Fanfics Brasil - 01 - Aquilo que deixei para trás... Irmãos Lobo! - Wolf Children

Fanfic: Irmãos Lobo! - Wolf Children | Tema: Wolf Children


Capítulo: 01 - Aquilo que deixei para trás...

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Ame


Eu ainda me lembro daquele dia como se fosse ontem, após uma noite fria e chuvosa quando eu tinha dez anos e tudo aconteceu tão rápido..., eu havia finalmente encontrado meu caminho ao decidir viver em meio a natureza e viver como um lobo. A decisão mais difícil que já havia tomado era então deixa-la, minha mãe, no chão gelado daquele estacionamento vazio naquela manhã depois da forte tempestade da noite anterior, eu havia a encontrado já desacordada e não sei o que a levou até a floresta... estava segura agora e eu deveria voltar para a montanha e após observa-la por mais um tempo, finalmente me viro olhando para as arvores e a floresta a minha frente e começo a caminhar...


 - Ame... – Seu chamado me faz parar, eu já havia tomado a forma de lobo, ela acabava de acordar e se levantava lentamente – Você vai embora?


Sua voz já sem energia, triste e seu olhar cheio de lagrimas naquele momento me fizeram parar. Ela não estava feliz?


 - Mas, eu ainda... não fiz nada por você!


Me virei e se aproximei dela, olhei para seu rosto, seus cabelos molhados pela chuva, seu rosto molhado pelas lagrimas.


 - Obviamente... não fiz, não fiz nada... – Ouvi ela dizer enquanto chorava.


 - “Mãe...” – Minhas palavras não saiam, não, palavras não seriam suficientes para eu me expressar, mas... então eu corri.


 - AME! ESPERA... AME! – Mesmo com seus gritos, eu corri, saltei e corri para a floresta – AME... – Ouvindo seu chamado, eu continuei a correr e a subir a montanha sem pensar em mais nada e nesse momento eu me lembrava de quando era bem mais novo, eu estava triste e não entendia muito sobre esse mundo e ela se aproximou e eu perguntei “mãe, por que as pessoas não gostam dos lobos?”, realmente eles eram os vilões das histórias nos livros que eu lia e sempre eram mortos no final, então “se é assim... não quero ser um lobo”, e me lembrei de sua resposta, reconfortante, enquanto me abraçava e acariciava levemente minhas costas “está tudo bem, está tudo bem” ela dizia “aconteça o que acontecer, pelo menos a mamãe sempre será amiga dos lobos” com um sorriso em seu rosto. Ela sempre esteve ao meu lado, me ensinando, apoiando, agora eu queria apenas mostrar a ela que tudo o que ela fez por mim eu jamais esqueceria e que graças a ela eu finalmente havia encontrado meu verdadeiro lugar nesse mundo, então naquele momento, no alto da mais alta cachoeira no topo da montanha eu finalmente olhei para o céu...


“- ÁUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU...!”


Aquele uivo foi o mais alto, vindo de dentro de mim para expressar minha gratidão, para mostrar a ela que ela já havia feito tudo por mim e que o que me tornei foi graças a ela.


 - Seja forte... E SE ESFORÇE PARA VIVER! – Pude em seu rosto ler aquele pedido, então olhei naquele momento pela última vez para ela, estava feliz – Cuide-se...


Palavras realmente não seriam suficientes e naquele momento olhando em sua direção não eram necessárias, eu podia entender e ela também com um sorriso em seu rosto parecia ter entendido, então finalmente eu saltei para dentro da floresta.


 


Aprendi muito com “o sensei”, ele era meu mestre e me ensinou tudo antes de partir desse mundo, a caçar, a conviver com os outros animais, a correr pelas montanhas, cada canto daquela floresta e agora era meu dever proteger tudo aquilo e meu maior desejo era continuar seu trabalho, mas eu nunca esqueci daquela casa, minha mãe, tudo o que eu vivi naqueles dez anos eu jamais esqueceria.


 


Acho que já havia se passado mais de um ano quando descobri em um certo dia ao se aproximar novamente da velha casa onde minha mãe morava ao ouvir uma conversa dela com um dos vizinhos, que minha irmã Yuki havia se mudado para o colégio e me lembro de pensar – “teria Yuki se esquecido de mim?” - Não tivemos uma despedida, depois de nossa briga também não voltamos a nos falar de verdade, mas mamãe com certeza deve ter contado o que aconteceu e eu espero que ela tenha encontrado seu caminho também.


