Fanfic: Minha Morena Bela | Tema: O Amor pela Varanda da Sacada
Pele morena cor de jambo, cabelos encaracolados, as pontas queimadas do sol, seu corpo era como uma viola do vovô. Seu sorriso foi desenhado com o mais branco cristalino. Como se não bastasse ser dona de toda essa beleza, ela ainda era cativante com todos de sua rua. Mas havia algo que a deixava triste, saudade de seu pai que havia falecido quando ela ainda era pequenina.
Eu era um admirador nato daquele encanto maior que da sereia. Ficava na sacada da minha casa aguardando o retorno dela da escola. Sentia em meu rosto a brisa da praia que beirava nosso bairro, era uma cidade bem calma .
Mesmo com saudades constantes de seu pai, ela tinha o talento de caminhar suave e leve, sua pele exalava o aroma como das rosas, e eu só queria tentar tirar aquela ausencia de seu coração, mas nem me aproximar dela eu conseguia.
Até que minha mãe, que já me observava a dias ir a sacada e sorrir ao ve-la passar. Reativou em seu sangue a genética cigana de santa casamenteira e “mirabolosamente” estrategiou um plano em sua mente. Era uma quinta-feira, véspera da sexta-feira santa, quando minha doce mãe a Dn Lena, chamou-me para ir a casa de uma amiga, e mesmo sem questiona-la achei estranho.
Calcei aos pés o meu chinelo havaianas, sem ao menos olhar meu cabelo no espelho, passei a mão na blusa de time de futebol que estava sobre o encosto da cadeira e vestir-me seguindo de um grito: -Mãe, vamos! Já estou pronto. Nem imaginava que passaria dentro de instantes a situação mais esperançosa e acanhoso da minha vida.
Saimos de nossa casa, fomos caminhando nas calçadas cheias de folhas secas caídas ao chão , pois era tarde de outono, onde o vento era gelado e assobiava aos nossos ouvidos como uma canção.
Ao nos aproximarmos da casa da morena, meu coração iniciou uma aceleração torturosa, o oxigênio parecia não ser o suficiente para os meus pulmões bronquios e com muita dificuldade em falar, com gagueira, perguntei:
- Mãe, qual é a casa que iremos?
Nunca tive tanto medo da resposta. Mas ela me conhecia bem, e só respondeu-me após tocar a campanhia. Com seus olhos fixados aos meus profundamente, como se dissesse: - Nem ouse fugir!
Antes que eu conseguisse encontrar forças nas pernas para correr, a morena que me hipinotizava com seu esplendor, abriu o portão. Eu sentia-me anestesiado e encapsulado em uma bolha de ar. Nada mais eu conseguia ouvir. Mas observei que seus lábios balbuciavam e seus olhos me encaravam, era como se o tempo parasse. Após algumas tentativas de minha mãe me chamar, enconstou-me no ombro sacudindo-me discretamente e disse para que eu fosse educado e dissesse ao menos um oi. Retornei à orbita como um paraquedista após uma aterrissagem longa.
A morena convidou-nos a entrar, pois sua mãe estava a nos aguardar, ela apresentou-se como Isabela, mas que poderíamos chama-la de Bela. Ao entrarmos, observei em sua estante cor de vinil, uma fotografia de seu pai, era de um semblante sereno e bondoso. Comecei a entender que poderia passar anos e ela sempre estaria ausente de sua presença, mas eu sabia que o meu amor por ela, poderia fazer de seus dias preenchidos de carinho e atenção. E entendi que a partir daquele dia, os meus dias não seriam mais os mesmos. Eu planejei em milésimos cada dia ao lado dela.
Nossas mães combinaram de juntar as famílias para o almoço da sexta-feira santa em minha casa. Ao sair dali, eu caminhei pelas calçadas como um gigante, cheio de esperanças e inderrotável, eu estava mais confiante do que um presidente bem cogitado a ganhar as eleições, sabia que teria a maior oportunidade em surpreende-la, e não me importava quanto tempo eu levaria para te-la em minha vida. Mas de uma coisa eu tinha certeza, a Bela seria a minha mais Bela de todas.
Chegamos em casa e comecei a tentar não imaginar que havia conversado com ela, fingia não saber seu nome, e logo depois me esforçava pra lembrar, era como um amante apaixonado por sua mais louca paixão feroz, ainda era cedo e deitei pra ve se o dia seguinte raiava logo, mas o relógio estava de mal comigo, fome não sentia, mas biliscava a todo instante a rosquinha que ficava em cima da geladeira. Aquela foi sem dúvidas a noite mais longa de todas, mas eu sabia que era menos uma noite sem minha morena.
Autor(a): prisalves_silva
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