Fanfic: FELICIDADE CLANDESTINA | Tema: CLARICE LISPECTOR

Felicidade Clandestina 

                                                (Solange Fernandes da Silva)

Certa manhã ensolarada em uma cidade do interior do Nordeste, alguns alunos reúnem-se no pátio para conversar e brincar, durante o recreio. 

Como de costume Clarice, uma aluna do nono ano, lê seu livro com empolgação, afinal era uma amante de livros e sempre que podia levava para casa um livros da biblioteca da escola, mas infelizmente não havia tantos livros a ser emprestado, pois sendo uma cidade tão carente, faltava muitas coisas. E uma delas, os livros, que é mundo cheio de conhecimento e viagens.

Porém, a menina não se importava em levar para casa livros repetidos, afinal a cada lida, ela descobria o que havia deixado de entender ou dava novas interpretações para o final das histórias.

Aquela menina, de olhos castanhos e de pele queimada pelo Sol, vivia cheia de esperança de que um dia, algo de muito grande iria acontecer. E aconteceu mesmo.

No dia seguinte, aparece na escola Alicia, filha de pais de ótimas condições financeira. Mas afinal, o que estaria fazendo ali aquela menina?

Ela estava passando uns dias com sua tia, que morava próxima de Clarice e foram visitar a diretora que era amiga da família.

Todos ficaram interessados em saber o que aquela menina fazia ali, mas o que interessava a Clarice era o livro que a mesma carregava e parecia que era algo delicado,  pois segurava forte para que não caísse e não o perdesse.

E o que mais a deixava curiosa, era o título do livro, que por instante, foi possível perceber, "O Pequeno Príncipe", que conta a história de um menino cheio de imaginação e sonhos, que durante o enrolar dos acontecimentos encontra grandes amizades, além de representar o amor e esperança.

Então, tocou o sinal para os alunos retornarem a sala e Clarice nem escutou, pois seus olhos estavam fixos naquele livro, que tanto a estigava.

Alicia percebeu que a menina olhava muito para seu livro e aproximou-se dela 

e perguntou se já havia lido o mesmo. A menina toda tímida, respondeu que não. E as duas começaram a conversar e de repente quando olhou-se ao redor não havia nenhum aluno no pátio. E elas se despediram e Clarice correu para sala de aula. A professora chamou-lhe atenção e ela abaixou a cabeça e foi para seu lugar, mas não parou de pensar no livro e na conversa que teve com a menina que chegara a sua escola.

 E não via a hora de chegar a saída para encontrar novamente a aquela menina, do livro misterioso.

O sinal tocou e ela correu para a casa de sua vizinha, e começou a conversar novamente com a garota e a mesma a emprestou seu livro .

Clarice começou a ler ali mesmo. 

Depois foi para casa e começou a ler o livro deitada em seu tapete e cada frase que lia,mais viajava no livro e descobria um mundo novo, cheio de aventura e fantasia. Aquele livro era diferente, sentia como se fizesse parte dele e para não acabar lia cada página bem devagar. Os dias foram passando  e as meninas tornaram-se grandes amigas. 

Alicia queria fazer algo para ajudar a cidade a ter livros mais atuais e que despertasse nos alunos a vontade de ler cada vez mais. 

Então, pediu ajuda a seu pai que era dono de uma livraria no centro Rio de Janeiro. Ele doou alguns livros novos e usados para a biblioteca da escola. E finalmente, os alunos tiveram a oportunidade de ler livros mais atualizados.

O dia de Alicia ir embora estava próximo. E para que nunca Clarice esquece dela, a entregou o livro do "Pequeno Príncipe".

No dia de sua partida, ambas ficaram muito triste, mas sabiam que aquele livro as uniam.

E a menina partiu. Contudo, a amizade continuou mesmo que distante. E uma enviava carta para a outra, sempre que podiam.

Os dias passaram, e tudo mudou. O pai de Alicia fazia mensalmente doações de livros para a escola de Clarice. E os alunos, cada vez mais se deleitavam em novas histórias, novas descobertas. E a cidade passou a se dedicar mais a educação. Os professores, ficaram mais empolgados e cheios de inspirações.

E Clarice, a cada dia mais apaixonadas pelos livros e nunca esqueceu de sua amiga.

Texto feito para o cumprimento de um trabalho acadêmico.