pracinha conhecer Ana e Marina e conversar um pouco, mas ela apenas balançou a cabeça negativamente.


Ninguém entendia porque a menina sempre estava sentada lendo. Será que era um castigo dos seus pais? Será que era porque não tinha amigos? Será que ela se achava feia? Porque nunca saia de casa? Eram muitas perguntas sem uma resposta.


Em um sábado pela manhã, Ana passou em frente à casa grande e o Sr. Luiz estava varrendo a calçada, então aproveitou e perguntou por que sua filha não podia sair de casa e ficava o tempo todo lendo livros bem grossos. Ele olhou para Ana e disse apenas que era mais proveitoso para a filha ler do que ficar sentada em uma pracinha jogando conversa fora e entrou em seu portão sem olhar para trás. Ana foi embora pensativa, pois não entendia como uma menina tão cheia de vida tinha que ficar a tarde toda lendo livros.


No primeiro dia das férias quando Ana ainda estava tomando o café da manhã, Marina e Peter chegaram a sua casa e disseram o pai de Marina iria à casa grande a pedido do Sr. Luiz cuidar do jardim e chamou Marina, Peter e Ana para irem juntos para ajudá-lo. Todos viram nessa chance a oportunidade de conhecer de perto aquela menina que lia tanto.


Então mais que depressa foram encontrar o pai de Marina para irem juntos à casa grande. Chegando lá Sr. Luiz recebeu a todos com muita educação e mostrou ao pai da Marina o que era para fazer no jardim. Meia hora depois a menina tão misteriosa atravessou o jardim bem lentamente e foi sentar-se no banco de madeira embaixo da árvore. Então Marina, Ana e Peter perceberam que a menina usada prótese nas duas pernas por isso tinha uma dificuldade muito grande para andar.


Os três ficaram paralisados, Peter sem dar muita importância para as circunstâncias, foi até a menina e a cumprimentou deu uma olhada na capa do livro e perguntou se quando ela terminasse de ler ela poderia emprestar o livro para ele, Ana e Marina com muita timidez se aproximaram e começaram a conversar com a menina também, depois de algumas horas conversando sobre vários assuntos os três se despediram da menina e foram embora felizes da vida.


Então entenderam que aquela menina ficava sentada lendo livros não porque era obrigada, mas sim porque tinha prazer em mergulhar na leitura de um bom livro. E como sua locomoção era limitada recorria aos livros para se distrair.  Aos poucos foram surgindo assuntos em comum e a menina continuava sentada em um banco de madeira, debaixo de uma árvore, lendo seus livros, porém agora Ana, Marina e Peter tinham a permissão do Sr. Luiz para ir visitá-la que passou há dividir seu tempo entre uma boa leitura e uma conversa prazerosa com seus novos amigos.


 


 


 


 


 


 


 


 



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Autor(a): marilucia_

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