Naquele dia meu uivo foi mais longo, forte, alto, deve ter ecoado por toda a floresta, eu fazia aquilo desde que fui para as montanhas como forma de mostrar a minha mãe que eu estava bem e que ela não precisava se preocupar, lembro de vê-la uma vez olhando para as montanhas e parecia sorrir, acredito que isso a deixe feliz, então depois disso eu decidi visita-la novamente e ver o sorriso em seu rosto me deixou contente...


 


Alguns anos depois...


 - Tudo bem querida não se preocupe... eu vou ficar bem, é uma pena que não poderá vir e você deve focar nos estudos entendeu... eu sei, você já tem 16 anos e com certeza sabe se virar... – Disse a mulher, Hana parecia feliz enquanto conversava com sua filha naquele dia – Se cuide e dê um oi ao Sohei por mim, Yuki... ele realmente gosta muito de você não é? Há, há, eu sei querida, também te amo, tchau...


Ela então desligou o telefone e suspirou aliviada “que bom que está bem...”, a mulher caminho até a porta da antiga e grande casa, hoje apenas ocupada por ela mesma e olhou em direção as montanhas sorrindo – Yuki continua forte como sempre, decidida, espero que você também esteja... – sorriu - eu sei que está...


Naquela manhã Hana fez o que sempre fazia e seguiu sua rotina rumo ao centro da reserva florestal onde trabalhava a alguns anos, o dia seguiu normalmente e logo estaria chegando ao fim.


 - Oh Hana...? – Chamou a voz de um homem.


 - Sim Sr. Tendo?


 - Amanhã é seu dia de folga, certo? Por favor lembre-se de deixar aqueles números anotados para a estagiaria, aquela menina sempre se esquece das coisas – Pediu ele de forma gentil e rindo como se se lembrasse de algo engraçado.


 - Sim senhor, vou deixar tudo em ordem para amanhã, pode contar comigo.


 - Fico feliz de ter sua ajuda, as vezes acho que não vou dar conta de tanta papelada sozinho... – O sujeito então seguiu seu caminho, Hana acenou com a cabeça em positivo e continuou seu trabalho até ouvir um companheiro de trabalho falar alguma coisa com outro na mesa mais à frente que por algum motivo chamou sua atenção.


 - Você ficou sabendo? Hoje ouviram tiros na floresta... – Comentou ele e o outro já parecia saber também.


 - Sim... foram uns dois disparos, acho que logo a polícia estará se metendo por lá... – Completou o segundo quase que sussurrando, Hana olhava curiosa, mas estava focada demais em seu trabalho para perguntar sobre o assunto.


 


Já quase no final daquele dia estava de volta a sua casa, ela suspirou aliviada e cansada, mas sabia que ainda precisava cuidar dos serviços da horta, por um minuto pensou em aceitar a ajuda de um dos vizinhos que sempre insistia em fazer aquele serviço apenas em troca de alguns legumes para a feira, ela riu, então seguiu para dentro de casa.


 


Nas montanhas, ele era livre, mas algo iria acontecer...


Sua noção de quanto tempo se passou era vaga, em sua nova vida não eram necessários relógios, calendários, ele apenas se guiava por seus instintos desde que decidiu viver nas montanhas, caçando e se aventurando pela floresta o grande lobo de pelagem azul-acinzentado e branco corria sem parar, desviando de arvores e pedras com grande agilidade sem perder o equilíbrio e a beleza de seus movimentos pelo terreno irregular, então finalmente parou próximo a um riacho de águas cristalinas para matar sua sede, foi quando notou algo estranho, ele podia sentir algo diferente. Haviam pessoas ali? Próximo, foi o som de um carro ou algo parecido e ele decidiu verificar.


Seus primeiros pensamentos foi sobre a possibilidade de jovens aventurados terem entrado na floresta para fugir dos olhares de outras pessoas da cidade, isso não era exatamente comum, mas ele já havia visto, normalmente iriam embora antes do anoitecer, ou então a guarda-florestal apenas tendo certeza que tudo estava em ordem – “Meu trabalho é garantir a ordem...” – Ele então caminhou em passos lentos verificando o terreno e olhando a volta à procura de rastros, eram dois e ele queria apenas ter certeza que não era nada demais. Tentou sentir o cheiro, mas o que sentiu era estranho e irreconhecível um cheiro ruim que ele nunca havia sentido antes e mesmo assim se aproximou e uma expressão de preocupação tomou sua face.


