Fanfic: Um Toque da Magia | Tema: Texto base de Clarice Lispector
Sua mãe estava certa, eram muitas horas de viagem, no fim da tarde quase escurecendo o carro entra na cidade, e sua mãe parecia mais inquieta do que durante todo o percurso, ela roía a unha da mão esquerda agora, a retirando do volante algumas vezes e devolvendo.
—Tinha esquecido como esse lugar é. —As pessoas pareciam interessadas no carro, talvez porque os vidros tinham uma película escura e não era possível ver quem estava dentro do veículo, algumas pessoas desciam a rua para observar de perto qual o destino final do carro, algo que nem ela sabia. Sua mãe segue sempre em frente um bairro onde as casas pareciam estranhamente simétricas, todas iguais, as ditas casas de subúrbios, dava para ver que era o melhor bairro da cidade. Sua mãe parar o carro da sexta casa da rua, onde uma senhora estava esperando na entrada de pedestres, e depois que sua mãe para o carro na entrada da garagem ela se aproxima abrindo a porta do carona onde ela ocupava o banco, a abraçando sem ter chance de dizer nada a avó, ao menos achava que era sua avó.
—Olha só você! Como cresceu, desde a última vez! —Sua avó parecia genuinamente feliz em vê-la. Já estava na hora da sua mãe voltar e trazer você para casa. Sua avó ainda caminha abraçada a ela, até o outro lado do carro quando sua mãe deixa o veículo, se soltando dela sua avó levanta o queixo da sua mãe olhando nos olhos dela. —Estava certa.
—Conversamos sobre isso depois. ——Sua mãe não tinha dito explicitamente, mas estava subentendido que ela não queria falar da doença dela na sua frente. Sua mãe desvia do toque da sua avó indo para o bagageiro e abrindo o mesmo para ajudá-la a pegar algumas coisas. Sua mãe pega as duas malas e a deixa para pegar as caixas, a ajudando a empilhar as mesmas em seus braços, e sua avó pega algumas aliviando o seu peso.
—Não sei como obriga a coitada a colocar toda a vida em caixas assim.
—Poucas coisas facilitavam as mudanças.
—Por falar em mudanças...
—Eu sei, achei que ele viria, nada nessa cidade fica muito tempo em segredo e muito menos que estávamos voltando.
—Estão falando do meu pai?
—Estamos sim, querida, mas não fique falando essa palavra por aí alto, pode atrai-lo antes que esteja pronta para lidar com ele. —Entrando na casa com as duas, sua mãe pareci bem à vontade, já Kate analisava as coisas, tomava cuidado para não encostar em nada, os moveis da sua avó pareciam muitos antigos, quase como se tivesse que estar em um museu, não passando despercebido por ela que elas, tinham entrado pela porta de trás, apesar de a porta da frente está mais próxima, saindo direto na cozinha. Sobre uma mesa no canto que já levava ao corredor Kate viu um pequeno kit, com informações da escola nova.
—É seu querida pode pegar. Aí deve ter todas as informações que você precisa, você começa na segunda.
—Você fez a minha matricula?
—Achei uma boa ideia. Sua mãe me parece bem cansada, vamos deixa-la descansa, se você precisar de alguma coisa pode me pedir.
—Não tem problema, eu sei me virar sozinha. —Sua mãe já parecia ter se desligado de alguma forma, uma vez que já estava deitada no sofá. Lhe dando a certeza do que achava que sua mãe tinha voltado para casa, para que ela não ficasse sozinha, só não sabia dizer o que sua mãe tinha, só podia esperar que não fosse algo grave. — Vai me contar o que ela tem em algum momento?
—Não se preocupe com a sua mãe, eu vou cuidar dela. Se preocupe com você querida. ——Sua avó coloca os panfletos da escola em uma das caixas e sobe com ela. Todas as portas pareciam iguais para ela, e sua avó abre a quarta porta contando do começo do corredor, revelando um quarto com o tema floral, e uma cama branca de dorsal.
—Sua mãe passou por uma época floral, um pouco dolorosa. Se você quiser pode redecorar eu não me importo.
—Não me importo muito com decorações. Nunca ficamos tempo suficiente para decorar nada.
—Acho que vão ficar tempo suficiente para você decorar. O que você gostaria para jantar?
—Não precisa se preocupar eu nunca como nada a noite, e fizemos vários lanches no caminho não estou com fome.
—Vou deixar algo para você na mesa da cozinha, para quando quiser. Algo me diz que não vai conseguir dormir direito. —Sua avó deixa o quarto, ela começa arrumar suas coisas, com certo receio os moveis pareciam muito imponentes para coisas simples como as dela, o mesmo tinha acontecido com o banheiro, seus objetos pessoais pareciam errados. Depois de organizar tudo ela se deita na cama com os panfletos da sua nova escola. Nada diferente das suas outras escolas, talvez pela grade curricular que era um pouco atrasada. Sua avó estava certa, ela tinha feito quase tudo, tinha um mapa da escola, só precisaria ir até a secretaria e pagar o seu horário de aulas. Acordando de repente ela se senta na cama, olhando a hora em seu rádio relógio percebe que eram três da manhã. Procurando quem tinha lhe acordado no quarto e não ver ninguém. Podia jurar que alguém estava surrando o seu nome em seu ouvido.
Autor(a): lominha.louize
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Encontrou na mesa da cozinha uma garrafa termina, e um prato com proteção transparente com biscoitos. E um bilhete provavelmente com a letra da sua avó. “vai ajuda a dormir”. Como ela poderia saber que ela acordaria de madrugada? Puxando a cadeira ela se senta e coloca, chocolate quente da garrafa para si e pegando um biscoito. Ao aproxima a ...
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