Fanfics Brasil - Ele sabia! Felicidade Clandestina

Fanfic: Felicidade Clandestina | Tema: Contos de Clarice Lispector


Capítulo: Ele sabia!

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Voltei lá no dia seguinte, e no outro dia, e no outro... e assim já se foi a primeira semana. Já estava me encaminhando para o segundo livro quando que casualmente, informou-me que possuía clássicos no original. Eram livros magníficos, meu Deus, eram livros para se ficar vivendo com eles, comendo com eles, dormindo com eles. E, completamente acima de minhas posses. Disse-me então que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ele de fato me emprestaria algum. Mas por que na sua casa se é na livraria que estão? Pensei, mas não hesitei.


         No dia seguinte eu me transformei na própria esperança de alegria: eu vivia devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam. Então cheguei à sua casa. Ele não morava num casebre como eu, e sim numa CASA. Então me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me diretamente que gostava da forma como enxergava a literatura e queria me conhecer melhor, eu já não era mais tão ingênua para entender o recado. Boquiaberta, saí devagar, olhei novamente o celular.


- O que tanto procura nessa tela, Clarice?


- Olha, para te ser sincera, eu tenho um noivo, não posso me comprometer com comportamentos displicentes como este, se me dá licença...


- É o Saulo?


- Como sabe?


- Ele não vai voltar, não vai sair de Recife, já se passaram seis meses desde quando ele disse que não voltaria. Eu te observo desde então.


 


          Foi quando minha fixa caiu que guiava-me a promessa de algo que já não existe mais e fui a última a perceber. A vez que nos vimos antes dele partir foi na livraria, e a partir de então toda semana passava por lá, como um resquício da última memoria que tive. Jacob viu tudo.


          Os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andava leve pela orla de Copacabana livre de meus tormentos. Esse era o meu plano secreto. Agora não só mais o meu, já que ele percebia meu o interesse e arrancou minha tortura mental. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: “Entre, meu amor” Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, essas palavras iriam se repetir com meu coração batendo.  E assim continuou.


- Qual será o livro de hoje?


- Qual seria seu palpite?


          Ele sabia que ficaria ali por tempo indefinido, então já começara a adivinhar meus gostos e até pensamentos, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer bem esteja precisando que eu realmente me sinta amada. “Orgulho e preconceito?” Eu sorria enquanto pegava o livro. Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer.


          Às vezes ele dizia: pois você vem me ver ou usufruir dos livros que tenho? nos entreolhávamos e ambos riam. E eu, que não era dada a tanta intimidade assim, sentia os sentimentos florescerem até criarem raízes no meu peito.



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Autor(a): viviana.costa

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Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, apareceu sua mãe.           Ela devia estar estranhando a aparição diária daquela moça na casa de seu filho. Eu fui pega de surpresa, mas reagi bem, a cumprimentei, nossa, como ela era bonita! Já sei de onde veio a beleza ...


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