 - “Animais... estão presos!?” – Pensou quando viu algumas gaiolas de metal de variados tamanhos naquela parte mais aberta da floresta, pássaros em sua maioria, mas uma raposa e um urso-marrom filhote chamou sua atenção, o lobo entrou no território inimigo, já sabia que não eram boas pessoas. Ele avançou tentando não chamar atenção, o odor que estava sentindo naquele local parecia impedi-lo de notar qualquer presença humana, entretanto – “Eu vou tirar vocês daí...” – Ele se aproximou de onde o filhote de urso estava preso, o animal estava desesperado e fazendo muito barulho e ele então tentou com os dentes abrir a fechadura, mas ela estava trancada com um cadeado. Conseguiria quebra-lo? Ele tinha de tentar e continuou, foi só então que notou pequenos galhos no chão sendo quebrados por passos.


“BAMM!”


Apesar de notar a presença do sujeito, não foi o tempo suficiente para desviar do disparo do rifle que o mesmo carregava e a bala atingiu sua pata dianteira esquerda, ele urrou de dor e logo começou a sangrar, o homem preparou a arma novamente mirando para realizar o segundo tiro enquanto o lobo se recuperava e se virava o encarrando, tudo parecia em câmera lenta para ele quando o segundo tiro foi feito, mas o disparo voou para longe dando espaço para que começasse a correr mesmo com uma das patas machucadas e perdendo sangue, não poderia encara-los.


 - Você é idiota!? – Gritou um segundo homem que segurava o rifle do primeiro, havia sido ele que acertou a arma na hora do segundo tiro impedindo o mesmo de pegar o lobo.


 - Ele tava na minha mira cara, tiro certeiro! Por que!?


  - Aquilo era UM LOBO... um lobo aqui... sabe o que isso significa? – Questionou de forma nervosa o segundo, ele tinha um físico forte, utilizando um casaco verde-musgo por cima da camisa branca e calças jeans escuras, além de um boné preto, barba por fazer, aparentava ter uns 40 anos.


 - Dinheiro... muito, não é? – O segundo era mais baixo e fraco, porém vestido igual, exceto pelo boné, ele era quase careca e devia estar na faixa dos 30 anos – Dava pra vender a pele dele fácil se eu acertasse, ele se mexeu no primeiro tiro...


 - Um lobo vivo pode valer milhares no mercado negro e você quase o matou? – Resmungou enquanto andava – Venha...


 - Podemos empalhar se ele morrer... – Comentou relaxadamente o outro.


 - Torça que ele não morra ou não sei se ele será o único... venha! Ele tá sangrando, certeza que não vai longe... idiota, burro... – continuava resmungando.


 


O lobo continuou a correr, já parecia sem rumo e a perda de sangue o deixava fraco, mas ele lutava para continuar mesmo perdendo velocidade ele via um feixe de luz vindo dentre as arvores e pensava em quanto tempo estava fugindo já. Tomou caminhos que só ele conhecia naquela montanha, será que teria despistado os caçadores? A luz se aproximava, era a claridade do final do dia se chocando com as arvores da floresta fechada. O lobo já não aguentava ficar em pé, caminhava lentamente – “É assim... que acaba? Não, eu preciso salvar...”


 


Hana vivia uma vida pacata nos campos...


A mulher terminava seus cuidados com a horta na hora certa, já estava anoitecendo e ela estava morta de cansada, mas sentindo a brisa antes do anoitecer estava muito satisfeita com o resultado afinal logo chegaria a época da colheita novamente e da feira que seria realizada aquele ano. Foi quando ela ouviu alguma coisa, parecia que algo se movia próximo a casa na mata ao lado perdendo velocidade e ela então foi a sua direção cautelosa até o ver, quando o lobo saiu dentre as arvores cambaleante e sujo de sangue seus olhos assustados e preocupados denunciavam que ela o havia reconhecido, ela se desesperou e correu na sua direção.


 - A... AME! – O lobo caminhou lentamente, fraco e já não podendo ver mais nada a sua frente, então desabou no chão fechando seus olhos por completo – AME!


Continua...



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Autor(a): Doctor_

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Ele lentamente abriu seus olhos que ainda estavam embaçados, “onde estou?” Pensou, logo sua visão começou a se clarear e ele notou estar em uma grande sala de piso de madeira polido com alguns moveis a volta, ele estava deitado em um sofá preto ainda na forma de lobo e então olhou para sua pata onde uma faixa branca estava ama ...



Comentários do Capítulo:

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  • Yan.A Postado em 06/11/2019 - 21:12:42

    Adorei sua web

    • EdrAlmeida Postado em 06/11/2019 - 22:29:34

      Que bom que gostou, fico feliz :)

  • Yan.A Postado em 06/11/2019 - 21:12:23

    Olá , por favor me ajudem a divulgar a minha novela, favoritem e leiam a historia que está super interessante, agradeço a todos vocês. LINK : https://fanfics.com.br/fanfic/59974/u-s-a-entre-o-amor-e-o-poder-rbd-rebelde


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