Fanfic: Um Toque da Magia | Tema: Texto base de Clarice Lispector

A biblioteca era um lugar grande, maior do que o da sua antiga escola. Fora as estantes com livros em grande quantidade, tinha um balcão onde estava a bibliotecária, as mesas para estudo individual e no outro canto, uma sala de estar, com sofás, um tapete e uma lareira acessa. Indo até o balcão onde uma senhora estava sentada ela chama atenção da mulher:

—Desculpe, na secretária me mandaram... —Ela é interrompida pela mulher:

—A novata. Pode me deixar ver o seu comprovante de matricula querida?

—Claro. —Ela estande o papel para mulher, que dar uma olhada na folha e devolve a mesma.

—Vai ter que espera um pouco, vou precisar procurar um dos livros, lá dentro.

—Tudo bem posso esperar. Teria algum problema se eu der uma olhada nos livros?

—Fique à vontade. Ninguém retira livros, então tudo o que temos está bem aqui.

—Obrigada. —Andando entre um dos corredores, ela olhava os títulos passando os dedos nas lombadas. Muitos títulos clássicos, primeiras edições. Era quase um sacrilégio o que a bibliotecária tinha dito sobre ninguém tirar um dos livros. Quando escuta a voz do garoto que tinha esbarrado.

—Definitivamente ela é.

—É eu concordo com o Evan. Vamos deixa-la se adaptar antes de qualquer coisa. —Pontua uma voz feminina.

—E como isso vai funcionar. Éramos cinco agora somos seis? —Uma outra voz masculina fala.

—Vamos deixa-la se adaptar primeiro e vamos nos adaptar também. —Responde a voz do garoto.

—Se vocês estiverem pensando em excluir alguém, que seja...

—Ninguém vai excluir ninguém! —Responde a primeira voz feminina cortando a outra.

—Está certo, mas ela não vai ter acesso ao livro.

—E como pretende fazer isso Hanna? Vai amarrar o livro a você? Sabe que o livro vai para quem precisa dele. —Rebate o garoto do corredor.

—Deve haver uma maneira.

—Tem, você começar aceitar que ela também é sua irmã. —De toda aquela conversar maluca, a única coisa que não fazia sentido, era saber que podia ter irmãs. Kate se afasta da prateleira e volta para perto do balcão e como se bibliotecária adivinhasse ela volta com uma pilha de livros, ao que ela agradece a moça e coloca os livros na mochila. Saindo da biblioteca, tentando processar a conversa louca que tinha ouvido. Saindo pelo subsolo ela procura a primeira sala de aula. Agraciando pela professora não fazer todo aquele escândalo de começo de ano, a mesma só tinha lhe dito que procurasse um lugar para se sentar. A garota que estava sentada na carteira atrás dela não parava de estalar a língua no céu da boca. E de alguma forma aquilo estava a irritando. Quando a aula chega ao fim, Kate já estava irritada, mas deixa a sala sem dizer nada a garota. Entrando na sala da próxima aula, o garoto do corredor, ele não estava com acompanhado na bancada, acendendo uma luz de atenção em seu cérebro, algo lhe dizia que o professor a colocaria para fazer dupla com ele. Depois de se apresentar ao professor que também era adepto a não fazer estardalhaço, a manda se sentar junto com Evan como ela tinha suspeitado.

—Olá de novo. —Cumprimenta Evan a ela.

—Olá. —Kate tenta ser o máximo possível impessoal, mas algo nele a fazia não conseguir seguir com o plano.    

—Porque está com raiva?

—Não estou com raiva... —Ela tem que morde a língua para não lhe dizer a verdade. O que estaria acontecendo com ela? E que efeito era esse que ele tinha sobre ela? —Em sua salvação o professor silencia a sala e começa a aula. A conversar tinha sido cortada e ela agradecia por isso. A aula era algo já visto por ela, se deixando se descontar, e pensando no que Evan tinha dito, ela tinha uma irmã por parte de pai, e saber daqui era estranho.

—Você parece bem distraída.    

—Não é a minha primeira vez vendo esse conteúdo, sei o resultado da experiência, pode ficar à vontade. —Kate começa a escrever o relatório sem dar muita atenção ao garoto. Sem falar, mas com ele durante toda a aula, ela junta suas coisas no fim e ao passar pelo professor deixa o relatório na mesa dele. Na aula seguinte era de francês avançado e foi extremante calma de uma maneira estranha, achou Kate, quase como a calmaria antes da tempestade. Parando para almoço, a lanchonete cheia, mas ninguém parecia se importa com ela, não vendo aquilo como algo ruim pelo contrario algo bom, tinha voltado a ser invisível. Depois de fazer a sua bandeja e pagar ela olha em volta a procura de algum lugar para sentar, o garoto Evan parecia tentar influencia-la a sentar em uma mesa com ele, mas um garoto duas garotas, o ignorando completamente ela se se senta na mesa com grupo qualquer.

Ela deveria saber que os problemas começariam com sua suposta irmã. Na aula seguinte depois do almoço o garoto, e mais duas garotas estavam em sua turma, e o professor acabou a colocando na frente da que lhe parecia menos amistosa. O inicio da aula correu bem, até a garota sentada atrás dela, tinha certeza estava fazendo de proposito, mesclando a goma de mascar de forma ruidosa, mesmo com a aquele barulho irritante ela consegue permanecer calma, se irritando quando a garota começar a bater em sua carteira, a levando a explodir e como se agarota soubesse se ergue assim como ela. A hostilidade era quase palpável apesar de nada ter sido dito.

—Hanna! —A outra garota chama a sua suposta meia irmã pelo nome, era como se ela exalasse calma de alguma forma. Conseguia sentir a calma vindo dela em ondas.

—Ah, qual é Sam! Pode parar com isso?

—Não, porque está sendo uma imbecil! —Protesta Evan. —Está provocando-a desde de o começo da aula.

—Qual é Evan, vai parecer que você está tendo uma paixonite pela novata, e vai trocar a minha priminha por ela.

—Sua...

—Evan! É ela, ela está catalisando e potencializando. Estou ficando exausta. —O som da sineta avisando a mudança de aula é ouvido, Kate pega suas coisas e deixa a sala o mais rápido que consegue, deixando o trabalho na mesa da professora que estranhamente não lhe diz nada. Agradecendo por não ter mais aulas, ela vai na direção do estacionamento, entrando no carro, e só então parando para pensar no que tinha acontecido. Uma mistura incrível de sensações, e o que eles queriam dizer com ela ser a catalisadora e potencializadora? Depois que consegue se acalmar, ela liga o carro desejando chegar em casa o mais rápido possível.