Fanfic: A Maldição De Londres { A&D } Terminada | Tema: Portinon

Anahí acelerou o carro pelas ruas movimentadas de Londres, até que finalmente pegasse à mesma estrada da noite anterior. Seus olhos miravam o caminho e brilhavam de ódio e preocupação.

Maite estava muito preocupada com a amiga, mas a conhecia tão bem, ao ponto de saber que aquela não era a melhor hora pra uma conversa. Christian ia falar algo, mas Maite o alertou com o olhar que aquilo não era uma boa idéia.

O resto do caminho foi um silêncio absoluto, até que finalmente se avistou de longe a grande casa branca.

Anahí parou o carro de qualquer jeito e andou a passos largos ate a casa, sendo seguida por Christian e Maite que tiveram que correr para manter o ritmo da mulher.

Anahí abriu a porta de uma forma um pouco rude.

- Dul, Dul! -­ ela fez o que quis fazer desde a hora que passou por sua cabeça que algo podia ter acontecido, ela a abraçou. A apertou contra o seu peito, como se estivesse confirmando que ela estivesse realmente ali e estivesse bem.

- Estou bem querida. -­ Dulce disse para reconfortá-la, enquanto passava as mãos carinhosamente por suas costas.

Any a afastou de repente.

- Nunca mais faça isso comigo, Dulce Maria! - ­disse com sua voz autoritária, mas Dulce pôde ver em seus olhos toda a preocupação e medo que ela sentira. -­ Nunca mais, ouviu bem?

Dulce sorriu e tocou-lhe a face gentilmente.

- Eu te amo. -­ ela disse encarando Any nos olhos, Any não pôde deixar de sorrir e por sua mão sobre a dela, quase esquecendo que não estavam a sós.

- Eu também. -­ o seu tom de voz havia mudado totalmente.

As duas escutaram um suspiro e se viraram, Alexandra as encarava da beira da escada. Anahí abraçou Dulce instintivamente, como se a protegesse de algo.

- Calma Any. -­ Alexandra disse com uma voz fraca. -­ Você faz parecer que eu sou um monstro. -­ a mãe disse quase em terror.

A mulher de cabelos grisalhos e rosto cheio de rugas de preocupação suspirou mais uma vez e se sentou no degrau da escada, com um ar de cansada, ou até mesmo de arrependida.

- Veja no que eu me tornei. -­ ela colocou as mãos pálidas pelo rosto mais pálido ainda. -­ Minha filha acha que eu poderia... ­- ela parou de falar.

Dulce encarou Any que ainda tinha suas mãos apertadas contra sua cintura e viu no rosto dela preocupação, mas tinha algo mais, tinha medo, raiva, ressentimento. Dulce apertou-lhe a mão e ela a encarou. Dulce não falou nada, mas Any entendeu o que ela queria dizer.

De vagar e receosa ela soltou seus braços da cintura de Dulce e deu um passo em direção a sua mãe. A mulher continuava na mesma posição. Any respirou fundo e se aproximou mais, sentando ao seu lado na escada, a mulher a encarou com lagrima nos olhos.

- Me desculpa filha? -­ Alexandra disse num quase inaudível sussurro. Any a abraçou. Abraçou forte a mulher que sempre lhe cuidou, abraçou forte aquela mulher que sempre quis o seu bem, a perdoou por suas falhas e voltou a lembrar-se dela como um apoio, alguém com quem sempre iria poder contar.

-­ Claro que sim. -­ disse carinhosamente, enquanto a mulher chorava e a abraçava forte. -­ Claro que sim mamãe. 

Anahí passou um tempo com a mãe em seus braços, mas assim que o choro diminuiu e ela já estava melhor, Any se separou dela e a encarou nos olhos.

- Só me prometa que não vão se por entre eu e Dulce. -­ ­disse com um tom de voz diferente, não ameaçava, implorava.

- Não vou. -­ ela disse a encarando nos olhos. -­ Se alguém a merece Any, essa pessoa é ela.

Anahí não entendeu, mas Alexandra olhou pra Dulce que sorria. Maite e Christian estavam em um canto encarando a cena, com lagrima nos olhos.

- Não chora, bobão. -­ disse Maite pra Christian.

- Olha quem fala. -­ ele diz secando as lagrimas. Todos riem.

- Eu conversei com Dulce. -­ Alexandra disse de repente ­ e ela me contou tudo.

Todos os olhares se voltaram para Dulce.

- Não se preocupem. -­ a mulher tratou de dizer. - Eu tenho uma coisa que pode ajudá-los. -­ Todos olharam pra elas sem entender, só Dulce que sorria. - Meu pai. -­ Alexandra começou. -­ Um dia me contou uma historia. -­ todos a encaravam com a máxima de atenção. -­ Ele me disse que o seu pai tinha lhe contado, e que o pai dele tinha contado pra ele e assim por diante. - "Ele me disse que um dos nossos antepassados pensou que tinha achado a cura, ele tinha achado a segunda parte do documento assim como vocês. Mas só tinham um porém, ele não tinha a parte mais importante."

Todos a encararam sem entender, menos Dulce que já havia escutado a historia pouco tempo antes.

- "Sim. O documento, Any e Dulce."

- Dulce? ­- Anahí interrompeu a historia. -­ Dulce não vai fazer nada! ­- todos a encararam, perplexos. -­ Não vai correr perigo! ­- ela disse olhando pra Dulce, decidida, já que Dulce fazia uma cara confusa.

- Ela já corre, querida. -­ Alexandra disse. -­ E você bem sabe disso.

- Eu sei. - Any suspirou e baixou a cabeça. Ela tinha razão. Dulce se aproximou dela e segurou-lhe a mão.

- Eu também sei disso e não me importo. -­ Dulce disse encarando Any nos olhos, Dulce sorriu pra ela, mas Any não falou nada, só continuou segurando a mão dela.

- Continue, Dona Alexandra. -­ disse Christian curioso. Todos voltaram mais uma vez sua atenção para a mulher.

- Eu não sei lhes dizer o que se precisa mais, só sei que não vai ser nada fácil conseguir. -­ todos concordaram com a cabeça, como se concordassem em se aliar a essa aventura e esse desafio. Anahí se manteve calada. -­ E outra coisa, meus filhos, que eu me lembro como se fosse hoje que meu pai me disse: Todos temos um caminho, todos temos escolhas. Ficar ao lado de quem ama talvez não seja a escolha mais fácil, mas é a escolha certa. Sempre.